sábado, 4 de dezembro de 2010

CADEIRA Nº 30



Jesus Alves Pereira (Acadêmico)
Terceiro Ocupante

Nasceu em Mombaça/CE , no dia 06 de abril de 1948. Aos 9 anos mudou-se para São José de Lavras da Mangabeira, terra dos seus pais, onde permaneceu até aos 18 anos, quando mudou-se para São Paulo. Essa temporada em Lavras da Mangabeira marcou definitivamente sua vida o que evidente nos livros de sua autoria: Genealogia Moderna e A Lente do Tempo. 
Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, aposentado como Funcionário Público da Rede Municipal de São Paulo. Autor dos livros:  Genealogia Moderna /2017, que relata a história da família Alves Pereira, e, A Lente do Tempo/2019, livro de poemas. Está trabalhando no seu terceiro livro de contos e tem um título provisório: Histórias Jocosas. 






Francisco Pinto de Macedo (Valdir Pinto)
Segundo Ocupante - Vaga


A ninguém é reconhecido o direito de aspirar a ser poeta, pois a poesia é uma eleição que os deuses promovem entre alguns mortais, para que eles deem o testemunho daquilo que o tempo não consegue destruir e que os mortos já não conseguem lembrar, em face do seu compromisso com o efêmero.
 Quando menos esperamos, um novo poeta aparece pedindo passagem e anunciando um jeito diferente de dizer aquilo que sentimos ou aquilo que não percebemos, exatamente como faz o autor de – Jesus Também Fala em Versos –, Francisco Pinto de Macedo, mais conhecido por Valdir Pinto, natural de Lavras da Mangabeira (CE).

Valdir é um ser humano abençoado e eu me orgulho de tê-lo como primo.
Talvez tenha sido o maior amigo do meu pai, nos tempos venturosos da mocidade, quando passaram a abraçar um mesmo ideal: a causa dos trabalhadores rurais e o empreendimento das suas aspirações cooperativistas.
Depois, Valdir começou a palmilhar caminhos novos e a abrir veredas, combatendo o bom combate, porém sempre fiel aos ideais da sua religião, criando a sua prole e espalhando o seu exemplo de cristão, até que a maturidade o acolheu e o trouxe de volta para o seu torrão.
Voltou-se então o meu primo Valdir para a busca das suas origens e do seu entorno familiar, inspirando-se na tradição dos seus ancestrais, cujas raízes se encontram plantadas do sítio Calabaço, de onde somos naturais e membros da Família Macedo, aquela que deu ao município de Lavras o maior número de poetas, e poetas do porte de Lobo Manso, de quem me orgulho de ser descendente.
Em 2012, Valdir publicou o seu livro de estreia – Os Pinto do Calabaço –, no qual mostra o seu valor de genealogista, e em 2014, ele nos presenteou com o caderno de poemas – Jesus Também Fala em Versos (Cajazeiras - PB: Gráfica Real, 2014) –, no qual a epifania e a essência cristã dos Evangelhos são decantadas com determinação.
Valdir Pinto sempre teve em Odete o seu Anjo e a sua companheira de todas as horas. Deus quis que assim se fizesse o seu castelo de amor e que assim se edificasse a sua casa. Mas Deus quis também se revelar por meio dele e através dele quis dar ao mundo o seu testemunho.
O segundo volume de Jesus Também Fala em Versos veio a lume em 2015, e aqui o que desejo afirmar, é que li os livros do meu primo Valdir com a máxima atenção, neles apreciando a sua linguagem popular, às vezes, erudita, mas sempre de natureza plural e instigante, ensinando-nos o autor a arte de ler as Escrituras a partir da escansão dos seus versos e dos seus ensinamentos.
Faleceu em Lavras da Mangabeira, no dia 19 de novembro de 2018.
Fonte: Dimas Macedo.








Argentina Gomes de Holanda (Acadêmica)
Primeira Ocupante.

Nasceu no Sítio Saco da Telha, Cedro – Ceará, no dia 18 (dezoito) de janeiro de 1914 (mil novecentos e quatorze). Filha de Francisco Gomes de Morais, agricultor e de Maria Alves de Morais.Apesar de seu nascimento ter ocorrido no município Cedro, mas por morar em Lavras da Mangabeira depois que se casou, tornou-se lavrense de “coração”.Argentina, terceira filha do casal, sempre foi muito querida dos pais irmãos e tios. Casou-se com Raimundo Gomes de Holanda no dia 5 (cinco) de novembro de 1934 (mil novecentos e trinta e quatro). Dessa união nasceram 22 (vinte e dois) filhos, (onze do sexo masculino e onze do sexo feminino). Conseguiu criar a metade: 7 (sete) homens e 4 (quatro) mulheres. As crianças que não conseguiram sobreviver faleceram de doenças comuns durante a infância e que, nos dias atuais, podem ser controladas, necessitando apenas de alguns cuidados médicos.Sua luta foi incessante não só na condução do lar, nos afazeres domésticos, como também no apoio ao esposo na lida do dia a dia de um agricultor e nas suas dinâmicas atividades políticas. Desdobrava-se ainda para criar e educar, da melhor maneira possível, os seus filhos que sempre exigiam sua presença e orientação nos estudos. Sua orientação segura, seu exemplo de mulher forte e muito tranqüila passava segurança para todos. Com a sua condução, que teve sempre o apoio do marido, embora com dificuldade, conseguiu que os cinco filhos que mais se dedicaram ao estudo concluíssem o nível superior. Argentina teve, também, participação muito importante junto ao marido, apoiando-o e opinando nas tomadas de decisões mais difíceis e cruciais.Começou a freqüentar a escola com 4 (quatro) anos de idade tendo, como professora, Antônia Leite, que lhe dedicava muito carinho e Argentina nunca a esqueceu. Seu estudo foi muito inconstante porque os pais não podiam manter um professor particular permanentemente em sua casa e não havia escola pública na localidade. Cursou até o quarto ano primário. Naquela época era o suficiente. O importante era saber fazer as quatro operações de contas e escrever e ler uma carta. Este papel ela desempenhou muito bem. Sempre foi muito solicitada por pessoas da família e pela vizinhança para redigir seus bilhetes e cartas. Para muitos, as cartas só serviam se fossem feitas por ela. Não foi diferente quando casou; pois, seu marido – Raimundo Gomes de Holanda – de saudosa memória, só aceitava que suas correspondências fossem feitos por Argentina. Sempre que recorria a outras pessoas ou até a um filho que já podia escrever, nunca ficava satisfeito. Terminava exigindo que sua mulher Argentina os fizesse. E assim ela foi desenvolvendo sua habilidade para escrever. Uma de suas características é a objetividade, com poucas palavras diz o suficiente para tornar claro o que quer transmitir.Assumiu o cargo de professora municipal por vários anos. No meio rural ministrou aulas para crianças da região e também dava orientação aos agricultores, principalmente em períodos de eleição.Após o falecimento de seu esposo, em 20 (vinte) de janeiro de 1983 (mil novecentos e oitenta e três), passou a residir em Fortaleza com sua filha Maria do Socorro Gomes, que faleceu em 08 (oito) de março de 1991 (mil novecentos e noventa e um).Continua morando na mesma casa situada à Rua Margarida Queiroz, 1265 – Cidade dos Funcionários – Fortaleza – Ceará.Em 1984 (mil novecentos e oitenta e quatro), ao completar 80 anos, lançou o seu livro com o título “MINHA VIDA”, onde conta, de forma clara e simples, a sua história com muita riqueza de detalhes, principalmente quando narra suas brincadeiras de criança tímida, seus primeiros dias de escola e também sua iniciação no namoro. Relata, também, de forma precisa, a sua vida dura de casada ao residir na zona rural.Do seu hobby preferido, passar as tardes pintando sob a coordenação de sua nora Lourdinha Cabral resultou duas exposições: a primeira aconteceu num Buffet em Fortaleza em 1984 por ocasião do lançamento de seu livro, em comemoração aos seus oitentas anos. O sucesso teve bastante repercussão e suas telas foram adquiridas por pessoas até de outros estados que a procuraram em sua residência após o evento que foi noticiado pela T.V. Educativa, hoje T.V. cultura. A segunda foi realizada em sua casa, no Sítio Malhada D’Areia, em 1998.Neste ano de 2008, contando seus noventa e quatro anos, está com boa saúde, embora passe seus dias sentada numa cadeira de rodas, após ter fraturado o fêmur da perna direita em conseqüência de uma queda. O osso está soldado, porém ela não consegue dominar o medo de andar. Essa limitação a torna um pouco isolada e sem movimento, o que pode está concorrendo para uma perda de lucidez.Argentina conta atualmente com 10 filhos:Maria Iolanda Gomes Leite (viúva) –Funcionária Pública.Osvaldo Gomes de Holanda – Engenheiro Agrônomo (aposentado).Maria Idevalda Gomes de Lima –Funcionária Pública.Francisco Gomes de Holanda – Comerciante.Antônio Gomes Neto – Funcionário Público (aposentado)Abrahão Gomes de Holanda – Veterinário.Vicente Gomes Sobrinho – Agricultor. José Gomes de Holanda – Engenheiro de Pesca e Professor - Funcionário da Secretaria de Educação do Estado do Ceará. Raimundo Gomes Filho – Administrador Hospitalar Maria de Lourdes Gomes de Holanda Cunha – Economista – Funcionária Pública da Prefeitura Municipal de Fortaleza. Faleceu em Fortaleza, no dia 04 de fevereiro de 2011.
Fonte: ogomesh@uol.com.br




Julieta Filgueiras (Patrona)

Julieta de Macedo Filgueiras nasceu em Lavras da Mangabeira, aos 19 de setembro de 1912. Filha de Pedro Tavares Filgueiras e de Maria das Dores de Macedo Filgueiras, e neta, pelo lado materno, de Maria Joaquina da Cruz e do tenente-coronel Joaquim Lobo de Macedo.

Foram seus avós paternos, João Luiz Tavares (Jonca) e Márcia de Castro Filgueiras: ele, originário de velhos troncos genealógicos do Cariri; ela, descendente de capitão Pereira Filgueiras, os quais, em Lavras da Mangabeira, distinguiram-se por sua projeção na vida social.

Julieta Filgueiras sempre demonstrou memorável vocação para as letras, tendo aprimorado, desde muito jovem, o seu talento de educadora, sendo as suas habilidades de poetisa e de professora bastante conhecidas em sua cidade natal, onde foi responsável pela formação moral e cultural de várias gerações.

Em Lavras, pertence à tradição das grandes professoras e educadoras do município, ao lado de Amélia Braga Moraes, Maria Luiza Lima, Guiomar de Holanda Férrer, Maria do Loreto Banhos, Stela Sampaio e Maria do Rosário Mota, confirmando, também, a ressonância de educadores do porte de Adolfo Carvalho, Joaquim Genu e João Augusto Banhos.

 É autora de um romance baseado nas origens de Lavras da Mangabeira, /intitulado Aroeira, e de um conjunto de poemas, livros que jamais publicou, mercê da sua modesta e do seu desprendimento, o que não impediu a sua eleição para patrona de uma das cadeiras da Academia Lavrense de Letras.

Julieta viveu as últimas décadas de sua vida em Fortaleza, onde faleceu aos 7 de novembro de 2009, contando-se entre os seus irmãos, os intelectuais lavrenses: João Filgueiras Lobo, uma das expressões da história da educação no Ceará; Ageu Filgueiras Lobo, médico e ex-professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; e Airan Filgueiras, advogada, escritora e artista plástica de renome, residente em Niterói, no Rio de Janeiro.

Como se outros atributos não lhe empanassem os méritos de poetisa e de educadora, Julieta é mãe do professor Itamar Filgueiras, gramático, filólogo e sócio da Academia Cearense da Língua Portuguesa. Em 2002, no transcurso dos seus noventa anos, foi editado, em Fortaleza, um folheto com alguns dos seus poemas, com o título: Emoções em Versos.

O nome de Julieta Filgueiras pode ser aferido, entre outros, nos seguintes livros: Lavras da Mangabeira – Um Marco Histórico (1984), de Rejane Augusto; Poemas e Lembranças (2008), de Neide Freire, e na quinta edição do meu livro – A Metáfora do Sol (Fortaleza, 2014). Sócio Titular da Academia Lavrense de Letras.
Fonte: Dimas Macedo.

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