sábado, 4 de dezembro de 2010

CADEIRA Nº 40

Vicente Bezerra Neto (Patrono)

Filho de Raimundo Nonato Bezerra (Bidu) e de Maria da Costa Bezerra (Mariquinha), nasceu Vicente Bezerra Neto em Lavras da Mangabeira, aos 12 de setembro de 1910. Ali iniciou os estudos primários, prosseguindo-os em Fortaleza, para onde se transferiu, aqui ingressando na Faculdade de Direito do Ceará, por onde saiu Bacharel em Ciência Jurídicas e Sociais em 1935.
Em Fortaleza, ainda como estudante, revelou-se um dos maiores jornalistas do nosso meio, fazendo àquela época, quase que sozinho, o Correio do Ceará. Quando formado, depois de breve estada no Rio de Janeiro, onde igualmente desempenhou as funções de jornalista, a convite do então Senador Felinto Müller, que via no moço taciturno e solidário grandes perspectivas de progresso, transferiu-se para o Estado do Mato Grosso, onde fixou residência definitiva.
Ali continuou as atividades jornalísticas e, por concurso, ingressou na carreira de Promotor Público, servindo a várias comarcas do interior daquele Estado. O contato com o povo através da militância na imprensa e da promotoria, levou-o a ingressar na carreira política, de que foi uma das maiores expressões, tanto no plano estadual, quanto no plano federal, onde representou o Estado, inclusive como Senador da República.
Em Mato Grosso, em duas legislaturas, desempenhou as funções de Deputado Estadual, tendo sido também Deputado Federal, vice-governador e governador interino daquele importante Estado do Federação.
Filiado ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e registrado pela legenda Aliança Democrática Social Trabalhista, em 07 de setembro de 1962, com 69.396 votos, foi eleito Senador da República, para o exercício no período de 01 de fevereiro de 1963 a 31 de janeiro de 1971.
No Senado Federal, como integrante da bancada do PTB, foi escolhido Vice-líder da Maioria, tendo ali integrado, como titular, as comissões de Transporte, Comunicações e Obras Públicas, Constituição e Justiça e Economia e Saúde, e, como suplente, as comissões do Direito Federal, Indústria e Comércio e Relações Exteriores.
Em junho de 1963 foi indicado pelo PTB para representar o Senado na Delegação do Brasil à Conferência Internacional do Trabalho, realizada em Genebra, Suíça, sob o patrocínio da Organização Internacional do Trabalho. Em outubro de 1966, integrou a Missão Diplomática à República Argentina, Chile, Bolívia e Uruguai. Da mesma forma, representou o Brasil na Conferência Interparlamentar da Haia.
Jurista notável e escritor de grandes recursos, é autor, entre outros, dos seguintes livros: Missão em Nova Dhel (1968), O Estrangeiro nas Leis do Brasil (1971 e A Política no Brasil. Faleceu em Cuiabá, aos 25 de maio de 1999.
Fonte: (DIMAS MACEDO)

Rembrandt de Matos Esmeraldo (Primeiro Acadêmico)

Nasceu em 1951. Na cidade de Senador Pompeu. Viveu parte da infância em Pedra Branca. Formou-se pela Faculdade de Direito da UFC. Foi professor de diversos cursinhos e colégios em Fortaleza. Figura proeminente do Clube dos Poetas Cearenses, destacou-se como poeta pela publicação do seu livro Pedras em Branco. Poeta de vanguarda. Ativista e militante político de esquerda. Teve atuação destacada na luta contra a Ditadura Militar e, após a abertura política, foi eleito suplente de Deputado Estadual pela esquerda democrática. Atuou em Fortaleza e no interior do Ceará como Advogado criminal, sempre em defesa dos mais necessitados. Ser humano, líder político e advogado destemido. Conhecido pela sua erudição, ingressou no Ministério Público como Promotor de Justiça, destacando-se na sua classe pela correção e a coragem das suas decisões. Poeta e jurista respeitado. Além do livro de poema referido, deixou poemas publicados em diversos jornais e revistas cearense. Escreveu e publicou diversos ensaios de natureza jurídica e seus arrazoados forenses tornaram-se bastantes conhecidos. Publicou livros, opúsculos e folhetos versando temas da sua especialidade, destacando-se, entre eles, O Crime de Chico Pinheiro e o Dicionário Poético dos Cornos Brasileiros. Foi maçom e figura de proa da Maçonaria no Ceará. Ocupante da Cadeira de Nº 40, era o vice-presidente da ALL, eleito em 20 de maio de 2016. Faleceu em Lavras da Mangabeira, aos 21 de março de 2017 e foi sepultado em Fortaleza.
Fonte: Dimas Macedo.


João Tavares Calixto Júnior (Acadêmico atual).

Nasceu em Aurora








CADEIRA Nº 39

Vicente Paulo Lemos (Acadêmico)

Vicente Paulo Lemos nasceu aos 12 de outubro de 1951, no Sitio Taquari, distrito de Mangabeira, município de Lavras, sendo filho de Joaquim Gonçalves Neto e Cândida Gonçalves de Lemos.


Foram seus avós paternos: Agostinho Félix Vieira e Inácia Maria da Conceição, e maternos: Manoel de Oliveira Lemos e Maria Cândida Amorim de Souza.

Aprendeu as primeiras letras em sua terra natal, com as professoras Maria Luiza Oliveira e Maria Socorro Oliveira, entre 1964 a 1966, realizando o quarto ano primário e admissão ao ginásio no Seminário Salesiano de Jaboatão (Pernambuco), entre 1967 e 1968.

Prosseguiu os seus estudos na Congregação Salesiana de Carpina, no mesmo Estado, onde cursou a primeira e a segunda series ginasiais, entre 1969 e 1970, concluindo o ginásio em 1972, na Escola Industrial de Pernambuco, localizada nas cidades de Escada e Serra Talhada.

No final de 1972, mudou-se definitivamente para Fortaleza, aqui realizando o curso científico, no Liceu do Ceará, entre 1973 e 1975. Ainda em Fortaleza, cursou o terceiro e o quarto pedagógicos no Colégio João Pontes (1991) e no Instituto de Educação do Ceará (1993).

Graduou-se em Pedagogia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), em 2002, e realizou a sua pós-graduação em Administração Escolar, na mesma Universidade, nos anos de 2003/2004.

Fez diversos cursos de formação profissional na área do turismo, tais o de Guia de Turismo Regional, no SENAC de Fortaleza, em 1997, e Guia de Turismo Nacional, na Escola de Turismo do Ceará, em 2003.

Co-fundador das seguintes centros ensino: Centro de Educação Juvenil Eça de Queirós, Centro de Educação Juvenil Maria Auxiliadora, Centro de Educação Juvenil Dom Bosco e Colégio São Domingos Sávio, tendo, por conta dessas atividades, se dedicado às atividades de educação fundamental, entre 1975 e 2003.

Em 1996, fundou a Agência Terra da Luz Turismo e Consultoria Educacional, através da qual presta serviços a Escolas públicas e particulares, organizando e executando aulas de campo e pesquisa com alunos de diversas escolas cearenses.

Poeta popular e cordelista, pertence à Ordem Brasileira dos Poetas da Literatura de Cordel, sediada en Salvador, e ao Centro Cultural dos Cordelistas do Ceará, sendo, em setembro de 2010, eleito para a cadeira número 38 da Academia Lavrense de Letras.

É autor, entre outros, dos seguintes folhetos de cordel: Irmã Dulce – Sua Vida e Morte em Versos, Chegada de Irmã Dulce ao Céu, Retrato do Sertão, Brasil Menor – A Realidade da Criança Brasileira, Um Grito Contra a Miséria, Apologias Políticas, Jubileu de Ouro do Padre Manoel Lemos de Amorim e Jubileu de Ouro da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima. (DIMAS MACEDO).



Raimundo Nonato Dias (Patrono)

Filho de Maria José de Lima e de Cândido Salvador Dias, nasceu Raimundo Nonato Dias no Sítio Sapé, distrito de Mangabeira, município de Lavras, aos 25 de dezembro de 1910, sendo batizados aos 11 de janeiro de 1911 pelo Padre Joaquim Manoel de Sampaio.
Aprendeu as primeiras letras na Vila de Mangabeira com a professora Vicência Mota e com o Mestre-escola Paulo Moreira. Posteriormente, na cidade de Lavras, freqüentou as aulas do professor João Augusto Banhos, um dos luminares da educação do município.
Em 06 de fevereiro de 1929, ingressou no Seminário São José do Crato, então dirigido pelo Monsenhor Joviniano Barreto, e no mesmo permaneceu até 1934. Em fevereiro de 1935, ingressou no Seminário Arquidiocesano de Fortaleza, onde realizou seus estudos teológicos, ordenando-se sacerdote a 01 de dezembro de 1940.
Cantou a primeira missa no adro da Capela de São Sebastião do antigo distrito de São José, hoje Mangabeira, sua terra natal, aos 13 de dezembro do mesmo ano da ordenação sacerdotal, solenidade a que se fizeram presentes as bandas de música das cidades de Várzea Alegre e Lavras da Mangabeira, além de grande ajuntamento de pessoas do povo, autoridades e mais de uma dezena de sacerdotes da região.
Paroquiou Bom Jesus de Quixelô de 17 de junho de 1941 a 22 de fevereiro de 1945. Posteriormente, foi Lente do Seminário do Crato, ali lecionando história sagrada, português e geografia. Em seguida, foi nomeado vigário de Araripe onde esteve nos anos de 1946 a 1947, quando foi designado coadjutor de Missão Velha, ali permanecendo por um período de oito meses.
Desde 1948, e por um espaço de 11 anos, funcionou como Pró-pároco de Santo Antônio de Quixará, depois Farias Brito, oportunidade em que foi coadjutor do Padre Agio Moreira.
Em 31 de dezembro de 1959 transferiu-se para Fortaleza. Sem provisão, funcionou avulso até ser designado vigário cooperador da Paróquia de Santa Luzia, regida esta pelo Monsenhor Francisco de Assis Pita.
Retornando ao Cariri, a chamado de Dom Vicente de Araújo Matos, foi nomeado então coadjutor de Campos Sales, na época paroquiada pelo Padre Baldomiro Rodrigues de Sousa. Ao deixar aquela cidade, conseguiu junto ao Bispo da Diocese de Crato a criação da paróquia de São Sebastião de Mangabeira, da qual foi nomeado seu primeiro vigário e a qual regeu por um período de aproximadamente dois anos.
Transportando-se finalmente para a capital cearense, foi primeiramente coadjutor da Paróquia de Nossa Senhora das Graças do Pirambu e, por último, tem sido vigário cooperador da Paróquia de São Gerardo, que tem à frente dos seus destinos o Monsenhor Abelardo Farias Lima.
Como sacerdote, tem devotado seu sacrifício existencial ao mais fiel desempenho do seu apostolado, colocando-se sempre ao lado dos necessitados e em franca oposição ao domínio dos prepotentes. Em verdade, tem elevado vida dedicada à pobreza e à despreocupação com as coisas terrenas, não obstante irônico diante das provações da existência.
Nas suas andanças, sertão adentro, realizou peripécias memoráveis, descendo das suas alturas de pastor da Igreja para viver a aventura dos humildes, satirizando sempre que possível os piores e os melhores momentos que lhe têm sido dado experimentar, inclusive as ironias vividas pelo próprio clero.
Ademais, foi o Padre Raimundo Nonato Dias cronista de O Povo e do jornal O Nordeste. Como poeta popular conduziu o folheto A Chegada do Papa ao Castelão. Cronologicamente, foi o primeiro mangabeirense a ordenar-se sacerdote e o segundo a graduar-se em curso superior.
ºSobre esta controvertida figura do clero cearense, veja-se o poema “As Proezas do Padre Nonato”, da autoria de Patativa do Assaré, bem como o seu retrato biográfico pintado por Dias da Silva no livro Um Padre e Muitas Proezas, trabalho no qual estão fotografadas as melhores e mais vibrantes passagens da sua existência de homem e de sacerdote Faleceu em Fortaleza, a 1º de fevereiro de 1988. (DIMAS MACEDO

CADEIRA Nº 38

Ernandes Pereira (Acadêmico)


Ernandes Pereira é o nome de um excelente cordelista, poeta popular e cantador de viola cearense. A sua erudição de poeta sertanejo e o seu amor à cultura popular do Nordeste são os atributos maiores que fazem de Ernandes um homem imprescindível.
Não pertence ao extrato da elite, nem à classe média, nem à burguesia lavrense de outrora, mas é certo que nasceu na Fazenda Cachoeira, muito próxima da cidade de Lavras, a 14 de outubro de 1944, sendo filho da professora Maria Ribeiro da Silva e do feirante Deoclécio Pereira da Silva, conhecido popularmente por Seu Deoclécio.
O seu genitor, que tanto encantou a minha infância com a textura e o cheiro das suas frutas saborosas, era um dos bons amigos do meu pai e a sua retidão transcendia e era propalada como se fosse um bem muito precioso.
Ernandes, desde cedo, revelou sua inquietação de andarilho e de poeta, atravessou o sertão do Ceará, mas quando o veneno do amor se infiltrou na sua alma, rendeu-se aos encantos de Francisca Pereira Sales e se estabeleceu em Camocim, onde se fez radialista e cantador, jornalista e poeta de bancada e quiçá o cordelista maior da zona norte do Estado.
Nunca teve paciência para seguir a escolaridade de curso regular, mas é certo que muito cedo ainda diplomou-se na universidade da poesia, na escola do gorjeio dos pássaros e no conservatório de música do cordel, com incursões, também, pela métrica do repente.
Do seu não-casamento com uma noiva que o abandonou, ou que ele teria abandonado em troca da poesia, nasceu sua primeira filha: Irla Nunes Pereira. E da sua união com Francisca Pereira Sales, em 1977, nasceu o outro mimo do seu coração: Petrília Paulinni Pereira Sales.
Mas o que conta mesmo na trajetória de Ernandes Pereira, é a sua condição de poeta popular, autor que é de uma obra literária quilométrica, composta de folhetos de cordel e de CDs e de composições musicais e de poemas que atraem de plano a atenção.
Nunca se desvinculou das suas raízes lavrenses, nunca renegou a sua infância de menino pobre, vivida nas margens do Salgado, e nunca fez do seu bacamarte literário uma linha de fuga para fora do seu universo pessoal.
A sua fidelidade à poesia de gosto popular e o seu amor às águas do Salgado e à brisa sem par do Boqueirão constituem um dado auspicioso da sua integridade humana e da sua alma sombria e enlevada, de quem vive e nasceu para sonhar.
Consta, na sua rica biografia, que iniciou seus estudos com a sua mãe, professora da rede pública municipal. E que, ainda menino, a família passou a residir definitivamente na cidade de Lavras, onde Ernandes prosseguiu a sua faina, dedicando-se à prestação de pequenos serviços, inclusive na área da agricultura.
Mas sabe-se, por igual, que sentindo vocação para a comunicação radiofônica e bem cedo percebendo-se poeta, iniciou-se como repentista, considerando que essa condição lhe permitiria, com mais facilidade, o ingresso na carreira de radialista.
Após realizar alguns cursos práticos no campo da radiofonia, passou a trabalhar como redator de notícias e, posteriormente, como locutor, a partir de 1968, profissionalizando-se na primeira metade da década de1970.
Sempre nutriu grande amor pelo repente e, como repentista, participou de dezenas de festivais do gênero, em quase todos os estados do Nordeste, recebendo, pelas suas vitórias, mais de 60 troféus, sendo 41 deles atribuídos a classificações em primeiro lugar.
Amante incondicional da insônia, como todo poeta que se preza, sempre aproveitou a ausência de ecos e dos zumbidos noturnos para ler e escrever poemas, sonetos e as mais diversas modalidades da poesia popular, o que lhe rendeu parceria com Dideus Sales, em cinco livros publicados por esse grande poeta cearense.
São suas as composições e todas as obras autorais constantes do LP Universo dos Versos e do CD Roteiros da Vida, nos quais Zé Eufrázio é companheiro de gravação e arquiteto de som.
Autor de mais de trezentos poemas populares, alguns venerados pela crítica e outros consagrados pelo público, porque transformados em folhetos de cordel, Ernandes divulgou também, para os seus leitores e ouvintes, dezenas de canções amorosas, boa parte delas já gravadas por diversos músicos e intérpretes.
No rádio, sempre trabalhou no jornalismo, gerenciando, há três anos, a Rádio Sant’Ana de Tianguá, pertencente à Diocese daquela região, onde desfruta de popularidade e reconhecimento, honrando, desta forma, e mercê do seu talento de poeta, o município que o viu nascer. (Dimas Macedo)




Antônio Fiúza de Pontes (Patrono)

Em Lavras da Mangabeira nasceu Antônio Fiúza de Pontes, aos 14 de junho de 1876. Filho do Coronel Antônio de Pontes Fiúza Lima e D. Umbelina de Carvalho Pontes.
Na cidade de Aracati fez os estudos primários com o Padre João Francisco Pinheiro, sendo que em 1892 transferiu-se para Fortaleza, aqui ingressando no Instituto de Humanidades, dirigido pelo Monsenhor Vicente Salazar da Cunha, concluindo o referido curso no Liceu do Ceará, onde iniciou os preparatórios, terminado-os em Recife, no Curso Anexo, em 1898, quando ingressou na Faculdade de Direito, para sair bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, aos 7 de dezembro de 1902.
Depois de formado, foi nomeado Promotor de Justiça de Monte Alegre, no Pará e, em 1903, promovido a Juiz Municipal Substituto da Comarca de São Miguel do Guará, no mesmo Estado.
Criada a Faculdade Livre de Direito do Ceará, em 1903, para a mesma foi nomeado Secretário, por ato de 14 de março de 1904, passando, a 14 de agosto de 1906, a ocupar o cargo de lente substituto de Direito Penal, sobressaindo-se como professor emérito e competente. Em 2 de abril de 1907, ainda integrando o corpo docente da Faculdade, recebeu do diretor da Instituição o grau de Doutor em Ciências Jurídicas e Sociais e no mesmo ano escreveu Memória Histórica da Faculdade Livre de Direito do Ceará e dirigiu o curso complementar de praxe forense.
Envolvendo-se com as idéias políticas da época, foi feito Deputado à Assembléia Legislativa do Ceará, nas legislaturas de 1905 a 1908 e de 1909 a 1912.
Contudo, foi na literatura que Antônio Fiúza de Pontes veio a se consagrar. Participou ativamente dos movimentos literários de vanguarda de sua época. Pertenceu ao Centro Literário, fundado em Fortaleza aos 27 de setembro de 1894, em cujas sessões leu os versos do seu livro Myosotis, que não chegou a publicar. Contado entre os criadores do grupo literário Plêiade, fundado na capital cearense aos 15 de setembro de 1908, do qual foi presidente.
Poeta de elevada inspiração, “foi um perfeito temperamento de artista e um dos nossos melhores líricos”, na opinião abalizada de Mário Linhares. Publicou poesias esparsas na imprensa daqui e de outros Estados, especialmente no jornal A Repúbliuca e na revista Iracema, esta última, órgão do Centro Literário. Seu nome continua presença obrigatória em quase todos, senão em todos os compêndios que até agora tem focalizado a nossa evolução literária.
Além de Myosotis, deixou mais dois livros inéditos: Flores e Dos Tempos Idos, tendo falecido na capital alencarina aos 19 de fevereiro de 1909. Entre as homenagens que lhe foram prestadas, é hoje nome de rua em Fortaleza.(DIMAS MACEDO).

CADEIRA Nº 37

Cristina Maria de Almeida Couto (Acadêmica)

É natural de Lavras da Mangabeira – CE., Jornalista, Publicitária, Pós-graduada em Marketing Político, Assessoria de Comunicação e Metodologia do Ensino Superior. É Assessora Parlamentar na Câmara de Vereadores de Fortaleza, professora titular da Disciplina Realidade Socioeconômica e Política Brasileira na Faculdade Evolutivo, diretor de marketing da Academia Lavrense de Letras, interlocutora do Consulado de Portugal em Fortaleza e promotora dos Colóquios Lusófonos no Ceará. Publicou em agosto de 2010, o livro de ensaio sobre Chico Buarque de Hollanda, intitulado – As Cidades de Chico Buarque. Obra que hoje faz parte do "Acervo da Memoria Nacional", da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro; da Fundação Casa de Rui Barbosa e Real Gabinete Português de Leitura. Ainda pela mesma publicação recebeu "voto de congratulação" da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, Requerimento de  autoria do deputado estadual Heitor Férrer e, da Câmara Municipal de Fortaleza, Requerimento de autoria do vereador Marcelo Mendes. Idealizadora, fundadora da Associação dos Filhos e Amigos de Lavras da Mangabeira – AFALAM - Ocupando os seguintes Cargos: 1ª Secretária,Presidente,Diretora de Cultura, Vice-presidente, 2ª Secretária, Membro do Conselho Consultivo. Membro efetivo do Conselho Fiscal do Centro Cívico e Educacional de Messejana. Representante da Paróquia de São José e da AFALAM na 1ª Coferência Nacional de Segurança Pública – ETAPA MUNICIPAL. Delegada pela sociedade civil e representante da Paróquia de São José e da AFALAM - 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública – ETAPA ESTADUAL; Representante da Paróquia de São José no Fórum de Debates Elos e Ecos dos Conflitos Socio-ambientais do Ceará; Coordenadora, organizadora e executora da Assembléia de Segurança Pública da Paróquia de São José; Conselheira  do Cariri Cangaço; Mestranda da UFC em Educação Brasileira e atual presidente da Academia; Secretária de Cultura de Lavras da Mangabeira - 2-13/2016; Construção e Manutenção das Páginas na INTERNET:  
http://paroquiadesaovicenteferrer.blogspot.com/
http://familiaaugusto.blogspot.com/
http://lavrasdamangabeirace.blospot.com/
Elaborou e Coordenou a Semana da Consciência Negra de Fortaleza/2006 - Prefeitura Municipal de Fortaleza, SEPPIR, FUNDAÇÃO PALMARES, PNUD.
Elaboração e Coordenação do Projeto “Ceará Quilombola – O Ceará que ninguém ver” - Vice-Prefeitura de Fortaleza/2006.
Fonte: Dimas Macedo






Balbina Lidia Viana Arrais (Patrono)

“Dona de uma beleza helênica, alta, esbelta e fisicamente perfeita”, segundo o historiador Otacílio Anselmo, Balbina Lídia Viana Arraes nasceu na Vila de São Ferrer das Lavras, aos 05 de dezembro de 1862, sendo filha de João Casemiro Viana Arraes e Mariana Infante Lima.
Ainda para o mesmo historiador, “é possível que tenha feito os seus primeiros estudos no próprio lar, tendo como professores seus pais, pois à época não havia estabelecimentos públicos e nem particular de ensino”, o que deve ser tomado como um grande equívoco, pois a partir de 1856 já existia, na Vila de Lavras, segundo a historiadora Rejane Augusto, uma cadeira pública de ensino para o sexo feminino, regida pela professora Generoza Cândida de Albuquerque.
É possível, sim, que a menina Balbina Lídia tenha sido aluna da professora Francisca de Mendonça Albuquerque Moraes, e deve ter tido uma juventude fulgurante, porque efetivamente bela e amplamente culta e erudita foi essa ilustre lavrense nascida no século dezenove.
Em 1884, aos 22 anos, foi levada a Fortaleza, onde submeteu-se a concurso para o Magistério Público, no antigo Liceu do Ceará, sendo aprovada com altivez. No ano seguinte, mais precisamente a 16 de janeiro de 1985, ingressou como professora da Instrução Pública do Estado, por nomeação do Presidente da Província, Honório Benedito Ottoni, o mesmo que elevou a sua terra natal à categoria de cidade, aos 20 de agosto de 1884.
Na qualidade de uma das primeiras professoras públicas do Ceará, Balbina começou sua carreira no magistério público cearense com bastante ânimo e determinação, primeiramente em Caririaçu, dali iniciando uma verdadeira maratona pelas vilas e cidades da região sul do Ceará.
Em 21 de novembro de 1887, foi transferida para a vila de Várzea Alegre, onde casou-se com Lydio Dias Pedroso, farmacêutico, natural do Crato e cidadão cujas convicções políticas eram opostas à situação dominante. Esse acontecimento mudou a vida da professora Balbina, pois determinou as sucessivas remoções da mesma para localidades as mais variadas.
Em 04 de setembro de 1890, no governo de Luiz Antônio Ferraz, foi designada professora pública da sua terra natal, segundo Otacílio Anselmo, mas para Rejane Augusto ela teria entrado no exercício do cargo a 16 de janeiro de 1888, ali permanecendo até 17 de março de 1892.
Com efeito, nesta última data, na gestão Benjamim Liberato Barroso, foi removida para Barbalha. E dessa cidade, em 09 de setembro de 1893, foi transferida para o ensino misto da cidade de Iguatu, onde se demorou menos de um ano, pois a 27 de junho de 1894, pelo mesmo governante acima referido, foi deslocada para Várzea Alegre.
Finalmente, a dia 25 de junho de 1898, foi transferida para a vila de Brejo Santo, pelo presidente Antônio Pinto Nogueira Acióli. Mas com o falecimento do seu esposo, a 20 de agosto de 1898, a vida nômade de Dona Balbina chegou a um fim, iniciando-se aí a sua fase de maturidade como civilizadora social maior de Brejo Santo.
A primeira escola pública daquele município, dirigida por Dona Balbina, foi instalada na Rua da Taboqueira, numa sala de propriedade do Coronel Basílio Gomes da Silva, chefe do executivo municipal entre 1893 e 1909, sendo depois transferida para o centro da cidade.
Após o falecimento do seu esposo, que lhe deixou apenas uma filha, Balbina Lídia passou a ter a companhia do seu irmão, o Padre João Casimiro Viana Arrais, que chegou a Brejo Santo, como vigário, em 1903, impulsionado por uma ânsia de progresso e desenvolvimento que ainda chama a atenção dos historiadores daquele município.
A 20 de abril de 1911, no entanto, dá-se a morte do Padre João Casemiro, com a idade de apenas 36 anos, e Dona Balbina Arrais, ainda que sozinha, resolve levar adiante a sua bandeira de lutas e de ações nos campos da vida social, educacional e religiosa daquele lugarejo, não parando mais de trabalhar, mesmo diante da sua aposentadoria, ocorrida a 16 de setembro de 1919.
No posto de professora pública de Brejo Santo foi sucedida pela sua própria filha, Balbina Pedrosa Viana Arrais (Dona Pedrosinha), diplomada também em Fortaleza e que fez fortuna na educação daquele município.
Jamais se aposentando da sua condição de Mestra e viveu até os últimos anos da sua proveitosa existência sempre rodeada de alunos, especialmente de crianças, que buscavam extrair dela as suas histórias e lições e o seu fulgor educacional.
No plano da vida religiosa, fez-se igualmente notória a sua atuação. Foi presidente do Apostolado da Oração, desde a sua criação pelo Padre Viana até o seu falecimento, dirigindo também naquela localidade a Confraria de Nossa Senhora do Carmo, fundada pelo Padre Monteiro.
Não se conformando, contudo, com a religiosidade do povo de Brejo Santo, afixou, em um dos cerros que ladeiam a cidade, um majestoso Cruzeiro, que ainda hoje ainda hoje ali permanece, e que se transformou, com o tempo, em símbolo de fé e de peregrinação.
Faleceu Dona Balbina Lídia aos 28 de fevereiro de 1951, aos oitenta e nove anos de idade, na mesma residência que edificou juntamente com o seu irmão, o Padre João Casemiro Viana Arraes, e que passou para a história do Cariri como o nome de Solar dos Arrais, uma das mais belas edificações do Ceará.
Era uma criatura de raríssimo valor. Caráter sem jaça e espírito cristão por excelência, possuía um equilíbrio moral a toda prova, era portadora de uma social impressionante e a todos cativava com a sua postura de senhora altiva e sempre decidida diante das coisas do saber.
Conhecendo o resplendor da sua trajetória e a sua luta persistente em favor da causa da cultura e da educação, em 2010 propus o seu nome para a condição de Patrona da cadeira nº 36 da Academia Lavrense de Letras, destacando, por igual, no meu livro Literatura Lavrense – Notas Para a Sua História (Fortaleza, Edições Poetaria, 2010), que Balbina Lídia foi “a mais ilustrada e erudita lavrense nascida no século dezenove, com ressonância em todo o Ceará”.
Recortes da sua biografia edificante foram tracejados por Otacílio Anselmo em dois excelentes artigos estampados na revista Itaytera, do Instituto Cultural do Cariri, e outros depoimentos sobre a sua vida e a sua obra de educadora podem ser consultados em vários sites da internet.
Dona Balbina Lídia, de forma induvidosa, é um dos orgulhos do município de Lavras, ao lado do seu irmão, João Casimiro Viana Arrais, que se encontra biografado no meu livro Lavrenses Ilustres, e que foi um dos grandes intelectuais do Cariri, no início do século precedente.
Fortaleza, março de 2011
Dimas Macedo

CADEIRA Nº 36

AURY PORTO (Acadêmico)

Aury de Araújo Correia, conhecido, no mundo artístico brasileiro, como Aury Porto, face à sua atuação como ator e produtor teatral, é natural do sítio Cantinho, município de Lavras da Mangabeira-Ceará (27/06/1964), sendo filho de João Manoel Correia e de Maria Gessy de Araújo Correia, conhecida, carinhosamente, no seio da família, pelo nome de Jessé.
Realizou seus estudos primários em Lavras da Mangabeira, Senador Pompeu e Aracoiaba, localidades para onde sua família se transferiu, mas o seu aprendizado humanístico foi realizado em Fortaleza, onde concluiu o curso de Administração de Empresas, na Universidade Estadual do Ceará, depois de incursões pelos cursos de Química Industrial e Psicologia na UFC.
Paralelamente aos estudos universitários, freqüentou o Curso Básico de Teatro, no Curso de Arte Dramática da UFC, emigrando depois para São Paulo, almejando à carreira de teatrólogo e de ator, face aos apelos da sua vocação.
Em outubro de 1987, depois de duas semanas residindo em São Paulo, estreou na peça Leonce e Lena, juntamente com outros novos atores que, assim como ele, concretizavam sua primeira experiência no campo do teatro, isto com a montagem do texto do grande dramaturgo alemão Georg Büchner.
Entre 1988 e 1990, Aury Porto foi aluno especial e ouvinte em vários cursos de graduação e pós-graduação oferecidos pelo Departamento de Teatro da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo.
Durante a década de 1990, desenvolveu, ainda mais, a sua aptidão para o teatro, estudando diversas técnicas de dança moderna e contemporânea, e assimilando aulas de canto popular e percepção musical, na Universidade Livre de Música de São Paulo.
Todos esses estudos, associados com técnicas de meditação, compõem hoje a qualidade da interpretação e dos recursos cênicos apresentados por esse grande artista brasileiro.
Nesses mais de vinte anos de trabalho com as artes cênicas, Aury exerceu as funções de diretor, produtor, professor de teatro, dramaturgo e adaptador, tendo feito performances de teatro-dança, montagens de peças de teatro e atuações no campo do cinema e da televisão.
Entre as suas realizações como ator e teatrólogo, podemos enumerar as seguintes: participação na peça As Matronas (dirigida por Paulo Faria, em 1992) e no monólogo Preso Entre Ferragens (dirigido por Eliana Fonseca e apresentado no Teatro Ruth Escobar, em 2000).
A sua participação na peça Boca de Ouro, sob a direção de Zé Celso Martinez Corrêa e exibida no Teatro Oficina de São Paulo, em 2000/2001, lhe deu o passaporte para a sua memorável atuação na peça Os Sertões, apresentada inicialmente na Alemanha e depois em diversas cidades brasileira, contando-se entre elas Canudos, na Bahia, e Quixeramobim, no Ceará.
Ainda no campo do teatro, atuou na peça Os Bandidos, de Friedrich Schiller, dirigida por Zé Celso Martinez Corrêa e apresentada em Mannheim, na Alemanha, em 2007, e no Teatro Oficina de São Paulo, em 2008.
Em 1998, roteirizou o espetáculo, na área do teatro-dança, Um Homem Comum, a partir do Livro do Desassossego de Fernando Pessoa, com direção de David Schumaker e de Ary Porto; e em 2006 realizou a montagem da peça intitulada Cinzas, apresentada no Teatro Sesc - Pinheiros, a qual igualmente dirigiu, ao lado da dançarina Renée Gumiel, precursora da dança moderna no Brasil.
Durante os anos de 2008 e 2009, tendo por referência teatral a Mundana Companhia, trabalhou na adaptação e montagem do romance O Idiota, de Fiódor Dostoiévski, juntamente com a atriz Luah Guimarãez e a encenadora Cibele Forjaz, com apresentação entre março e maio de 2010, no Teatro Sesc - Pompéia, em São Paulo.
Adaptou e dirigiu, também, a novela intitulada A Queda, de Albert Camus, que foi exibida no Teatro Sesc - Consolação, em 2007, e no Teatro Oficina, em 2008, como primeira realização da Mundana Companhia, fundada por Aury, em pareceria com a atriz e diretora Luah Guimarãez.
Apesar de ser o teatro o seu campo privilegiado de atuação, participou como ator do filme de José Araújo, As Tentações do Irmão Sebastião, realizado no Ceará, em 2000, e apresentado no Cine Ceará, em 2006.
Na televisão, entre outros eventos, atuou nos seriados Carga Pesada, dirigido por Ary Coslov, e Carandiru – Outras Histórias, dirigido por Walter Carvalho, e bem assim na novela A Favorita, de João Emanuel Carneiro, todos exibidos pela Rede Globo de Televisão.
Aury, com o seu talento de ator, roteirista, produtor de teatro e diretor é um dos nomes do moderno teatro brasileiro que melhor se firmam no contexto das artes cênicas do Brasil, sendo orgulho do Ceará e das águas do Salgado e do município de Lavras que o viu nascer.( DIMAS MACEDO).




VICENTE DE PAROCA (Patrono)


Neto do poeta Fausto Correia de Araújo Lima e da sua primeira mulher, Olímpia de Araújo Lima (Lolô), Vicente Ferrer Lima ou Vicente de Paroca, como se tornou conhecido, na sua juventude, nasceu em Lavras da Mangabeira-Ceará, aos 07 de março de 1921.
Foram seus pais: Artur Correia Lima (filho de Lolô e de Fausto) e Maria Augusto Lima (Paroca), filha de Ana de Araújo Lima (Nanu) e de Antônio Carlos Augusto, conhecido por Boboi ou Caboclo Carlos.
Contam que a sua mãe era uma mulher de religiosidade exacerbada e que muito se orgulhava dos seus antepassados, especialmente do seu avô paterno, João Carlos Augusto, antigo Deputado Provincial e fundador da oligarquia-mor do Vale do Salgado.
O avô paterno de Vicente foi um dos maiores cantadores de viola do Ceará, na segunda metade do século dezenove. Estudou com o Padre Cícero Romão de Juazeiro, no Colégio do Padre Rolim, em Cajazeiras, na Paraíba, e depois se tornou amigo e compadre desse grande taumaturgo do Nordeste.
Vicente cresceu ao abrigo dessas influências, estudou com professores públicos em sua terra, participou do cotidiano da velha Princesa do Salgado, mas a sua vocação de artista sempre falou muito alto em sua alma, levando-o inicialmente para Fortaleza, onde foi aluno do tradicional Liceu do Ceará.
Um dos seus colegas de aventura juvenil, na época, Paulo Bonavides, fala, ainda hoje, com entusiasmo, da sensibilidade cultural de Vicente, destacando os encontros em sua residência, na Rua do Imperador, a sua intuição de artista e o cuidado especial do poeta com a sua cabeleira.
A era do rádio e os eflúvios culturais do pós-guerra pegaram o destino de Vicente Lima pela mão. Começou como cantor e locutor da Rádio Iracema de Fortaleza, passou depois por João Pessoa, pela Rádio Industrial de Juiz de Fora (MG), Rádio Guarani e Rádio Capital, de Belo Horizonte, e por diversas rádios dos Diários Associados, inclusive no Rio de Janeiro.
Além de radialista, atuou Vicente Lima como teatrólogo, ator, encenador, roteirista e diretor de musicais na agitada Belo Horizonte das décadas de 1950 e 1960, onde tornou-se figura popular, recebendo, inclusive, homenagem da Câmara Municipal daquela importante capital, em 09 de maio de 1996, mercê da sua militância cultural e do seu talento de artista.
Escreveu e encenou diversas peças de teatro, entre elas Jacanã (burleta em dois atos), Retalhos do Nordeste e O Espetáculo é Assim, nas quais coloca em discussão a bravura do vaqueiro, a alvorada no Nordeste, a hilaridade do cotidiano e a força indomável das nossas raízes populares.
Vicente Ferrer Lima ou ainda Vicente de Paroca, como carinhosamente a ele se referem os seus conterrâneos, sempre se deixou envolver pelo mais puro enlevo da poesia e pelas notas musicais que arrancou da sua alma de tenor e seresteiro, de compositor e de boêmio, e de intérprete maior de Vicente Celestino.
Em 1953 a sua marchinha de carnaval, Rosalina, alcançou primeiro lugar em concorrido certame musical em Juiz de Fora, realizando Vicente, por igual, diversas apresentações como cantor, destacando-se entre elas o Festival de Vicente Lima, a temporada na Boite Acaiaca, em Belo Horizonte, e a turnê ao lado de Oswaldina Siqueira, então cognominada a Princesa do Rádio.
O seu sucesso de compositor, cantor, tenor e seresteiro invadiu a década de 1960, e o resultado desse êxito expressou-se na gravação de discos e compactos, destacando-se entre todos aquele intitulado Baú da Saudade, que foi apresentado em forma de CD.
O conjunto dos seus poemas inéditos ou publicados em jornais e revistas foram por ele reunidos no livro Sertão Diferente e Outros Poemas, e outras tantas criações de sua autoria, no campo literário, estão sendo compiladas no volume Poemas e Canções, graças à atuação dos seus filhos Vicente Ferrer Lima Júnior e Geralda Soares Lima.
Em ambos, o traço indelével do seu jeito de ser, da sua alma romântica e enlevada, do seu amor ao Nordeste, ao Ceará e ao Brasil, não faltando a marca registrada do profundo amor à sua terra.
Lavras da Mangabeira e a brisa do Salgado, o Boqueirão de Lavras e o fervor de todos os seus conterrâneos e amigos orgulham-se desse grande poeta, cantor e seresteiro, falecido aos 09 de setembro de 2001.
A Academia Lavrense Letras, ciente do seu valor no plano cultural, o elegeu patrono de uma das suas Cadeiras, e o elegeu também para brilhar, entre os lavrenses que mais distinguiram a sua terra. (
(DIMAS MACEDO). Fortaleza, 05 de março de 2010

CADEIRA Nº 35

Madre Marieta Moura (Acadêmica)

Entre as mais virtuosas filhas do município de Lavras da Mangabeira, destaca-se a Madre Marieta Moura, nascida no Sítio Melancias, localizado entre o Calabaço e a Várzea do Saco, nas proximidades da cidade de Lavras, a 29 de janeiro de 1929.
Na sua residência, povoada das necessidades próprias dos pequenos proprietários de terra, situados à margem esquerda do Riacho do Rosário, Deus ungiu ao seu chamado não apenas o seu nome e o seu fervor de amante de Cristo e da Igreja, mas também tocou o coração do seu irmão, o Cônego Horório de Moura, uma das mais expressivas figuras na Igreja Católica do Brasil, no século precedente.
Sua mãe, Vicência Maria das Virgens, era natural de Quitaius e descendia dos Amaros de Barros daquela importante região do município; seu pai, Joaquim Honório de Moura, provinha dos Gomes de Moura, que se estabeleceram, como ribeirinhos, nas margens do Salgado, em terras de baixios e de pequenas lavouras, onde se cultivavam o feijão-de-corda e o melão, a rapadura e outros produtos da roça e da vazante.
Sentindo-se, desde cedo, vocacionada para o serviço da fé, iniciou os seus estudos em sua cidade natal, no Grupo Escolar José Martins Rodrigues, e os prosseguiu no colégio Santa Teresa de Jesus, na cidade do Crato, isto até 1947, quando fez opção definitiva pela Congregação da Ordem de Santa Teresa, em princípio como aspirante e depois como postulante e Noviça.
Na mesma instituição, fez os seus primeiros votos de religiosa e votos de Consagração Perpétua, sagrando-se inicialmente freira e realizando depois o Curso Superior de Teologia, requisitos que a elevaram, como muita persistência, ao posto de Superiora Greral da Ordem de Santa Teresa de Jesus.
Como religiosa, trabalhou em diversos lugares do Brasil, distinguindo-se, mercê da sua vocação, em Estados como o Piaui, Maranhão, Paraiba, Ceará, São Paulo, Espírito Santo e Rio de Janeiro, exercendo as funções de Conselheira, Ecônoma, Superiora e Supervisora da Ordem religiosa que a acolheu como postulante.
A serviço da comunidade a que pertence, visitou mais de uma dezena de países. Em Portugal, esteve na Basílica de Nossa Senhora de Fátima e na Capela das Aparições e, em Israel, peregrinou pelos lugares sagrados, visitando a Galiléia, Cesaréia, o Monte Carmelo, Cafarnaum, o Monte das Bemaventuranças, a Igreja da Multiplicação dos Pães e a Igreja do Primado, o que muito robusteceu a sua fé e a sua experiência de religiosa.
Viajou pelo Mar de Tiberíades e, no rio Jordão, teve confirmado o seu batismo, visitando, inclusive, Caná, Nazaré, a Basílica da Anunciação, Jerusalém, o Monte das Oliveiras, o Horto da Agonia, o Muro das Lamentações, a Piscina de Betesda e a Via Dolorosa, banhando-se por igual nas águas do Mar Morto.
Sentindo-se fascinada pela cultura dos antepassados, a Madre Marieta Moura deslumbrou-se, em suas viagens pelo mundo, com as Pirâmides do Egito, mas é certo que se sentiu também fascinada por Atenas, tendo marcado também a sua alma a sua passagem pelo Vaticano, pela Igreja de São Pedro e pela Capela Sixtina, tocando-lhe o coração de freira a bêncão que recebeu de Sua Santidade, o Papa João Paulo II, em Castel Gandolfo.
Educadora, cultora do vernáculo, professora e humanista das mais qualificadas, a Madre Marieta Moura presta serviços atualmente na casa capitular da sua Congregação, localizada na rua José Honório Pequeno, s/n, Estrada do Lameiro, na cidade do Crato, onde atende a seus devotados seguidores.
Em agosto de 2009, aos oitenta anos de idade, tomou posse na Cadeira nº 35 da Academia Lavrense de Letras, cujo patrono é o seu irmão, o Cônego Honório Joaquim de Moura, tratando-se, como se pode observar facilmente, de um dos maiores nomes que o Ceará deu à Igreja Católica do Brasil.
A Madre Marieta Moura, pela vastidão de seus conhecimentos e em face da sua vocação, instiga-nos a pensar na abenegação de outras grandes mulheres lavrenses que se dedicaram à causa de Deus e da Igreja, tais os nomes de Inês Férrer Augusto Lima, Paula Senhorinha Alves Bezerra, Aurélia Teixeira Férrer e Divina Olindina Leite.
Não é exagero, portanto, dizer que Lavras da Mangabeira é um celeiro de filhos ilustres, e que não fui longe, no início da minha carreira, ao tracejar os perfis de uma centena de lavrenses, que muito alto se houveram no remate de suas trajetórias. (DIMAS MACEDO).





Honório Joaquim de Moura (Patrono)


O município de Lavras da Mangabeira e a brisa serena do Salgado deram, à constituição do clero cearense, um total de quarenta sacerdotres, sendo que oito, entre eles, se fizeram prelados. Miguel Antônio de Souza, Sandoval Teixeira Férrer e Honório Joaquim de Moura foram distinguidos com o título de Cônego. Já Manuel Roberto Sobreira, Vicente Pinto Teixeira, Manuel Carlos de Moraes, Alonso Benício Leite e José Edmilson de Macedo foram elevados, pelo Vaticano, à condição de Monsenhores.
Honório Joaquim de Moura, filho de Vicência Maria das Virgens e de Joaquim Honório de Moura, descende de imigrantes paraibanos que se fixaram nas margens do Riacho do Rosário, próximo à confluência deste com o Rio Salgado. Nasceu no Sítio Melancias, em trecho de terra também conhecido por Melancia dos Honórios, aos 06 de dezembro de 1927, tendo falecido no Rio de Janeirio, aos 28 de outubro de 2005.
Pertence a uma prole de oito irmãos, a seguir nominados: José Joaquim, Francisca de Assis, Maria de Jesus (residente em Juazeiro do Norte), Júlia Vicência (moradora no Rio de Janeiro), Paulo Joaquim (residente em Brasília), Luiz Joaquim (falecido) e Madre Marieta Moura, Superiora da Congregração das Filhas de Santa Teresa, titular da Cadeira 35 da Academia Lavrense de Letras e orgulho máximo do seu município de origem.
O seu genitor, Joaquim Honório de Moura, era parente, por sinal muito próximo, de Dom Zacarias Rolim de Moura, Bispo Emérito de Cajazeiras, no Estado da Paraiba, confirmando, assim, a trajetória dos Mouras que, originários de Portugual, povoaram diversas faixas de terra do Nordeste.
Iniciou o seu aprendizado em sua cidade natal, entre 1937 e 1942, prosseguindo os seus estudos, entre 1942 e 1948, no Seminário do Crato (onde sua irmã, Madre Marieta Moura, foi aluna do Colégio Santa Teresa até 1947, quando fez opção pela Congregação a que hoje pertence).
A sua vocação ao sacerdócio foi despertada aos dez anos de idade, sendo influenciada pelos Frades Capuchinhos e especialmente por Frei Damião de Bozzano, o célebre missionário do Nordeste, cujas prédicas e sermões acompanhava com entusiasmo, quando das passagens das santas missões em sua terra.
Em Fortaleza, foi aluno do tradicional Seminário da Prainha, onde iniciou e concluiu o seu Curso de Filosofia, nos anos letivos de 1949 e 1950. Já o Curso de Teologia foi todo ele realizado no Seminário São José do Rio Comprido, Estado do Rio de Janeiro, entre 1952 e 1956.
Ordenou-se na Igreja dos Capuchinhos, na Tijuca, sendo ungido sacerdote por Dom Jaime de Barros Câmara, em 29 de junho de 1956. A sua primeira missa foi celebrada na Igreja da Imaculada Conceição, na Praia de Botafogo, e a sua primeira missa cantada se fez na Igreja de Santa Teresinha do Túnel Novo, igualmente no Rio de Janeiro.
Entre 1957 e 1963, foi Professor, Prefeito e Diretor Espiritual do Seminário São José, no Rio de Janeiro, onde lecionou Português, História do Brasil e História Geral. Em seguida, se fez vigário da Paróquia de São Francisco Xavier (1964) e pároco da Matriz de Nossa Senhora da Conceição da Tijuca, entre 1965 e 1986.
Foi Capelão da Beneficência Portuguesa do Rio de Janeiro (1986-1993), vigário da Paróquia de São Pedro e São Paulo, no sul de Bronx, em Nova York, Estados Unidos (1993-1996) e vigário, por igual, da Paróquia de Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, de 1996 até a data do seu falecimento, tendo, nesta última função, se distinguido, de forma soberana, no exercício do seu apostolado.
Ainda quando residente em Nova York, alí publicou o seu primeiro livro - Retrato do Vovô Quincas (1995), inventário de recordações e de afetos do seu pai, Joaquim Honório de Moura, e dos seus irmãos. O livro é dedicado à sua mãe, Vicência Maria das Virgens, e traz apresentações em inglês, do Padre Vicente A. Resta, e em respanhol, de Ruben Dario Rivera Figueroa, representante da Comunidade Hispânica da Paróquia de São Pedro e São Paulo.
Nos Estados Unidos, como registra num dos seus livros, fez Estágio de Pastoral Hospitalar (Withier-Los Angeles); e na Alemanha foi Assistente da Capelania no Convento de Wittibsmuhle (em Moosburg), tendo sido também Capelão de Bordo do Navio Português Vera Cruz, numa das viagens Rio-Lisboa-Rio.
Em suas viagens pelo mundo, afirma que conheceu templos e lugares sagrados os mais variados, e assim também os Santuários de Fátima (Portugal), Lourdes (França), Guadalupe (México), Nossa Señora de Lujan (Argentina);os da Misericórdia (New Jersey) e de NossaSenhora (Massachesetts), nos Estados Unidos.
O que marcou, contudo, a sua rica e brilhante trajetória de servo de Deus e da Igreja, parece ter sido a sua condição de Cônego da Irmandade de São Pedro Apóstolo, junto à Arquidiocese do Rio de Janeiro, onde realizou trabalho memorável e de ampla repercussão social e pastoral.
Além da Filosofia e da Teologia, graduou-se também em Direito, no Rio de Janerio, e se houve, perante os seus superiores, como autoridade em diversas línguas estrangeiras, destacando-se entre elas o inglês e o latim, desfrutando, com justo merecimento, a reputação de erudito, circunstância que muito concorreu para ser titulado como um dos Patronos da Academia Lavrense de Letras.
No Ceara, celebrou sua primeira missa em Iguatu, e a segunda foi realizada na Igreja Matriz de Acopiara, localidades para as quais se transferiram, respectivamente, os seus irmãos José Joaquim e Francisca de Assis.
Ao falecer, deixou um manuscrito inédito – História de Um Levita - , publicado em 2006, no cinquentenário da sua ordenação e distribuído entre os seus paroquianos. Trata-se de um auto de fé e esperança, onde narra os desafios da sua caminhada e os apelos da sua vocação, tendo os seus restos mortais sepultados no Cemitério São Francisco de Xavier, no Rio de Janeiro, também conhecido por Cemitério do Caju.
Entre todos os sacerdotes nascidos no município de Lavras, o Cônego Joaquim Honório de Moura reluz, pelas suas virtudes e saberes, no diadema da primeira constelação, ao lado de Raimundo Ricardo Sobrinho, Alonso Benício Leite, Argemiro Rolim de Oliveira, Manoel Lemos de Amorim, Clairton Alexandrino de Oliveira e José Edmilson de Macedo, sem desmerecimento dos demais.
Segundo o Padre Aureliano Diamantino Silveira, no seu livro Ungidos do Senhor na Evangelização do Ceará (Fortaleza, Editora Premius, 2004), tinha o Cônego Honório de Moura por lema o seguinte pensamento: “Creio na Igreja de Jesus Cristo, na sua face humana e divina, onde me alegro profundamente em exercer o ministério como dispensador dos mistérios de Deus”.
Orgulho-me de ter proposto o seu nome para Patrono da Academia Lavrense de Letras e de nunca ter desistido de pesquisar a sua rica trajetória, desde a publicação do meu livro Lavrenses Ilustres, em 1981.
A sua irmã, a Madre Marieta Moura, nascida aos 27 de janeiro de 1929, destacou-se, assim como ele, por conta do seu fervor religioso e humanista, tendo sido, assim no Ceará como no Piauí, e em diversos Estados do Brasil, Superiora Geral da Congregação das Filhas de Santa Teresa de Jesus. (DIMAS MACEDO).

CADEIRA Nº 34



Maria Lúcia Macedo Maciel (Acadêmica)


Filha de José Zito de Macêdo (Zito Lôbo) e Maria Eliete de Macêdo, nasceu Maria Lúcia de Macêdo Maciel, aos 21 de setembro de 1949, no Sítio Calabaço,  município de Lavras da Mangabeira-Ce.

Estudou as primeiras letras com as professoras Adelice  Macêdo e Juliêta Filgueiras, ingressando posteriormente no Patronato São Vicente Ferrer, na sua terra natal.

Prestou  “Exame de Admissão ao Ginásio” no ano de 1961, realizando o curso na Escola Normal Rural de Lavras da Mangabeira, recebendo  o diploma de Regente do Ensino Primário, em 13 de dezembro de 1964.

Diplomou-se Professora Normalista em 1967, pela Escola Normal Rural de Juazeiro do Norte-Ce.

Em 1968 prestou exame vestibular para a Faculdade de Filosofia do Crato, em Crato-Ce, onde cursou 02(dois) anos, transferindo-se para a Faculdade de Filosofia do Ceará, em Fortaleza, onde concluiu seu curso superior em Pedagogia com habilitação em Orientação Educacional, em dezembro de 1972.

Na Faculdade de Filosofia do Ceará cursou, concomitantemente, as Habilitações Pedagógicas Superiores em Supervisão do Ensino e Administração Escolar (1973 e 1974).

Na Universidade Estadual do Ceará realizou o curso de Habilitação Superior em Inspeção de Ensino, nos anos  1990/1991.

É pós-graduada em “Metodologia do Ensino Superior” pela Universidade Estadual do Ceará, defendendo monografia intitulada : “INTERIORIZAÇÃO DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEAR5Á UMA TENTATIVA DE ANÁLISE ”.

Iniciou sua vida profissional como professora primária no Colégio Pio X, em Crato-Ce, onde atuou nos anos de 1968 e 1969.

Em Fortaleza-Ce, na área da educação, exerceu as funções a seguir elencadas:  Professora do Curso Normal do Colégio Agapito dos Santos (1971-1976); Professora do Curso Normal do Instituto de Educação do Ceará(1974-1978); Orientadora Educacional do Colégio Estadual Joaquim Nogueira (1973-1979); Supervisora Pedagógica da Televisão Educativa do Ceará (1975-1979); Diretora Pedagógica do Colégio Joaquim Nabuco(1981-1982); Orientadora Educacional integrante da Seção Técnica de Orientação Educacional da 1ª Delegacia Regional de Educação (1979-1983); Inspetora de Ensino da 1ª Delegacia Regional de Educação (1988-1993); Professor Assistente da Fundação Educacional do Estado do Ceará Ceará (1976-1977); Professor Assistente da Universidade Estadual do Ceará (1978-1987);Professor Adjunto da Universidade Estadual do Ceará (1987-1996); Diretora do Núcleo de Auxílio Institucional da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico - FUNCAP (1996-2004).

Afora as atividades acima relatadas desempenhou ainda as atribuições : Chefe da Seção Técnica de Orientação Educacional da 1ª Delegacia Regional de Educação (1982); Membro da Comissão Paritária Permanente do Pessoal do Magistério da Rede Oficial de Ensino do Estado do Ceará, de 1984 a 1987,  por nomeação do Governador do Estado, publicada no D.O de  29/05/84; Chefe do Departamento de Fundamentos da Educação da Universidade Estadual do Ceará (1988-1989), sob Portaria nº 362/88 do Magnífico Reitor da UECE; Assessora da Pró-Reitoria de Graduação da Universidade Estadual do Ceará (1983-1987); Diretora do Departamento de Programas Especiais da Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa da Universidade Estadual do Ceará (1993-1996) por designação do Reitor da UECE – Portaria 1674/93; exerceu as funções de Pró-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa da Universidade Estadual do Ceará, em substituição ao seu titular, sob Portarias  nº 00297/95 e 00684/95 do Magnífico Reitor da UECE; Chefe de Gabinete da Reitoria da Universidade Estadual do Ceará  de 2004 a 2008, sob Portaria nº 1117/2004 do Magnífico Reitor da UECE, publicada no Diário Oficial do Estado em 01/09/2004.

É co-autora nas seguintes publicações:

“Projeto Integração Escolar” – Secretaria de Educação do Ceará, 1983; “Manual de Orientação Básica para o Inspetor de Campo” – Secretaria de Educação do Ceará, 1989; “Diretrizes Normativas para Concessão de Autorização Temporária ao Exercício do Magistério de Primeiro e Segundo Graus   “ – Secretaria de Educação do Ceará, 1992; “Manual de Instruções Básicas para Aplicação da Legislação do Ensino” – Secretaria de Educação do Ceará; “Pesquisa e Pós-Graduação na UECE – Uma Retrospectiva” – Universidade Estadual do Ceará, 1996; “Plano de Capacitação Docente” – Universidade Estadual do Ceará, 1996.

Sócia do Rotary Club de Fortaleza Praia, onde já exerceu as funções de Presidente da Comissão de Relações Públicas, Presidente da Comissão de Administração ,  Oficial   de Intercâmbio, Diretor de Protocolo, Diretor de Boletim, dentre outros.

Nessa instituição , no ano rotário 2009/2010 foi eleita “COMPANHEIRA DO ANO’’, reconhecimento pelas contribuições oferecidas ao ROTARY e pela defesa dos ideais dessa organização reconhecida mundialmente e em 2016, recebeu o título de “Mulher do Ano”, recebendo o troféu “HORTULANA LINHARES’’que , anualmente, homenageia mulheres que se destacam na sua trajetória de vida nos vários papéis que desempenha. Comendas outorgadas pelo Conselho Diretor do Rotary Clube de Fortaleza – Praia.
Fonte: Lúcia Macedo.





MARIA AUGUSTO FÉRRER LIMA (Patrona)

Moreninha Augusto, como era conhecida, nasceu na Fazenda São Domingos, Município de Lavras da Mangabeira, aos 07 de maio de 1910, sendo filha do Coronel Raimundo Augusto Lima e Maria Cira Férrer Lima.
Aprendeu as primeiras letras no Grupo Escolar da sua terra natal, então dirigida pela professora Amélia Braga de Morais. Posteriormente, freqüentou o Colégio das Irmãs de Santa Dorotéia, em Cajazeiras, na Paraíba, e em Fortaleza, concluindo os seu estudos secundários no Colégio Santa Teresa de Jesus, do Crato, onde diplomou-se Professora, aos 27 de novembro de 1932.
No ano imediatamente posterior, ingressou no magistério público estadual, mediante ato do então Interventor do Governo do Ceará, Coronel Roberto Carneiro de Mendonça, que a nomeou para exercer o cargo de Professora do Grupo Escolar de Lavras da Mangabeira.
Pouco tempo depois, foi investida na função de Diretora do mesmo estabelecimento de ensino, em cujo desempenho permaneceu até 1947, quando, por designação do Governo do Estado, viajou para o Rio de Janeiro, para ali realizar cursos de especialização no Ministério da Educação e Cultura.
Na Capital da República, depois de realizados diversos estágios de aperfeiçoamento, ingressou na Escola de Serviço Social do Instituto Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, por onde diplomou-se em Serviço Social em dezembro de 1952, obtendo o Grau de Assistente Social mediante tese intitulada “Uma Experiência de Serviço Social de Grupo”, dissertação constante de livro de 140 páginas, impressa pela Gráfica Olímpica Editora, do Rio de Janeiro, em 1952.
Foi uma das primeiras mulheres a se graduarem em Serviço Social, no Brasil, e talvez a primeira cearense a se diplomar nesta profissão em curso de nível superior.
Formada, regressou ao Ceará, onde, por alguns anos, desenvolveu atividades profissionais como Assistente Social do Conselho de Contas dos Municípios, anteriormente denominado Conselho de Assistência Técnica aos Município.
Entretanto, o que realmente marcou a sua vida profissional foi a sua brilhante atuação, no decurso de vários anos, como Assistente Social do Serviço Social da Indústria, no Rio de Janeiro, onde, entre outras atribuições, exerceu as elevadas funções de Chefe do Setor Social do Departamento Nacional do SESI.
A Dra. Morenhinha Augusto faleceu no Rio de Janeiro, aos 22 de novembro de 1981, sendo porém sepultada no Cemitério de sua terra de berço, como bem relata notícia veiculada no jornal O Povo, de Fortaleza, edição de 29 de novembro do mesmo ano.
O seu livro Manual da Mulher, cujos originais, ao morrer, deixara encaminhados ao prelo, foi publicado em 1982. Trata-se de trabalho todo ele resultado de profundas reflexões em torno da participação da mulher no processo de construção do edifício familiar. É o testemunho maior da sua experiência profissional e da sua atividade de escritora e humanista.
A Dra. Moreninha Augusto, sendo “inteligente e perspicaz, destacou-se sempre pelo admirável descortino demonstrado no desempenho de suas atividades, imprimindo cunho eminentemente humano à solução dos problemas submetidos ao seu exame, preocupada sobretudo em conciliar a rigidez fria da lei com a realidade palpitante da vida”. É o que sobre si sentencia o seu irmão Dr. Vicente Férrer Augusto Lima no prefácio que escreveu para o seu póstumo Manual da Mulher.
Fonte: Dimas Macedo

CADEIRA Nº 33






Francisco Ferreira Lima (Acadêmico)

Francisco Ferreira Lina nasceu em Lavras da Mangabeira, na Fazenda Iracema, aos 14 de abril de 1940. Filho de Vicente Leandro da Silva e Maria Francisca de Jesus.

Realizou a sua formação escolar em estabelecimentos de ensino da sua terra natal, Bacharelando-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal da Paraíba, em 1973.

Foi servidor público e professor do Colégio Agrícola Prof. Gustavo Augusto Lima, em Lavras da Mangabeira, e da Escola Agrotécnica Federal de Sousa, no Estado do Paraíba, tendo sido também Diretor da Escola Agrícola Guilherme Gouveira, localizada no município de Granja – Ceará.

No campo da formação acadêmica, realizou diversos cursos: Administração Escolar e Orientação Pedagógica, pela Universidade Federal do Paraíba, Didática do Ensino, pela Universidade Federal de Pernambuco, Curso de Formação de Professor na Área do Ensino Técnico Profissionalizante, pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, dois cursos de Formação de Professor na Área do Ensino Técnico, pelo Ministério da Educação, e Curso de Administração Contábil e Financeira, pelo Tribunal de Contas da União, realizados em Brasília.

Em Lavras da Mangabeira, após a sua formatura em Direito, manteve Escritório de Advocacia, tendo, em junho de 1989, mediante concurso, ingressado na magistratura, iniciando a sua carreira de Juiz de Direito na Comarca de Solonópole, para em seguida ser promovido para a Comarca de São Benedito e depois removido para a Comarca de Missão Velha.

Posteriormente, foi promovido para Nova Russas, passando em seguida, por critério de promoção, para as Comarcas de Icó e Fortaleza, onde teve assento na 2ª Vara de Tóxicos, depois na Vara de Execuções Penais a partir de novembro de 2001, saindo em maio de 2005 para a 12ª. Unidade do Juizado Especial e em seguida para 14ª. Vara Criminal.

No período em que esteve trabalhando no interior do Estado, exerceu a judicatura nas seguintes comarcas: Lavras da Mangabeira, Ipaumirim, Cedro, Orós, Jaguaribe, Pereiro, Iracema, Acopiara, Mombaça, Jaguaretama, Viçosa, Tianguá, Ubajara, Ibiapina, Guaraciaba do Norte, Reriutaba, Saboeiro, Comarca Vinculada de Umari e Suplente da Turma Recursal de Iguatu, recebendo na cidade de Iço, o título de cidadão icoense.

Na Comarca de Fortaleza trabalhou nas seguintes varas criminais e Juizados: 1ª e 2ª. varas de Delitos de Tráfico e Entorpecentes, 1ª., 2ª e 6ª. varas do Júri, 1ª.e 2ª. varas de Trânsito, Vara Única de Penas Alternativas, Vara de Execuções Penais, 1ª, 3ª, 4ª, 5ª, 6ª, 7ª, 8ª, 9ª, 10ª, 11ª, 12ª, 13ª, 15ª e 18ª, varas criminais, Vara Única da Auditoria Militar, 4ª, 5ª, 6ª, e 8ª. unidades do Juizado Especial, 2ª, 4ª e 5ª. varas da Infância e Juventude e Projeto Justiça Já, tendo sido e Coordenador das Varas da Infância e Juventude.

Na sua trajetória de Juiz, percorrendo o interior do Estado, sempre com trabalho, dignidade, simplicidade e humildade, deve ser lembrada a sua passagem pela Comarca de Icó, onde chegou a 22 de dezembro de 1994 e recebeu a Comarca com dois mil processos, e até a sua saída, no início de 2001, a deixou apenas com quinhentos e quarenta e cinco processos cíveis e noventa processos criminais. Ali distribuiu com famílias carentes mais de duas mil cestas básicas, oriundas de doações decorrentes de processos criminais de menor gravidade.

Recebeu vários elogios da Assembléia Legislativa do Estado do Ceará, pela excelência do seu trabalho na direção de pleitos eleitorais; certificado da Associação dos Advogados Criminalistas de Fortaleza, como personalidade jurídica com destaque na Advocacia criminal, e homenagem dos servidores, presidiários e direção do Instituto Penal Paulo Sarasate, com a aposição do seu nome no Núcleo de Ressocialização dos Presos daquele importante presídio.

Em Fortaleza, antes do ingresso na magistratura, realizou Curso Preparatório de Magistrado, no período de 14.08.89 a 01.09.89, tendo posteriormente realizado Curso de Aperfeiçoamento de Magistrado, a nível de Pós-Graduação, no período de março de 1998 a maio de 1999, com monografia versando sobre o Direito de Propriedade.

Além de artigos em revistas e boletins informativos do Fórum Clóvis Beviláqua, é autor dos seguintes livros: Execução Penal (2005), Execução Penal e Reflexão Sobre Direito e Justiça (2007) e Exercício Consciente do Voto e Uso do Dinheiro Público (2010). (DIMAS MACEDO).






Vicente Férrer Correia Lima (Patrono)

Filho de Luiza de Moraes Lima e do Cel. Francisco Augusto Correia Lima, nasceu Vicente Férrer Correia Lima em Lavras da Mangabeira, aos 13 de janeiro de 1915. Fez os estudos primários no Grupo Escolar de sua terra natal, de 1922 a 1927, e o Curso Ginasial realizou-o no Colégio Cearense Sagrada Família de Fortaleza, no período de 1930 a 1934. Técnico Agrícola pela Escola de Agricultura de Viçosa, Estado de Minas Gerais, e Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1953, tem desempenhado junto ao governo federal os mais destacados encargos funcionais. Assistente Jurídico do Serviço Jurídico da União, lotado na Consultoria do Ministério da Agricultura, aposentou-se nesta função em agosto de 1968, tendo ali ocupado o cargo de Assistente do Diretor da Divisão de Orçamento e Relator de Orçamento do Ministério.
No DASP desempenhou as funções de Técnico de Administração, Assistente de Seleção e Assistente de Orçamento, sendo no Instituto Nacional de Imigração e Colonização, Chefe da Divisão de Orçamento e Receita e no Ministério da Educação e Cultura, Assistente Jurídico da Campanha de Educação Rural, na Gestão do Ministro Antônio Balbino.
Junto à Câmara dos Deputados funcionou como Assessor do Relator de Projetos de Leis e de Orçamentos relativos ao Ministério da Agricultura e no Ministério das Minas e Energias foi Chefe da Secretaria do Gabinete do Ministro, se desincumbindo do Ministério da Fazenda da missão de Assistente de Orçamento da Comissão de Orçamento, bem como da função de Assistente de Gabinete do Ministro Souza Costa.
Por algum tempo exerceu a chefia do Serviço de Administração dos Serviços Administrativos do Ex-Instituto Agronômico do Norte, sediado em Belém, e presidiu a Comissão de Revenda do Material Agropecuário do Ministério da Agricultura, sendo ainda representante desse órgão ministerial junto ao Ex-Serviço Social Rural. Ademais, foi Coordenador Geral da SUDEMINAS e representante do governo de Minas Gerais junto ao Conselho Deliberativo da Sudene.
Chefe de Gabinete da Reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro e Diretor Geral do Departamento de Agricultura da Prefeitura de Brasília; Chefe de Gabinete do Ministério das Minas e Energias, na gestão do Ministro João Agripino Filho, e representante do Ministério da Agricultura na Assessoria Parlamentar do Palácio do Catete, tem se sobressaído ainda o Dr. Vicente Férrer Correia Lima como Conselheiro e Assessor da Presidência da Associação dos Servidores Civis do Brasil e Chefe de Gabinete da Presidência do Instituto Brasileiro de Reforma Agrária.
Na Sociedade Cooperativa de Serviços Médicos e Hospitalares do Rio de Janeiro serviu como assessor da presidência da entidade, nos setores de organização e métodos, financeiro e jurídico. Ademais, tem sido Diretor Administrativo do Montepio dos Servidores Civis do Brasil e Coordenador de Auditoria do Instituto Brasileiro de Reforma Agrária.
Na Companhia de Urbanização da Nova Capital do Brasil, entre outros cometimentos, foi assessor da presidência da entidade, Chefe do seu Departamento de Compras, Chefe da Campanha de Arborização das Áreas de Brasília e Coordenador dos Serviços Agrícolas do novo Distrito Federal.
É detentor da Medalha do Centenário de Clóvis Beviláqua, conferida pelo Ministério da Educação e Cultura, bem como da medalha outorgada pela Associação dos Servidores do Ministério da Agricultura, pela eficiência das funções e comissões desempenhadas naquele ministério. Pela Presidência da República foi ainda agraciado pelos seus trabalhos considerados relevantes durante a construção da nova Capital do Brasil.
De 1953 a 1958, militou na advocacia no Foro do Ex-Distrito Federal, atividade da qual se afastou para ocupar cargos de direção em Brasília. De regresso ao Rio, em 1962, retornou às lides forenses, em 1965, vindo a aposentar-se como advogado em 1979.
Jurista e ensaísta de renome, é autor das monografias “Julgamento do Processo Administrativo” e “Administração: Generalidades e Seus Instrumentos. A Auditoria na Administração Pública Federal”, ambas premiadas e publicadas pelo DASP, através do seu Centro de Documentação e Informática, a primeira em 1970 e a segunda em 1971, integrando ainda sua bibliografia os seguintes trabalhos: Ensaio Jurídico Sobre o Processo ou Inquérito Administrativo, Rio, Serviço de Documentação do Dasp, 1969; O Congresso Nacional nos Períodos Presidenciais da República Brasileira, Brasília Gráfica Itamati, 1984; e Filosofia da História do Pará e sua Exegese Jurídica, Rio, Livraria Editora Cátedra, 1985. Para a Revista do Serviço Público, do DASP, escreveu os ensaios: O Princípio da Isonomia do Direito no Regime das Constituições de 1946 e 1967, A Nova Capital do Brasil: Sua Localização e suas Conseqüências no Desenvolvimento Econômico e Social do Brasil e A Redação das Leis e o Contencioso Administrativo.
Fonte: Dimas Macedo

CADEIRA Nº 32

Fátima Lemos (Acadêmica)

Maria de Fátima Lemos Pereira Cândido, filha de Sebastião Pereira de Sousa e Maria Ester Pereira Lemos, natural do distrito de Mangabeira, Nasceu em 13 de agosto. Foi alfabetizada por sua mãe, a professora Ester Lemos, e, também com ela, cursou até a segunda série primária.


Fez estudos fundamentais seguintes com a professora Socorro Oliveira e iniciou o curso ginasial no colégio da CENEC, em Mangabeira, transferindo-se para Fortaleza em 1970, onde concluiu o primeiro grau no Colégio Estadual Marwen, cursando o pedagógico no Instituto de Educação do Ceará e no Colégio Capistrano de Abreu.

Na Universidade Estadual do Ceará (UECE) cursou licenciatura Plena em História, e ali concluiu a sua formação em Pedagogia, com habilitação em Administração Escolar, fazendo na Unifor o cursou de Especialização em Família – Uma Abordagem Sistêmica.

Em 1972, iniciou sua carreira de professora no Colégio Casimiro de Abreu, no Carlito Pamplona e, em 1976, foi contratada pelo Governo do Estado para integrar o quadro de professores fundadores do Colégio Estadual Paulo VI, em Mangabeira.

Ainda como professora da rede pública de ensino, trabalhou no Colégio Dom Quintino, na cidade do Crato, e na Escola Normal de Juazeiro do Norte. De volta à Fortaleza, em 1980, fez-se professora da Escola Estadual Maria Gonçalves, assumindo também nesse período a Coordenação Pedagógica do Colégio Monteiro Lobato, do seu tio, o professor Paulo Crispim.

Em 1984, fundou o seu próprio estabelecimento de ensino, a Escola Professora Maria Ester, hoje Colégio Maria Ester, com serviços prestados às comunidades da Serrinha, Passaré, Itaperi e bairros vizinhos.

O Colégio Maria Ester, sob sua orientação pedagógica, é referência em Fortaleza. Conta com aproximadamente mil e quinhentos alunos, e mantém uma Academia de Letras, a Academia Maria Ester de Leitura e Escrita (AME), formada por crianças e jovens das duas unidades de ensino.

Pedagoga de renome, em todo o Ceará, tem como referência teórica principal os ensinamentos de Paulo Freire. Escreve textos pedagógicos para pais e professores, que são divulgados no jornal Perspectiva, do Colégio Maria Ester, e em seminários, curso e palestras por ela ministrados.

É autora de dois livros infantis de caráter pedagógico: Lili, a Boneca de Pano e Veloso, o Gatinho Congelado, ambos publicados em 2009, e de um livro de ensaios e poemas: Histórias Para Contar e Poemas do Meu Viver (Fortaleza, Editora Prêmius, 2010).

Apesar da atividade intensa que desenvolve em Fortaleza, sempre dispõe de tempo para colaborar com o seu município, ali proferindo palestras para pais e professores, integrando também uma equipe de voluntários que desenvolve trabalho em prol da Paróquia de São Sebastião, em sua terra natal, onde edificou uma belíssima e confortável vivenda de campo.

Integra, como sócia titular, a Academia de Letras dos Municípios do Ceará, a Academia Feminina de Letras do Ceará, a Academia Lavrense de Letras e a Ala Feminina da Casa de Juvenal Galeno. (DIMAS MACEDO).


Maria do Rosário Augusto Mota (Patrono)

Professora Rosária Mota (como era conhecida), filha de Antônio Carlos Augusto Sobrinho e Joaquina Bezerra Sampaio, residia em Lavras da Mangabeira na Rua Ilda Augusto nº 156. Educadora provecta, a quem muito deve a instrução primária de Lavras da Mangabeira, foi Professora das Redes Públicas Federal e Estadual: Colégio Agrícola Professor Gustavo Augusto Lima (Lavras da Mangabeira – CE); e de outras escolas no Município de Lavras da Mangabeira. Ela ministrava aulas na área de Linguagem sendo, portanto, Mestra de gramática e literatura. A professora Rosária Mota tinha o domínio absoluto da vida educacional e era destaque cultural de sua época. Participava do sistema de ensino humanista e religioso e era dotada de sólida formação cívica-religiosa, com senso artístico de bom nível. Interessava-se sobre tudo, no estudo da obra teatral do Padre Anchieta e acreditava que a Literatura havia grande impulso, que nascera mesmo no Brasil das mãos e da inteligência desse jesuíta. A literatura jesuítica fora importante na sua formação intelectual. Rosária Mota conhecia e admirava também, as obras de José de Alencar, Machado de Assis e Rachel de Queiroz. Enfim, estava muito à frente de seu tempo e de sua região.
Fonte: Fátima Lemos

CADEIRA Nº 31

Pe. Evaldo Alves (Acadêmico)

Benedito Evaldo Alves nasceu em Aurora-CE, aos 14 dias do mês de setembro 1963. Filho de Benedito Alves e Joana Alves Barbosa. Aos 21 - 09 - 1963 - Foi levado a Pia Batismal e recebeu a 1ª Eucaristia em 18 - 12 - 1970 e no dia 05 - 08 - 1977- Recebeu o Sacramento da Confirmação (Crisma). Cursou o Primário no Patronato Monsenhor Vicente Bezerra - Aurora - Ce. Cursou o Primeiro Grau no Colégio Paroquial Senhor Menino Deus. Logo cêdo ingressou na Congregação dos Padres Jesuítas como vocacionado, cursando parte do Segundo Grau no Colégio Santo Inácio, em Fortaleza-Ce. Em 1984, entrou no Seminário São José, em Crato, onde terminou o segundo grau, no Colégio Diocesano. 1985 - Cursou o Propedêutico. 1986 - Ingressa no Seminário Regional Nordeste I – Fortaleza - Ce. No dia 25 - 12 -1990, recebeu o Leitorado em Aurora, sua terra Natal. Concluindo em 1991 o seu curso Filosófico – Teológico. Em 14 - 07 - 1991 - Recebe acolitato na cidade de Porteiras. 1992 - Regressa ao Seminário Diocesano, em Crato, para estágio Pastoral. No dia 07 - 06 - 1992 - Recebe o rito de admissão no Seminário São José em Crato. - 15 - 08 - 1992 - Recebe o Diaconato por ocasião da festa da Assunção de Maria na Catedral Nossa Senhora da Penha em Crato. 26 - 12 - 1992 - Recebeu a Ordenação Presbiterial do Bispo Diocesano do Crato, Dom Nilton Holanda Gurgel, na festa de Santo Estevão, Primeiro Mártir da Igreja, na cidade de Aurora-Ce. 30 - 05 - 1994 - Fez Parte do Colégio de Consultores da Diocese, por decreto do Bispo Diocesano de crato. 22 -. 02 - 1995 - É confirmado Reitor do Seminário Diocesano São José, em Crato - Ce. 07 - 03 - 1995 - Foi reaberto Seminário Maior Filosófico, Padre Evaldo deixou para os formandos uma vivência autêntica, espírito critico, humildade, solidariedade e participação. No reitorado do Padre Evaldo, destaca-se a conservação e manutenção das instalações do Seminário, ampliação de Patrimônio, com a construção de casas para manutenção dos formados. Elaboração do Regimento Interno do Seminário Menor, criação de uma sala histórica, e por ocasião dos 125 anos do Seminário São José, foi concluída a sua missão em Crato.
Em 24 - 12 - 1995 - É nomeado Administrador Paroquial de Jamacarú, e na mesma data é nomeado Vigário Paroquial de Missão Velha. Em Jamacarú, Pe. Evaldo recebe a tarefa para terminar de montar a casa das Irmãs Sacramentinas, e acolher as mesmas para o trabalho Pastoral.
Durante esse curto espaço de tempo em Jamacarú, Pe Evaldo, reestrutura a Paróquia com montagem da Secretaria Paroquial e restauração da casa e do salão Paroquial, pintura da Igreja matriz, reformas do teto e instalações elétricas da capela e casa paroquial de Aleixo.
Na Galameira de São Sebastião, reforma do teto da Capela, juntamente com a ajuda da paróquia e da Alemanha, adquirindo um carro para a mesma, equipamentos, alfáias, objetos da capela São José Operário em terra dura.
Pastoralmente Pe Evaldo reativa os movimentos pastorais existentes e traz para Jamacarú a Pastoral da Criança, que da assistência as mães gestantes e crianças.
- Coroinhas que presta serviço a Igreja diretamente ao altar.
- Fundou o Apostolado da Oração em Aleixo e Terra Dura.
- Criou a pastoral do Dízimo que mantém as atividades paroquiais
- Pelo Decreto Canônico nº 537, fundou o Conselho Administrativo, que auxilia
o sacerdote na administração paroquial.
- Articula o Conselho de Pastoral que coordena as pastorais e movimentos
- Montou uma Pequena Equipe para a Pastoral da Comunicação
- Pastoral do Batismo e Matrimonio
- Grupos de Mãe Rainha e Infância Missionária.
- Fundou o Grupo da Terceira idade, pensando no bem estar dos idosos.
- Criou a hora da graça de Santa Luzia no dia 13 de cada mês
Padre Evaldo da um novo impulso a Jamacarú no tocante a dimensão religiosa, reativando e reavivando a fé do povo, com a festa de Nossa Senhora das Dores, Padroeira de Jamacarú e da Virgem Santa Luiza.
Também auxiliou o vigário de Missão Velha Padre Eusébio, quando
solicitado.
- 07-10-1998 - Coordenador da Pastoral Diocesana
- 07-02-1999 – Pároco da Paróquia de Santo Antonio em Jardim, onde prestou
os serviços:
- Reanima as pastorais, movimentos e serviços.
- Reforma da Casa Paroquial
- Reforma do teto e pintura da Igreja Matriz
- Construção do cruzeiro do século
- Realização do 1º Congresso Eucarístico Paroquial
- Acolhe a imagem peregrina de Nossa Senhora da Penha, a réplica da Cruz do
descobrimento do Brasil e a imagem de Nossa Senhora Aparecida.
- 30 - 05 - 1999 - Provisão decreto de nomeação para o Colégio dos Consultores.
-25 – 06 - 2000 - Pároco da Matriz de São Vicente Férrer de Lavras da Mangabeira.
25 - 06 - 2000 - Pároco da Matriz de São Sebastião de Mangabeira
- Janeiro de 2001 - Nomeado Vigário da região Forânea IV.
- Durante um ano de paroquiano em Lavras da Mangabeira, o Padre Evaldo
redimensiona a festa do padroeiro São Vicente Ferrer, inovando a participação dos cristãos. Montou o Conselho Administrativo Paroquial e o Conselho de Pastoral. Implantou o Apostolado de Santo Expedito. Traz para a juventude lavrense o E.J.C (Encontro dos jovens com Cristo) e Grupo Santa Terezinha.
Equipe de cântico Menino Deus e Equipe de leitores. Reativa a Gruta Nossa Senhora de Lourdes.
Por ocasião da Campanha da Fraternidade do Idoso, criou o grupo de cantores: Idade Feliz. Instituiu o Oficio e celebração eucarística, todos os sábados as 6:00 hs.
Reformou o patrimônio da Paróquia, e coloca a serviço da mesma os rendimentos. Construção de uma área coberta a serviços das pastorais, movimentos e serviços.
- Na Capela de Iborepi muda o teto e constrói colunas do interior da capela,
pintura da Igreja e reforma do presbitério, teto e altares.
- Arrojado restaura as calçadas, pintura da Capela, reforma do presbitério.
- Amaniutuba reforma das calçadas, pintura da Capela, construção da casa paroquial.
- Nas Capelas reanima as pastorais e algumas criam o conselho da capela.
- Conserto do Relógio da Matriz e iluminação das torres
- Aquisição de armários, cadeiras, alfaias, palco da coroação do dia 31 de Maio,
etc.
- Em Mangabeira reforma do Altar Mor da Paróquia de São Sebastião, teto da casa paroquial e construção de banheiro.
- Em Quitauís reforma a casa paroquial e organiza as pastorais.
- Eventos: Jubileu da saúde, das crianças.
- Centenário do Pe Alzir Sampaio
- 1ª Missa do Pe Cícero Adauto
- Ordenação do Diácono Bozano
- Acolhida do 5º Bispo Diocesano D. Fernando Pânico e 1ª Missa do Pe.Bozano.
- S.M.P. (santas missões populares)
- Acolhida da comunidade religiosa (Filhas da Imaculada Conceição)
- Construção dos banheiros e reforma da sacristia e salão paroquial
- Construção das capelas: Cajazeiras, Buxaxá, Baixio I e II, Sagrada Família.
- Aquisição dos terrenos das futuras capelas de São Tarcisio bairro (Novo Horizonte), Rosa Mística (Vila Bancaria).
Pintura interna da Igreja com reforma elétrica, forro, ventiladores e presbíterio.
Implantação das quinta feiras da adoração ao santíssimo sacramento, e terço dos homens.
- Contrato na responsabilidade da paróquia dos prédios, Lions e Rotary.
- Circulo operário retorna a paróquia, com a futura capela de Santa Teresina.
- Por dois mandatos consecutivos exerceu o cargo de Forânio na região Forânia IV.
- Atualmente é o diretor espiritual do ECC (encontro de casais com Cristo) na região Forania IV.
- Em colaboração junto aos paroquianos e sociedade civil, luta para agilização da adutora de Lavras por ocasião da campanha da fraternidade sobre a água.
- Por ocasião da festa do município de 2002 recebeu o titulo de cidadão Lavrense.
- Em 2001 o certificado da medalha João Ludgero Sobreira, pelos relevantes serviços prestados a este município.
Fonte: Dorinha Andrade - andrademaria32@hotmail.com




Pe. José Joaquim Xavier Sobreira (Patrono)


“De projeção indiscutível”, nasceu no Sítio Logradouro, a 04 quilômetros da antiga povoação de São Vicente Férrer das Lavras da Mangabeira, “por volta de 1777”, segundo o historiador Joaryvar Macedo. Filho do Capitão-Mor e Comandante-Geral da Vila de São Vicente Férrer das Lavras, Francisco Xavier Ângelo, e de sua primeira mulher Ana Rita de São José.
Foi aluno do Seminário de Olinda, por onde ordenou-se presbítero. Virtuoso sacerdote e político de atuação marcante na formação do Ceará independente, célebre propulsor de movimentos libertários e idealista irrequieto e intransigente, foi o primeiro vigário (colado) de Lavras da Mangabeira, desde a criação da freguesia aos 30 de agosto de 1813 até o ano de 1821.
Por sua ação à frente das lutas pela consolidação da Independência, e pela instauração de uma ordem que realmente representasse os pressupostos da legalidade política, seu nome, pela publicação do Decreto de 03 de junho de 1822, comporia a “relação dos cidadãos que mais se destinguiram” e que “mais fervorosos se portaram pela causa de independência, e reconhecimento de Sua Majestade o Imperador” nas diversas Vilas da Província do Ceará.
Foi Presidente do Colégio Eleitoral da Comarca do Crato, reunido em Icó a 16 de outubro de 1822, que impugnou a Junta Governativa eleita em Fortaleza em 15 de janeiro do mesmo ano. preso quando da invasão da Casa da Câmara do Icó, juntamente com alguns membros do Colégio Eleitoral, pelo comandante de armas Manoel Antônio Diniz, ficou detido até ser libertado pelas tropas comandadas pelo Capitão Pereira Filgueiras.
Integrou o primeiro Governo Provisório do Ceará, logo após a independência do Brasil, eleito em Icó e empossado em Fortaleza, aos 23 de janeiro de 1823, cuja idéia de criação, existência e legitimidade foi o primeiro a proclamar, se mantendo neste posto até 04 de março do mesmo ano.
Em ofício de 14 de novembro de 1822, enviado aos deputados em cortes pelo Ceará, foi apontado por Mariano Gomes, Xavier Torres e Porbém Barbosa, membros da Junta Governativa de Fortaleza, como sendo o “primeiro motor” das agitações independentistas reinantes no interior da Província e que tinha como focos de irradiação as vilas de Lavra, Crato e Icó.
Seus serviços prestados à causa da Independência são relevantes. Empossado o Governo Provisório do Ceará, já na Sessão Extraordinária desse conselho, de 24 de janeiro de 1823, tomando a direção da palavra, se destacaria o Padre José Joaquim Xavier Sobreira pelo delineamento dos planos que traçou com vistas à consecução da Independência das províncias do Piauí e Maranhão, planos estes de pronto acolhidos pela unanimidade dos que se achavam presentes à essa reunião, entre membros do geverno recém-instalado, revolucionários e autoridades constituídas em nome da legalidade, cabendo-lhe assim, por conseguinte, “um papel importante no feito das armas cearenses naquelas províncias”, segundo ponderações do historiador Geraldo da Silva Nobre.
Entretanto, a experiência da sua atuação não se inscreve unicamente aos limites da sua província de berço. É que a sua preponderante influência política o faria igualmente caudatário de diversas aspirações e anseios do povo cearense junto à Sua Majestade o Imperador Dom Pedro I. Com efeito, o Padre José Joaquim Xavier Sobreira, disputando a indicação do eleitorado cearense, reunido nas cabeças de comarca, foi inicialmente escolhido Procurador-Geral da Província do Ceará junto ao Conselho de Procuradores-Gerais das Províncias do Brasil, instituído por Decreto de 16 de fevereiro e oficialmente instalado no Rio de Janeiro aos 02 de junho de 1822. Posteriormente, foi eleito Deputado pelo Ceará à Assembléia Constituinte Imperial de 1823. Por designação de 27 de novembro de 1922, registre-se finalmente, foi escolhido emissário da Câmara do Crato para, no Rio de Janeiro, explicar ao Imperador as razões da criação do primeiro Governo Temporário do Ceará.
Na corte assumiu as funções de Deputado e, sendo dissolvida a Assembléia, aos 12 de dezembro de 1823, regressou à sua terra natal, onde faleceu, aos 50 anos de idade, presumivelmente envenenado por sua madrasta Cosma Francisca de Oliveira Banhos, aos 17 de maio de 1827, sendo sepultado na igreja matriz de Lavras da Mangabeira.
Era irmão de dois outros importantes vultos do clero cearense: Padre Francisco Xavier Gonçalves Sobreira, revolucionário e líder de movimentos de independência na Província do Piauí, onde foi vigário da freguesia de Marvão – hoje município de Castelo – e Padre Cosme Francisco Xavier Sobreira, vigário-coadjutor em Lavras e pároco de São Mateus dos Inhamuns – hoje Jucás, sendo ambos, igualmente, nascido no Sítio Logradouro em Lavras da Mangabeira.
O nome de José Joaquim Xavier Sobreira, cujos feitos são aqui sumariamente relatados, é, com certeza, uma das mais lamentáveis omissões de todas as tentativas de biografação que foram levadas a efeito por historiadores cearenses, a começar pelo Barão de Studart, com o seu precioso Dicionário Bio-bibliográfico Cearense.
Fonte: MACEDO, Dimas. Lavrensse Ilustres. p.20