terça-feira, 22 de junho de 2010

sábado, 19 de junho de 2010

RIR COM ANIMAÇÃO - Emerson Monteiro

Outro dia, assistindo ao programa Ceará DiVerso, do poeta Vandinho Pereira, na TV Verde Vale, me deparei com o personagem Tranquilino Ripuxado narrando uma de suas histórias engraçadas, que repasso aos leitores do jeito que pude guardar:
Dois compadres que se reencontravam e um deles perguntou ao outro:
- Manoel, você soube da morte de seu Joãozinho do Brejo?
- Soube, sim, compadre. Fui até no enterro dele.
- Pois é, compadre. Eu estava viajando e nem pude comparecer nas despedidas do amigo velho. Mas, compadre, diga como foi lá. Na ocasião, tinha muita gente?
- Ora, compadre, gente, tinha um tanto de gente. Só que nunca vi povo tão sem entusiasmo.
Bom, com esta rápida introdução, quero para falar um pouco da urgência do riso franco, verdadeiro, aberto, nas pessoas dos tempos atuais. Riso mesmo, cheio desse entusiasmo que, por vezes, invade todos os lugares. A história, modelo de irreverência, demonstra que o ato de existir pede alguma participação, vibração, interesse, inclusive na hora das exéquias dos rituais comunitários.
É isso que falta nestes dias de muito compromisso e pouca esportividade, gosto de viver e se animar nas celebrações da existência. Um povo frio, técnico, sisudo, dotado de grandes habilidades no volante dos automóveis, cumpridor das normas e obediências formais, no entanto exausto só de correr atrás da sobrevivência desenfreada.
Numa fase de esforço e preocupação com o dia de amanhã, para si e os seus familiares, patrimônio, fama, trajes e viagens apressadas, festas reservadas, salões atapetados, conjunturas e expectativas, quase nada se nota das cenas de cumplicidade, da leveza de ânimo, do companheirismo...
O riso perdeu aquele elã vital, como que sumiu do rádio, da televisão; os ditos programas humorísticos viraram programas chatos, artificiais, num país de excepcional história de humoristas que marcaram época; em poucas décadas sumiram da cena, e fazer graças virou tarefa, a bem dizer, impossível de voltar a acontecer.
Mais atrás, no calendário, havia os circos nas praças e seus felizes picadeiros, doses cavalares de gargalhas povoadas de palhaços espirituosos, algo típico de um tempo esperançado; linguagem das ruas, dos botequins, alcovas, numa festa inigualável de um Brasil de música inteligente, festas de largo preenchidas de foguetes e felicidade popular.
Quero crer, em face das mudanças climáticas que sacodem o Planeta em bases inesperadas, nisso venha nova safra de animação pelo ar, lembrando os sonhos mágicos da tecnologia nos três séculos transcorridos da Revolução Industrial, que chegou prometendo a democracia dos frutos do trabalho deste mundo.
E para conhecer mesmos os índices de desenvolvimento humano de um povo, observe-se a espontaneidade do riso e das suas comemorações nas conquistas sociais. Pois, no dizer do escritor Oswald de Andrade, a alegria é a prova dos nove.

sábado, 12 de junho de 2010

CONVITE - NOITE DE AUTÓGRAFOS

A escritora e poetisa lavrense, Rosa Firmo, tem a honra de convidar para o lançamento do livro "Rosário de Quitáiús" (Memória sócio-histórica do Distrito), de sua autoria. A obra será apresentada pelo escritor, poeta, crítico literário e intelectual lavrense, Dimas Macedo. O evento acontecerá no dia 01 de julho de 2010, às 19 horas, na Associação dos Fazendários - Rua: 25 de março, 537 - Centro - Fortaleza - CE.

Participem!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

PALAVRAS AO VENTO - Emerson Monteiro

Busco a espontaneidade para chegar aqui na frente desta máquina incandescente e me expressar livre de tensões ou preparações, dizer da apreensão quanto ao meu tempo e seus acontecimentos, qual testemunho do que precisar ser presenciado.
Falar com franqueza a propósito das aberrações que vêm sendo perpetradas pelo próprio homem de cuja humanidade também participo. Erguer a voz de modo objetivo a respeito das fraquezas exploradoras dos países opressores em detrimento dos povos indefesos. Circunscrever as aferições de burrices desencontradas, como a do vazamento esdrúxulo de milhões e milhões de barris de petróleo no Golfo do México, sangria ainda desatada por pura incompetência do capitalismo em desenvolver suas aventuras, detrimento impune da grande natureza, sem que se ergam, nos quadrantes do Planeta ofendido, vozes altivas e eficientes de nações similares, reivindicando a responsabilização dos principais culpados pelos desmandos praticados.
Nas guerras desencontradas dos interesses inconfessáveis da ganância, que possam a delinear os equívocos da destruição em massa de culturas milenares, o que se dá com ênfase no Afeganistão e no Iraque, nesta hora, sem atitude proporcional de repúdio dos bilhões de seres humanos que, apáticos, impotentes, assistem ao genocídio, semelhante ao que outros conquistadores simplesmente consideraram objetivos pessoais dos grupos que representavam, o quanto disseminaram de sangue e miséria Alexandre, César, Napoleão, Hitler, ao bel prazer das circunstâncias maléficas dos tempos, aplaudidas nos bastidores pelos magnatas detentores do dinheiro, dos minérios, das indústrias, mercados, seus financiadores clandestinos insaciáveis.
Agir pelas palavras que os meios permitem, para fincar marcos divisórios entre a consciência e a imbecilidade humanas, deste período, refletindo os valores da minha época, numa função denunciadora dos crimes praticados a céu aberto, à luz do meio-dia, ausentes da penitência daqueles que detêm o lucro, fator da subjugação dos ricos sobre as massas alienadas, relegadas a inúteis planos. Responder, na altura do drama, ao desafio do silêncio cúmplice dos absurdos desmatamentos e tanta destruição dos recursos naturais, a pretexto de produzir armas ou alimentos prejudiciais às espécies, sob os olhares obsessivos da rapinagem detentora do poder no mundo. Enquanto a máquina infernal da propaganda conivente usufrui do repasto oficial, passando caco de vidro por diamante, nas luxuosas feiras internacionais de tecnologia.
Usar a fala numa definição de princípios justos, destacando a honestidade como a melhor política e a dignidade como o único sentido dos sacrifícios coletivos, e fator de sobrevivência social, em um cenário de máscaras e fingimento, quando mentiras proliferam às escondidas e as versões satisfazem ao gosto amargo dos donatários nacionais, na medida em que adotam princípios inconfessáveis para comandar o destino da solitária multidão.
No andamento da escalada histórica de séculos e séculos assim jogados na lama, imprevidentes comandos desfilam, feras indomáveis, nos horários nobres das gerações, e tropas municiadas de sede e esperança gesticulam, nas trincheiras, avisos constantes da natureza seviciada, e sacodem, nos braços doloridos, as marcas dessa cavalgada grosseira. Novos dias, contudo, vêm nas margens do horizonte ao resplendor claro do Sol, exemplo maior de perfeição, num convite aos sonhos de união e paz a velhos corações indiferentes dos autores adormecidos da cena, que somos todos nós.

terça-feira, 8 de junho de 2010

QUE É FELICIDADE - Emerson Monteiro

Todos nós possuímos nossas razões de viver na variação dos interesses transitórios deste mundo cheio de elencos infinitos de pretextos para gozar. Torcer por times de futebol. Acompanhar novelas de televisão. Vícios variados; cigarro, droga, bebida. Mania de ler, de falar, comentar a vida alheia. Ganhar dinheiro. Gastar noites de sono precioso em mesas de jogo. Viajar pelo mundo observando outros povos e costumes. Andar de bicicleta. Passear de automóvel, no gosto e poder aquisitivo de quem usa. Criar cavalos de raça, peixes ornamentais, cachorros, coelhos, galinhas, ovelhas, patos, mocós, etc. Colecionar armas brancas, selos, gibis, mandatos, aviões, jóias, moedas, sapatos, livros, escrituras de terra, casas, perfumes, charutos, admiradores, canetas, vinhos, títulos universitários, entradas na polícia, visitas a museus, carimbos e passaportes, telas e desenhos, endereços eletrônicos, etc., etc.
Falar do que seja felicidade, por isso, reclama de observar cada indivíduo e o jeito se apegar a valores, na medida de cada freguês, pela ótica que lhe é própria.
Uns, visualizam apenas os detalhes; outros, o todo; sempre na intenção de si agradar, de achar satisfação nas jornadas desta vida.
Pelo transcorrer da história pessoal, topamo-nos com as oportunidades para construir justificações aos chamamentos, à proporção em que se aproxima o acerto das contas da história toda. Ainda não existe, contudo, um padrão universal que represente a felicidade, que reúna elementos de certeza absoluta, que explique nossa origem, o que estamos fazendo aqui e para onde iremos depois, nos segredos do Universo.
Há, sim, versões mitológicas, filosóficas, religiosas, acadêmicas, porém prova provada, definitiva, aceita sem conflitos por toda gente e em todos os lugares, isso ainda esperam os habitantes desta terra.
No entanto, viver é preciso, e sob o signo da felicidade, livre do que dizem e pensam as ruas, os botecos e clubes. Só avaliar objetos, sentimentos, fenômenos fica devendo para esclarecer o enigma das gerações. A escolha da adoração particular, sem preencher com clareza o espaço da verdadeira expectativa, mostra limitação que resiste à busca, no entanto, demonstra necessidade de ir em frente, firmes, sem desprezar os deveres de filhos, pais, cidadãos e contribuintes.
No frigir dos ovos, resta, então, mergulhar de cabeça dentro de nós próprios, indo às profundidades da alma, escarafunchar as entranhas, experimentar os sabores na relação com o todo, independente dos sentidos animais, e achar o propósito mais íntimo da realidade.
Nisso encontrar-se-á, na essência, sentimento alto que acolhe de braços abertos, o amor, Ser supremo, ente maior das filosofias, natureza fundamental da Criação, algo semelhante à fonte inesgotável jamais imaginada. E descobrirá transformação noutro patamar de circunstâncias que revelará novos sonhos e dimensões nunca presenciadas nas coisas materiais.
A interpretação, portanto, do que seja felicidade ressurge das virtudes adquiridas nesse acontecimento, após o desencanto dos prazeres fáceis.
Com isso, a vida ganhará novas cores e o palco da fantasia revelará outra possibilidade, no sentido pleno da caminhada. Resultado, o conceito de felicidade ampliará o viver da multidão, que nisso experimenta os frutos e as formas da beleza definitiva de uma nova humanidade.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

COMEMORAÇÃO DE 2º ANIVERSÁRIO DA ALL NA ACADEMIA CEARENSE DE LETRAS.

Dr. João de Lemos tomando assento para presidir a sessão.






O jornalista e apresentador Evandro Nogueira, abrindo o evento.


Pe. Amorim, João de Lemos, Linhares Filho e Mariazinha.





















Rosa Firmo, esposo e amiga na posse da Nova Diretoria da ALL.









terça-feira, 1 de junho de 2010

SOMBRAS DA ILUSÃO - Emerson Monteiro

A força de seres humanos justificarem seus desejos beira os limites do infinito. No afã de motivar suas ações, pessoas estabelecem objetivos inalcançáveis e enormes sacrifícios individuais e coletivos, a ponto de ocasionar equívocos, atrasos e destruições, invés do progresso. Nisso, os chefes transferem às massas o peso maior das responsabilidades, rápidos mergulhos nas páginas da história bem demonstram com enorme facilidade.
Não fossem os riscos grosseiros lançados às multidões, caso apenas seus autores respondessem pelas ações irrefletidas na própria pele, e seria a conta pela receita, sem queixumes ou críticas, bater a poeira e começar de novo.
Entretanto, os frutos da fome dos dominadores nunca se restringem apenas aos botões que carregam no âmbito da autoridade. Derramam pelos oceanos, confrangem populações distantes, aquecem temperaturas, danificam a saúde pública, aumentam o desconforto das famílias, invadem a paz, sacrificam até a natureza-mãe e atrasam o desenvolvimento social. Eles ocupam os lugares, erram, ou nada produzem do esperado e necessário.
Nessas experiências inúteis e aventuras vaidosas, líderes ocasionais se aboletam nos tronos e esbanjam os recursos de suor e sustento da grande população, juntados, a duras penas, de impostos e taxas.
O sistema democrático virou moeda de troca do jogo político de séculos, nível mais alto da tradição coletiva de todo mundo. Equivaleria àquela coisa que alguns dizem do casamento: ruim com ele, pior sem ele. Ruim com ela, pior sem ela. A democracia, governo do povo, pelo povo, para o povo, mantém os seus caminhos abertos e livres ao acesso de milhões. Diante de um aparato legal, partidos políticos se organizam e a cidadania prevalece.
Porém o governo ideal insiste habitar a casa do sonho. Enquanto a matéria prima humana precisar de aprimoramento, e a moral insistir morar longe da Ética, a pisada é trocar seis por meia dúzia.
Turnos eleitorais, que significariam festas da democracia, viram palcos de negociações interesseiras entre pessoas e grupos, e custam elevadas somas em termos de propaganda, favores, telhas, tijolos, sacos de cimento, dentaduras, varas de cano, bicadas de cachaça, cervejadas, churrascos, naquele império capenga da torpe demagogia, do aviltamento da dignidade e da ausência do decoro, pois viciaram as massas.
Quando, nessas datas, o drama popular ganha ruas e praças; armam-se picadeiros e palhaços sobem nas pernas de pau do marketing político para gritar frases de efeito, no circo da ilusão. Nada justificaria, contudo, fugir dos princípios democráticos. O ânimo de achar o caminho da transparência reclama, outra vez, eleitores conscientes e sempre escolha de melhores representantes e administradores públicos, em nova e rica oportunidade.