Afinal o Congresso aprovou (dia 19 de maio de 2010) o projeto Ficha Limpa, dificultando assim o registro de candidatos às eleições brasileiras que hajam sido condenados por crimes graves após decisão colegiada da Justiça (mais de um juiz). A inelegibilidade do político será de oito anos.
Eis medida das mais prudentes, que de há muito reclamava definição, porquanto lugar de apenado é sob a guante da Lei e não a representar faceiros a coletividade, numa atualização das melhores, pois, com ênfase neste ano eleitoral.
Filtrar ao máximo vira assim palavra de ordem na política brasileira e afasta do cenário graves ameaças que circulam livres nos corredores das urnas, a cada pleito.
Sabe-se, no entanto, que a decisão final da política veem dos eleitores. As práticas carecem de urgentes mudanças no trato com o voto, sobretudo por parte dos responsáveis diretos pelo assunto, no caso os votantes.
Inexistiriam corruptos não houvesse corruptores. No caso da política, o procedimento torna-se de mão dupla. Corruptos e corruptores tendem a se confundir no decorrer da dramatização, palco eivado de vícios crônicos.
Quando candidatos inescrupulosos aliciam batalhões de eleitores para chegar e permanecer nos mandatos agem premidos pela solicitação das benesses fruto da inanição secular do mercado em que se tornou o território das madrugadas eleitoreiras.
O mesmo tanto ocorre no instante em que eleitores estendem as mãos para receber benefícios, inconscientes do poder auspicioso que tem o voto na determinação do futuro da sociedade.
Aspira-se, por isso, diante da recente decisão que os fichas limpas honrem o vigor da nova legislação e que o panorama da política nacional mereça valores proporcionais à grande carência de líderes comprometidos mais com o povo do que consigo próprios e suas camarilhas ambiciosas.