domingo, 31 de maio de 2009

HOMENAGEM DO PRESIDENTE DA ALL A FILGUEIRAS LIMA

ANTÔNIO FILGUEIRAS LIMA

Aos 21 dias do mês de maio do ano de 1909 nasceu, em Lavras da Mangabeira, Antônio Filgueiras Lima que, neste ano de 2009 comemora-se seu centenário de nascimento. Uma vida marcada por muitas realizações como poeta muito aplaudido, como educador, pois na frase “ensino como quem reza: com a alma genuflexa” está a sua filosofia de homem dedicado à educação..., um verdadeiro atestado de sua extraordinária dedicação à educação brasileira.
E é grande expressão literária que, em relação aos intelectuais nascidos em Lavras da Mangabeira, ele tem lugar de destaque como escritor saído das entranhas do Vale do Salgado para o mundo. Por tantos méritos, apesar de festejado, ainda torna-se necessário maior empenho na preservação de sua obra e de memória.
Filgueira Lima era um extraordinário tribuno e, como relata Juarez Leitão em sua obra recente, a conferência que ele pronunciou em São Paulo em 1939, no Auditório do Jornal Gazeta, apesar de chover torrencialmente na Capital Paulista, “a afluência ao auditório do jornal Gazeta... não foi abalada..., na tribuna um cearense discorre sobre outro cearense – José de Alencar - a quem considera o maior dos cearenses”.
A Academia Lavresse de Letras não poderia deixar de homenageá-lo e o fez como Patrono da Cadeira 03, tendo como primeira ocupante a professora e escritora Raimunda Neide Moreira Freire.
Ao fazer este registro, longe de trazer a público a real personalidade de Filgueiras Lima, nome de grandeza curricular que muito honra Lavras da Mangabeira e a nossa Academia, apenas procura não deixar sem uma palavra para homenagear a sua memória neste centenário de seu nascimento.

Fortaleza-Ce maio de 2009.
João Gonçalves de Lemos, Ocupante da Cadeira 11, tendo como Patrono João Gonçalves de Souza.

sábado, 30 de maio de 2009

Convite


Academia Lavrense de Letras comemorará, dia 1º do mês de junho próximo (segunda-feira), o primeiro ano de sua fundação e, na ocasião, a Entidade prestará homenagem a Dom Helder Pessoa Câmara no ano de seu centenário de nascimento, cabendo ao acadêmico Padre Clairton Alexandrino de Oliveira fazer pequena exposição sobre "O Profeta da Paz", seguida de debate. O evento ocorrerá às 17 horas na Sala do Mini-Auditório, próxima à Recepção, Seminário da Prainha, entrada pela Rua Tenente Benévolo.

João Gonçalves de Lemos

Presidente

Informações: 3226-4173 (Jeová Batista)

3219-6988 (Mário Bezerra)


quarta-feira, 27 de maio de 2009

RELATÓRIO DO EXERCÍCIO DE 2008


Apresentação
A ALL foi fundada em 01 de junho de 2008 e no ato da inauguração foram criadas (40) quarenta cadeiras, designados consensualmente (30) trinta patronos e igual número de acadêmicos para assentarem-se como sócios fundadores; restando 10 cadeiras a serem ocupadas futuramente. Os Acadêmicos e seus respectivos patronos são os apresentados na listagem inicial deste blogger:

Atividades Gerais e Reuniões
- Fundação em reunião do dia 01/06/2008;
- Elaboração e Aprovação do Estatuto em reunião do 06/07/2008;
- Criação do Hino da Academia pelos companheiros Linhares Filho (Letra) e Nonato Luiz (Musica);
- Criação Bandeira pelo Artista plástico Bruno Pedrosa;
- Diploma idealizado por Dimas Macedo e confeccionado e impresso por Geraldo Jesuíno
- Medalha idealizada pelos companheiros João Gonçalves de Lemos e Jeová Batista de Moura, cunhada pela Empresa ALUPRINT;
- Documentação legal, Formalização da Academia com Certificação de Personalidade Jurídica e inscrição cadastral para CNPJ da Academia junto a Receita Federal do MF;
- Arrecadação da Taxa junto aos acadêmicos, formação de fundos e cobertura de custos iniciais (inclusive cunhagem da medalha), por Mario Bezerra Fernandes, através do BB – Agência 3468-1 Conta Corrente nº 10.170-2;
- Pagina Eletrônica - criação de Cristina Maria de Almeida Couto e Jeová Batista de Moura, implantado no endereço http://academialavrensedeletras.blogspot.com/;
- Perfil dos Patronos e Acadêmicos, coordenação de João Lemos;
- Contatos com a OBOÉ como promotora de eventos, para realização da Solenidade de Apresentação da Academia, efetivados pelo Presidente Dimas Macedo;
- Almoço / Reunião realizado no dia 18 de outubro, no Restaurante Dallas Grill, sito a Av. Dom Luís, 1219 – Meireles – Fortaleza – Ceará, quando tratamos de detalhes mais restritos a realização de ações efetivas das Solenidades de Apresentação e Instalação da Academia em Lavras da Mangabeira.
- Solenidade de apresentação da Academia à comunidade lavrense, Projeto da Semana Lusofônica e lançamento de Revista comemorativa ao centenário de Machado de Assis, realizada as 18:30 horas, na OBOÉ (Rua Maria Tomázia), dia 18 de novembro de 2008.
- Contatos com autoridades no Município de Lavras da Mangabeira para acertos da solenidade de instalação da Academia naquela Cidade.
A ALL entre 01 de 06 e 31 de/12/08 realizou cinco sessões conforme registros no Livro de Atas; valendo destacar a sessão solene de 13 de Dezembro de 2008 em Lavras da Mangabeira que constituiu o momento de instalação da entidade, a solenidade foi concorrida, constituída dos seguintes momentos:
o Missa em ação de graças;
o Sessão Solene na Câmara Municipal;
o Jantar oferecido pela Prefeita Dena.
Todo esse conteúdo e relatos adicionais podem ser acompanhados na internet através da página http://academialavrensedeletras.blogspot.com/, onde dispomos de um farto conteúdo a disposição da comunidade lavrense e interessados.

Financeira
Em resumo é o seguinte: Receita R$ 2.820,00 (21 contribuições) sendo que (08) oito sócios ainda não contribuíram.
Despesas R$ 3.270,00 (conforme documentos comprobatórios) sendo que o déficit no valor de R$ 450,00 deve ser ressarcido ao Tesoureiro da ALL que financiou.
A Diretoria da ALL realizou no período (08) oito reuniões para tratar de assuntos administrativos pertinentes a ALL conforme Notas registradas em Livro próprio.
Sede: A ALL conseguiu instalar-se provisoriamente na Rua Hilda Augusto, 121 - Sala 06, cedida pelo Acadêmico Francisco Arruda Sobrinho no prédio da RVS
A ALL através de sua Assessora de Marketing Senhora Cristina Couto, implantou bloger na internet na qual constam atos e fatos da ALL. Trabalho de Boa Qualidade.
A ALL objetivando sua consolidação tem buscado junto a diferentes instituições (Municipal e Estadual) da instalação condigna da entidade, por outro lado considerando a importância culural da ALL, pugnou junto a Prefeita de Lavras, no sentido de criar uma Sec dedicada a Assuntos Culturais. E A ALL sem envolvimento de cunho político partidária, prometeu colaborar para o desenvolvimento do setor, apresentando projeto nesse sentido.
Fortaleza, 31 de Dezembro de 2008.

Dimas Macedo
Presidente

João Gonçalves de Lemos
Vice-Presidente

Jeová Batista de Moura
Secretário Geral

Mário Bezerra Fernandes
Diretor Financeiro e de Eventos

Gilson Batista Maciel
Diretor Executivo

domingo, 24 de maio de 2009

CENTENÁRIO DE FILGUEIRAS LIMA



Memória

Um espírito livre

Educador, poeta e espírito livre: hoje, 21 de maio, comemora-se o centenário do poeta Filgueiras Lima, um arquiteto do humanismo e poeta das coisas da terra o povo

Henrique Araújo.

Edição Especial – 21 de maio de 2009.

Se Antônio tinha uma dúvida de português, procurava imediatamente o pai, que, interrompendo as leituras costumeiras, folheava os quatro ou cinco dicionários à mão. Lá fora, corria o dia em Lavras da Mangabeira, no interior do Ceará. Vez em quando, um vento frio vinha do rio Salgado. Na casinha da família, o pai colhia de cada volume o significado da palavra procurada. Queria que o menino descobrisse: havia nuances. Demorada, a operação fatigava o caçula do professor e poeta Filgueiras Lima, cujo centenário é comemorado hoje na escola que, ao lado de Paulo Sarasate, ajudou a fundar em 1938. Por telefone, Antonio, hoje com 60 anos, relembra os menores gestos do pai. Fala da sala da diretoria do colégio Lourenço Filho. Ali, comanda o empreendimento que foi a menina dos olhos de Filgueiras Lima.

“Vamos comemorar o centenário do poeta realizando o que ele sempre fazia: uma eucaristia com os alunos da escola”, adianta Antônio Filgueiras Lima Filho. Porque educação e poesia sempre formaram um par ordenado harmônico na vida de Filgueiras Lima. No livro Ensina como quem reza - Vida e tempo de Filgueiras Lima, biografia assinada por Juarez Leitão disponível no site que trata da obra do poeta, lê-se: “Havia entre o poeta e o professor a mais perfeita compatibilidade e, ao que parece, mais do que compatíveis, a poesia e o ensino se fizeram em sua vida reciprocamente necessários. Não poderíamos ter o poeta sem o compromisso humano do Educador, a repartir seu conhecimento, suas descobertas, sua filosofia e suas crenças com outros construtores do mundo, a juventude vigorosa que deveria continuar a compor o tempo, a vida e o país”. Foi assim desde o início. Mesmo antes da publicação de Festa de ritmos (1932).

Mesmo antes de ocupar a função de Inspetor Regional do Ensino, ainda em 1927. Para o escritor e professor Dimas Macedo, Filgueiras Lima “foi um dos grandes poetas do modernismo do Ceará”. Se antes dedicara-se de corpo e alma ao manuseio do soneto tipicamente parnasiano, com os ventos de mudança soprados pela Semana de 1922, o poeta cearense renovou-se. E, com ele, a poesia local. “Filgueiras participou do primeiro momento desse modernismo, da fase mais heróica. E foi também um grande educador e um dos poetas mais populares do Ceará. Era disputado nas escolas pra recitar os poemas.”

Ainda segundo Macedo, a temática da poesia de Filgueiras Lima “era telúrica”. Assim, ele acredita, a obra “Terra da luz condensa essa temática”. Outra grande marca da poesia do cearense era a sonoridade. “Poeta de sonoridade muito aguda e forte apelo amoroso. Poeta de grande significação e grande arquiteto do movimento Nova Escola”. Filgueiras defendia a língua nacional e empunhava a bandeira dos heróis brasileiros que participaram da II Guerra Mundial. De acordo com Macedo, essas características não entravam em choque com o ideário modernista. Juarez Leitão escreve: “Sonetista caprichoso, mestre do bendizer parnasiano, da rima e da métrica, não temeu a chegada da poesia moderna, sendo no Ceará um de seus precursores. Evoluiu, ousou, atirou-se sem medo no novo modelo formal dos seguidores da Semana de 22. Isto é, quando andou trouxe o tempo e do tempo continuou a fazer o barro de suas fantasias”.

Filgueiras Lima nasceu em 21 de maio de 1909 e faleceu em 28 de setembro de 1965. Deixou três filhos e esposa, dona Amazonia Braga de Filgueiras Lima. Escreveu Festa de Ritmos (1932), Ritmo Essencial (1944), Terra da Luz (1956) e O Mágico e o Tempo (1965). Em 1990, a Imprensa Universitária publicou o volume contendo as obras completas do poeta. Foi professor e escritor. Fundou o Conselho de Educação do Ceará.


EMAIS

A saudade do piano

(de Festa de ritmos)

Em meio à sala, agora tão deserta,
o piano dormita.
E uma saudade como que palpita,
desperta,
na sua alma trêmula de sons,
na sua alma de riso e de queixume,
irmã das almas límpidas dos bons,
onde florescem sonhos e segredos:
– é a saudade sutil de teu perfume,
– é a saudade macia de teus dedos...

http://www.opovo.com.br/opovo/vidaearte/879085.html



segunda-feira, 11 de maio de 2009

APRESENTAÇÃO DE HILNÊ COSTALIMA NA POSSE DA ACSC - Por Dimas Macedo

Entre a Razão e o Silêncio

Entre a razão e o silêncio, a escansão da vida se faz a partitura de tudo o que existe no cosmos. Ao Ser não é dado renunciar à sua condição, cabendo ao universo dos signos simbolizar aquilo que a linguagem não conseguiu expressar em toda a sua profusão.

Um rio, por exemplo, pode se transformar, com o tempo, na má consciência de um povo ou da comunidade a quem serviu qual um sopro de vida; mas pode simbolizar e significar o sentido último do devir para o qual converge um projeto de vida que se faz a memória rebelde de um povo.

Nasci às margens de um pequeno rio, o Riacho do Rosário, e cresci, assim como Hilnê Costalima, na margem esquerda do Salgado, o mais belo de todos os rios do mundo. João Gonçalves de Lemos, o Presidente desta Academia de Ciências Sociais, nasceu na margem direita do Riacho do Meio, o mais contorcido braço do Salgado, cujas águas, plenas e soberbas, irrigam o corpo e o espírito de uma das mais frescas e úmidas regiões do Ceará.

O Sítio São Domingos, próximo ao Santa Inês e ao Carnaúba, situa-se na margem direita do Salgado, em demanda de outra sorte de águas cujas corredeiras alimentam alguns dos primeiros e mais sólidos açudes do município de Lavras. Nesse trecho de terras, marcado pelo cultivo do algodão e pela fibra de um dos maiores políticos do Nordeste – Raimundo Augusto Lima -, reinam os olhos de Moreninha Augusto, patrona da cadeira que Hilnê Costalima passa a o ocupar.

A nossa condição de lavrenses – a minha, a de Hilnê Costalima, a de João Gonçalves de Lemos e a de Moreninha Augusto -, constitui o traço que nos une neste ensejo e neste espaço de convívio acadêmico, posto que o Planalto dos Lemos e as águas da Cacimba da Pedra ungiram, de primeiro, a serenidade e a tribuna com que o Presidente desta Casa conduz o destino das Ciências Sociais no Ceará.

Lavras da Mangabeira é a ostra e o vento que nos mantem imantados a um sonho que nunca termina; e Hilnê Costalima é o remanso de flores que as águas brumosas do Salgado trouxeram até a Praça dos Leões, para ornar, com seus lírios e com a oratória castiça da autora, esta noite de lavrensidades e de lavragens de letras e afetos que já navegam em mares de Iracema.

O ritual não me pede que aqui exponha o perfil de Maria Augusta Férrer Lima ou Moreninha Augusto, senão que decline que ela é filha de Maria Cira Férrer Lima e de Raimundo Augusto Lima; que nasceu em Lavras da Mangabeira, a 07/05/1910, e faleceu no Rio de Janeiro, aos 22/11/1981; e que foi uma educadora sutil e maneirosa, cuja inteligência transcendeu aos limites do seu município de origem, fazendo-se, na seara acadêmica, uma das primeiras assistentes sociais do Brasil.

No meu livro Lavrenses Ilustres (1981, 2ª. Ed 1986) traço-lhe o perfil de educadora e de pioneira do serviço social e de autora de dois livros importantes: Manual da Mulher (1982) e Uma Experiência de Serviço Social de Grupo (1952), este último a sua tese de graduação em Serviço Social.,

E se nada mais digo, acerca de Moreninha Augusto, é para não roubar o brilho da tribuna de Hilnê. Acrescento, contudo, este traço: se Moreninha foi educadora de peso, esta também foi a condição de suas irmãs: Alda Férrer Augusto Dutra e Nícia Augusto Gonçalves, honrando-nos esta última com a sua presença.

As famílias Férrer e Augusto, de Lavras da Mangabeira, unidas, em grau de afeição duradoura, na casa em que Moreninha Augusto veio ao mundo, ganham, nesta noite de sinos e de lavrensidades consistentes, um motivo solene para reverenciar essa ilustre figura de mulher.

Vicente Férrer Augusto Lima, o seu irmão querido; Aurélia Teixeira Férrer, a tia materna, poetisa e religiosa de projeção internacional; Raimundo Augusto Lima, o pai extremoso; e Antônio Augusto Gonçalves, o sobrinho que se fez um padrão de ética na política, são nomes que se gravam com ouro, não apenas na história de Lavras, mas no meu coração e no meu imaginário de lavrense.

Hilnê Costalima, o primeiro nome feminino da oratória cearense, é escritora que se impõe à luminosidade desta Academia. É cristal que rebrilha e que há de ilustrar os salões desta Academia e de outras instituções que aqui se reunem , às vezes já tão infestadas de vazios que não mais se contam.

Intelectual refinada e austera, purista da língua e do vocabulário, retora primorosa, poetisa de metros escandidos e romancista de letras e silêncios que se ouvem nos recintos da alma, essa minha conterrânea da cidade de Lavras, é mulher que nos dá trabalho com os fulgores e os rigores da sua inteligência.

Contamos, eu e ela, uma amizade que não se fez colhida em arapucas, senão que dosada na linha soberba da admiração e do respeito e cimentada no padrão de amizade e convivência ética com que os nossos pais, Olívio Batista Lima e José Zito de Macedo (Zito Lobo), teceram um exemplo de vida social edificante que se impôs à história social do nosso município.

Eu e Hilnê nos orgulhamos de Zito e de Olívio e cremos, vivamente, que parte significativa do que somos resulta dessa raiz ancestral, que nos fez, assim, amantes das estruturas da língua e do vocabulário filosófico.

Falar da trajetória de Hilnê, como se ela fosse um verbete biográfico desses que se encontram em livros cansativos, talvez não me animasse tanto nesta noite. Digo tão-só que ela é assistente social, funcionária pública estadual aposentada, professora universitária de renome e que realizou o seu curso de mestrado na Universidade Federal de Pernambuco.

Destaca-se, tanto na Academia Cearense de Retórica, quanto na Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil e no Centro Latinoamericano de Trabalho Social, sediado em Lima, no Peru, pela excelência das suas linhas de pesquisa e pelos fulgores da sua alocução.

A poesia se faz presente em sua vida em livros tais os que entitulou: Momentos (1990), Outras Janelas (1994) e Diário de uma Cordelista (2002). Memória Rebelde (1998) é o traço distintivo da sua veia de memorialista; e Discursos Acadêmicos e Outras Falas (2005) é o livro que veste de linhagem gráfica a sua dimensão de retora e de musa da oratória cearense, como já se disse, à larga, em diversos espaços da Provìncia.

É salutar saber que Hilnê continua produzindo, e que no seu livro, intitulado Nos Bastidores de um Mestrado Acadêmico (2008), ela como que ironiza a retórica do vazio e os saberes de araque, que já sufocam, de morte, a pesquisa de pós-graduação no Brasil, porque assim já se fizeram esses nichos petulantes e, às vezes, totalmente ocos em que a Universidade expõe as suas trivialidades

Na obra literária, memorialística, retórica e acadêmica de Hilnê existem pontos de luz, inteligentemente preparados, e pontos de declive que sempre me pareceram os que mais se elevam, face ao aparato linguístico e ao corte gramatical e semântico. Texto duro, às vezes; texto cáustico e contundente, quase; texto polido e aninhado, sempre.

O que considero bem escrito em sua obra? Tudo. O que vale a sua vida toda de esteta? Um romance, o Joana Célia – Enrtre o Silênco e a Razão (2008). O que contém esse livro? Um testemunho de fé na existência e a certeza de que o mundo, independentemente das vitrines do outro, é regido por uma lei infalível, e que o triunfo do silêncio se fará de par com a razão, não importando o hemisfério cultural onde cada pessoa se encontra.

Joana Célia é uma mulher de coragem e de convicções e esclarecimentos políticos que nos dão, com esmero, as leituras da ilusão e dos simulacros do capitalismo que distorcem a visão até o limite da cegueira generalizada.

Anima-me que a personagem central do seu livro tenha a convicção de uma coisa: a cena social e política vivenciada na fase derradeira do capitalismo é uma grande trapaça. E que existe um método capaz de explicar essas deformações de ordem financeira: o método sistematizado por Marx, o maior de todos os profetas da modernidade e o importante .pensador das ilusões do Capital

Joana Célia é uma Costa Lima, com certeza. Talvez uma Teresa Lúcia ou uma Célia Batista ou, quem sabe, uma Maria Caldas revirada pelo avesso e exposta a partir do alfabeto da sua introversão.

E quem poderia ter inventado essa personagem tão controvertida , senão a filha de Olivio, senão a irmã de sangue de Majela, senão esssas Hilnês travestidas em Joanas ou em Célias ?

Um rio o romance de Hilnê, em cujo leito uma alma se quer desnuda diante dos seus paradoxos, até o limite em que a arte encontra a expressão do ser e se mede em estéticas de recepção e de epifanias.

Vivam, portanto, a letra e o discurso de Hilnê e que se façam coros para entoar a sua entrada nesta Academia.

Fortaleza, 08 de maio de 2009

Dimas Macedo

sábado, 2 de maio de 2009

CARTA RENUNCIA

Jeová:
Estou me dirigindo, a um só tempo, ao amigo e ao Secretário-Geral da ALL. Peço que despreze a segunda
condiçao e se valha dela apenas para atender ao pedido que estou lhe formulando: a preparãção de uma
ata extraordinária da ALL, com o registro da minha renúncia à condição de presidente da entidade, mencionando-se
que o vice-presidente assumirá a presidência até ulterior deliberação.
Gostaria que a Ata me fosse apresentada através do vice-presidente, Joao Gonçalves de Lemos, para assinatura.
Não existe causa a registrar nem comentários a fazer. Estou comunicando aos demais membros da Diretoria e a todos
os confrades a minha decisão.
Espero que assim A Academia Lavrense de Letras encontre um tempo novo para a realização dos seus objetivos.
Sou-lhe grato por tudo. Grato a você e a todos os membros da Diretoria da ALL.
Esclareço que amo a ALL e que continuarei a amando. E que não vou me afastar dela, jamais, pois a construí com
carinho e nela estão todas as letras do meu sangue.
O resto é silencio.

Dimas Macedo


II Simpósio Lusofônico - Ceará/2009 - Fotos














14/04 - Auditório na abertura do evento. Execução dos Hinos Brasileiro e Português.
14/04 - Mesa na abertura do evento: Dr. Armando Ferreira, Dr. Francisco Brandão, vereador Acrisio Sena, Dr. Gentili, Dr. Amandio Silva.