quinta-feira, 4 de agosto de 2011

SENTIR A DOR ALHEIA - Emerson Monteiro



Isto já ensinam as religiões desde priscas eras, em se colocar no lugar do outro nas horas necessárias, para saber o que ele sentirá diante das circunstâncias que o levaram ao erro de comete delitos graves ou leves quais sejam. Antes dos julgamentos prévios há de haver essa formação de uma consciência da dor que ele amargura, e, só então, agir e condenar.

Tais avaliações anteriores às sentenças previnem o risco das limitações humanas; o impulso dos interesses particulares e injustos. Invés de jogar mais carga nas costas dos semelhantes pela precipitação, buscar, sim, diminuir o peso que outros carregam, porquanto, no solo comum das existências, funcionam bases maiores da justiça que predominam todo tempo.

Inúmeras vezes, o egoísmo dos desejos próprios determina as ações das criaturas, levando-as ao tribunal antes de realizar os julgamentos a que se propõem. No Evangelho, Jesus trata o assunto com extrema clareza quando fala de quem enxerga o argueiro no olho dos outros e não vê a trave que existe no olho de quem julga. Bem humano esse jeito de laborar, no transcorrer dos séculos.

Com isso, aprender a lição da transferência para si mesmo das agruras alheias, o que facilita sobremodo o gesto de viver, orientação dos campos da sabedoria. Observar na distância de algumas braças até compreender e julgar, e procurar a justiça nos armários da consciência individual, pois a lei superior mora gravada no íntimo do ser que somos, a fim de enquadrar os companheiros de viagem nos artigos em que é sujeito lá estarmos escondidos, eis uma norma de real valor, neste mundo ainda contraditório.

O resultado dessa atitude refinada produzirá frutos bons junto ao direito universal da Natureza, nos momentos que virão depois, guardando saldos positivos de bênçãos em forma de saúde perfeita, amizades, respeito coletivo e construção definitiva das esperanças de um paz social duradoura em benefício de todos nós.
Jornalista analisa a obra musical de Chico Buarque




Fonte: O POVO Online/OPOVO/Vida e Arte
04.08.2011
01:30




No livro, Cristina de Almeida Couto trata dos aspectos da vida urbana nas canções do cantor e compositor carioca (DIVULGAÇÃO)

O carioca Chico Buarque de Holanda é intelectual de mão cheia. Cantor, compositor, escritor e teatrólogo, ele construiu ao longo dos seus 67 anos uma obra complexa e aberta às mais variadas interpretações e análises. Esta obra já muniu pesquisas sobre suas relações com a política, com a mulher, com o amor, com a história da música popular a agora ganhou olhar sobre sua relação com a cidade.
No livro As Cidades de Chico Buarque (Imprece Editorial), a jornalista e publicitária Cristina de Almeida Couto tomou cinco canções do compositor, mais pesquisas e entrevistas, para observar como ele trata diferentes aspectos da vida urbana. São elas As vitrines (1981), Construção (1971), Geni e o Zeppelin (1978), A Banda (1966) e Vai Passar (com Francis Hime, 1984). A análise se divide em três partes. O tempo e o artista trata de vida, obra e política, com foco nas divergências de Chico com a ditadura. Em As muitas faces de uma cidade, Cristina trata de como o autor relaciona cidade com fetiche, publicidade e consumo. Já em A transformação da cidade ela narra as mudanças trazidas pela modernidade e mesmo pelo Carnaval.


A pesquisa de Cristina, que é natural de Lavras da Mangabeira, centro-sul cearense, foi apresentada como trabalho de conclusão do curso de comunicação social, em 2005, mas só agora foi publicado, por sugestão do conterrâneo Dimas Macedo. O livro será tema hoje (4), às 18h30min, do programa Troca de Ideias no Centro Cultural Banco do Nordeste, com participação de Nelson Barros da Costa, professor-doutor em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Na conversa e pelas quase 100 páginas do trabalho, o leitor encontrará os letreiros que colorem ruas, o mangue, o cais do porto, os paralelepípedos da velha cidade e personagens como o caminhante, a prostituta e o trabalhador. Elementos que ganham outra importância diante do olhar atento de um compositor como Chico Buarque.

SERVIÇO

AS CIDADES DE CHICO BUARQUE, DENTRO DO TROCA DE IDEIAS

O quê: lançamento de Cristina de Almeida Couto, com participação do prof. Nelson Barros da Costa
Quando: Hoje (4), às 18h30min
Onde: Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza (Rua Floriano Peixoto, 941 – Centro)
Quanto: aberto ao público. O livro custará R$20.
Outras info.: 3464 3108

Marcos Sampaio