sábado, 4 de dezembro de 2010

CADEIRA Nº 26

Dimas Macedo (Academico)

Dimas Macedo (Lavras da Mangabeira-Ceará-Br,1956) é poeta, jurista, crítico literário, Mestre em Direito e Professor da UFC. É autor dos livros: A Distância de Todas as Coisas (1980, 3ª ed.: 2001), Lavoura Úmida (1990, 2ª ed.:1996), Estrela de Pedra (1994, 2a ed.: 2005), Liturgia do Caos (1996), Vozes do Silêncio (2003), Sintaxe do Desejo (2006) e O Rumor e a Concha (2009), todos de poemas. No campo da crítica ou do ensaio são de sua autoria: Leitura e Conjuntura (1984, 3a ed.: 2004), A Metáfora do Sol (1989, 3ª ed.: 2003), Ossos do Ofício (1992), Crítica Imperfeita (2001), Crítica Dispersa (2003), Ensaios e Perfis (2004), A Letra e o Discurso (2006) e Crítica e Literatura (2008).
Integra o Conselho Editorial de vários jornais e revistas culturais: Espiral e Literapia (Fortaleza), Literatura (Brasília) e Morcego Cego (Santa Catarina), entre outros. Compõe os conselhos editoriais das Edições UFC, Edições Livro-Técnico e Museu – Arquivo da Poesia Manuscrita.
Poemas e textos literários de sua autoria foram vertidos para o francês, o inglês e o espanhol e publicados em Portugal, Espanha, Inglaterra, Peru, Argentina, México e Estados Unidos, sendo colaborador de jornais e revistas do Ceará e do Brasil. A sua produção, neste campo e na área da reflexão filosófica, abrange um conjunto de mais de quatrocentos artigos, versando a maioria sobre literatura e autores de língua portuguesa.
É autor de mais de uma centena de prefácios a livros de de outros escritores, publicados em Portugal e no Brasil, no Chile, Espanha, Inglaterra e Cabo Verde, o que lhe permite um diálogo com culturas e estilos literários os mais variados, o que é próprio, aliás, da sua formação multidisciplinar.
É detentor das Comendas : Medalha do Mérito Legislativo da Câmara Municipal de Lavras da Mangabeira, Medalha da Ciência e Cultura, da Fundação Cultural de Fortaleza, e Medalha do Centenário de Morte de Cruz e Souza, do Governo de Santa Catarina, sendo ainda autor de Marxismo e Crítica Literária, publicado em Florianópolis/SC (2001).
No campo profissional, é advogado, Mestre em Direito, Professor de Direito Constitucional, Procurador do Estado do Ceará, ex-Chefe do Depoartamento de Direito Público da UFC, membro do Instituto dos Advogados Brasileiros e do Instituto Ibero-Americano de Direito Constitucional e ex-Consultor da Agência Brasileira de Cooperaçãpo junto ao Programa das Nações Unidas Para o Desenvolvimento (PNUD).
Membro-Instituidor e Professor da Escola Superior da Advocacia e da Fundação Paulo Bonavides, tem ministrado aulas na Escola Cearense de Formação de Governantes, na Escola Superior do Ministério Público, na Escola Superior da Magistratura e na Universidade de Fortaleza – UNIFOR, em cursos de graduação e pós-graduação e sempre na área do Direito Constitucional, tendo sido, nesta última entidade, Chefe do Departamento de Direito e Coordenador Adjunto do Curso de Direito.
Foi Presidente da Comissão de Direito Ambiental da Procuradoria Geral do Estado, membro das Comissões de Direitos Humanos e Estudos Constitucionais e vice-presidente da Comissão de Ensino Jurídico da OAB – Ceará. Tem artigos publicados nas seguintes revistas jurídicas: Revista Nomos, do Curso de Mestrado em Direito da UFC; Revista de Informação Legislativa, do Senado Federal; Revista dos Tribunais – Cadernos de Direito Constitucional e Ciência Política, da Editora RT; Revista Trimestral de Direito Público, da Editora Malheiros, São Paulo; e Revista Latino-Americana de Estudos Constitucionais.
É autor dos livros: Ensaios de Teoria do Direito (1985, 3a ed.: São Paulo, Edicamp, 2003), O Discurso Constituinte/Uma Abordagem Crítica (1987, 3ª ed.: Belo Horizonte, Editora Fórum, 2009), Pesquisas de Direito Público (2001), Política e Constituição (Rio, Editora Lúmen Júris, 2003) e Filosofia e Constituição (Rio, Letra Legal Editora, 2004), onde discute temas de Filosofia do Direito, Sociologia Política e Direito Constitucional.
Como palestrante ou convidado de instituições nacionais ou internacionais, se fez conferencista, entre outros, nos seguintes auditórios: Universidade de Salamanca – Espanha, Universidade Nacional Mayor San Marcos – Peru, Benemérita Universidade Autônoma de Puebla – México, Assembléia Nacional de Cabo Verde, Plenário da Câmara dos Deputados – Brasília, Universidade Natalense, UFRN, Universidade Estadual do Ceará, Universidade de Brasília, Universidade Federal da Bahia, Instituto de Altos Estudos de Direito Público (Gramado/RS) e Universidade Federal do Ceará.
Apesar do destaque na literatura, e do sucesso na vida social e profissional, orgulha-se DM de ter nascido e passado a infância em Lavras da Mangabeira-Ceará, nas margens do Rio Salgado, símbolo principal da sua criação literária e das suas intenções no plano da cultura. O Salgado, para ele, representa o movimento da vida e a dinâmica incessante da vida que sempre se renova.
Principais Fontes: Enciclopédia de Literatura Brasileira (São Paulo, Editora Global, 2001); A Poesia Cearense no Século XX (Rio, Editora Imago, 1996); Dicionário de Poetas Contemporâneos (Rio, Oficiana Letras & Artes, 1988); e Personalidades Jurídicas do Ceará (Fortaleza, Editora ABC, 1997).
Fonte: dim.macedo@hotmail.com




Lobo Manso (Patrono)

Antônio Lobo de Macedo (ou Lobo Manso, pseudônimo literário que o imortalizou) nasceu no Sítio Calabaço, município de Lavras da Mangabeira – Ceará, aos 29 de julho de 1888, e faleceu na mesma localidade, aos 20 de Abril de 1960. Filho de Maria Joaquina da Cruz e do Tenente-Coronel Joaquim Lobo de Macedo, membro proeminente da Guarda Nacional da Comarca de Lavras.
Aspirou, quando jovem, à carreira das armas, mas o destino o fez agricultor e poeta, destacando-se, também, como líder político, vereador à Câmara Municipal de Lavras da Mangabeira e cidadão de vida laboriosa e exemplar.
Versejou durante toda a existência, publicou diversos folhetos de cordel e a sua produção literária adquiriu, com o tempo, impressionante relevância, sendo conhecido, hoje, como um dos produtores de cultura de maior destaque do seu município de origem.
A ressonância da sua linguagem poética e a temática que abordou em sua obra literária, fizeram de Antônio Lobo de Macedo um nome nacionalmente conhecido, sendo de registrar, também, que dois dos seus filhos se fizeram escritores e patronos da Academia Lavrense de Letras: o historiador Joaryvar Macedo e o poeta José Zito de Macedo (Zito Lobo), pai, este último, do poeta, jurista e escritor Dimas Macedo.
José Lobo de Macedo ou Joary Lobo, que se tornou, em Lavras, político de grande ressonância, era outro filho do poeta que se fez, por igual, amante da poesia popular, acolhendo, em sua terra e nos recessos da sua residência, os grandes cantadores de viola do Nordeste, do porte de Geraldo Amâncio, Otacilio Batista, Lourival Vilanova, José Laurentino e Oliveira de Panelas.
Ao lado do Padre Mundoca, de João Ludgero Sobreira, de José Gonçalves Linhares e de Alexandre Benício Leite, Antônio Lobo de Macedo foi um dos líderes da oposição política em sua terra, fazendo coro ao lado de Aliança Liberal e dos movimentos de democratização do município, destacando-se pela bravura e o destemor das suas convicções ideológicas.
Teve papel relevante em Lavras quando do ensejo da Revolução de 30, distinguindo como o seu planfletário mais conhecido. Fez-se amigo e correligionário de Juarez e de Fernandes Távora e acolheu Virgilio em sua residência, no Sítio Calabaço. Era um tavorista convicto e um militante da UDN dos mais qualificados.
Tornou-se admirado pelos seus adversários politicos, especialmente pelos Drs. Vicente Augusto e Aloysio Ferrer, tendo este último advogado, por ocasião de sua morte, que ele devia ser enterrado de pé, face à retidão e à nobreza do seu comportamento.
Escreveu poemas de fervor político e canções de cunho social e amoroso e, entre os folhetos de cordel por ele divulgados, podem ser enumerados os seguintes: A Seca de Quinze (1917), A Revolta de Sousa (1930), Injeção de Cuspe (1936), O Garrote Misterioso (1944) e Poesias Contra os Profetas e Profecias da Chuva (1960).
Luis da Câmara Cascudo, expressão máxima do folclore brasileiro, escreveu sobre ele o seguinte: “com uma simpatia, fiz amizade com o sertanejo Lobo Manso, que além de manso, engolira toda uma revoada de curiós e canários pela legitimidade da inspiração e sobretudo o vocabulário autêntico, Sertão de Pedra e Sol onde me criei, trazendo a naturalidade espirituosa da observação, comunicada num encanto de espontaneidade estonteante”.
Além dos estudos de cunho biográfico, que lhe foram dedicados pelo filho escritor, Joaryvar Macedo: O Poeta Lobo Manso (1975) e Antônio Lobo de Macedo - O Homem e o Profeta (1988), podem ser consultados sobre ele os seguintes livros: Sol e Chuva – Ritos e Tradições (Brasília, Editora Thesaurus, 1980), de Altimar Pimentel; Dicionário de Termos e Expressões Populares (Fortaleza, Edições UFC, 1982), de Tomé Cabral Santos; Antologia do Folclore Cearense (Fortaleza, Editora da UFC, 1983), de Florival Seraine; Seca e Inverno nas “Experiências” dos Matutos Cearenses (Fortaleza, Coopcultura, 1998), de Alberto Galeno; Lavras da Mangabeira – Um Marco Histórico (Fortaleza, Tiprogresso, 2004), de Rejane Monteiro Augusto Gonçalves; Profetas da Chuva (Fortaleza, Editora Tempo e Imagem, 2006), de Karla Patrícia Holanda Martins; Anjo ou Demônio – 33 Homenagens (Teresina, Edição do Autor, 2008), de Homero Castelo Branco; e O Ceará e o Profeta da Chuva (Fortaleza, Banco do Nordeste / Editora da UFC, 2008), de Abelardo Fernando Montenegro.
Sócio Honorário (post-mortem) da Sociedade Brasileira dos Poetas da Literatura de Cordel, sediada em Salvador, Bahia, Lobo Manso figura como personagem do romance Os Búfalos de Campanário (Fortaleza, Edições Livro Técnico, 2003), de autoria de Audifax Rios, que lhe pesquisou, por igual, a obra de poeta, em livro premiado pela FUNARTE – Fundação Nacional de Artes.
Essa circunsrtancia evidencia que ele conheceu mais regiões e municípios do Estado do que se pode imaginar. Sabe-se hoje que, acompanhado do seu filho, Wilson Lobo de Macedo, também amante da poesia popular, esteve em Assaré, em visita ao poeta Papativa. E que compareceu a torneios de viola na zona norte do Estado, tendo inclusive se encontrado com Juvenal Galeno, em Fortaleza.
Orgulho-me de ser autor de dois importantes perfis sobre Antônio Lobo de Macêdo, meu avô paterno e um dos ícones maiores de toda a minha vida. Os estudos, referidos, encontram-se nos meus livros: Crítica Imperfeita (Fortaleza, Imprensa Universitária, 2001) e Ensaios e Perfis (Fortaleza, Editora Premius, 2004).
As referências sobre Lobo Manso, em todos os sentidos, são as melhores que se podem colher, em vista o patrimônio ético e humano por ele semeado na velha Princesa do Salgado, não se podendo aqui obscurecer as suas habilidades de mediador de questões conflituosas e de agente arbitral do Poder Judiciário.
Em Lavras, se houve Lobo Manso como agrimensor, inventariante, praticante da ciência médica e membro privilegiado do Tribunal do Juri, honrando, também, a Câmara Municipal de sua terra e a memória histórica da sua família que, com dignidade, sempre defendeu
Líder carismático e religioso da Paróquia de Lavras, com ressonância da Diocese do Crato e em todo o Cariri, foi um fervoroso integrante da Irmandade do Sagrado Coração e da Conferência de São Vicente de Paulo. E devoto mais do que fiel e piedoso de Nossa Senhora de Fátima e de São Vicente Ferrer.
O que o distinguia, no entanto, era o ser humano que nele se fazia em grau de relevância e de serviço ao próximo, a todas as coisas se doando, com a prontidão e o amor de quem nasceu para servir.
Fonte: Dimas Macedo.

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