sábado, 4 de dezembro de 2010

CADEIRA Nº 19

Pe. Amorim (Academico)

Manoel de Lemos Amorim é filho de Claudino Amorim de Souza e Maria Senhora de Souza. Nasceu no Distrito de Mangabeira, município de Lavras, aos 27 de julho de 1927. Concluído o aprendizado das primeiras letras em sua terra natal, rumou para o Crato, onde, no Seminário Diocesano São José, realizou a sua formação humanística, de 1944 a 1950. O Curso de Teologia concluiu no Seminário Arquidiocesano de Fortaleza, onde esteve regularmente matriculado de 1951 a 1956. Licenciou-se ainda em Filosofia pela Faculdade de Filosofia do Ceará. A nível de pós-graduação, é Mestre em Administração, pela Fundação Getúlio Vargas, e em Sociologia, pelo Centro Internacional de Sociologia de Roma, ali havendo defendido a tese “O Desenvolvimento da Comunidade Brasileira”, aos 15 de maio de 1967. A sua tese de Mestrado em Administração, registre-se, intitulou-se “Recursos Humanos Para os Projetos de Irrigação do Ceará”. Na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Cristo Rei, de São Leopoldo, Rio Grande do Sul, realizou vários cursos de aperfeiçoamento, tais como Dinâmica de Grupo, Didática Aplicada, Psicologia Religiosa e Psicologia da Personalidade. Já na Faculdade de Filosofia Nossa Senhora da Conceição, de Viamão, no mesmo Estado, fez cursos de especialização em Métodos e Técnicas Educacionais, em Psicologia da Personalidade, em Ritmo de Urbanização da América Latina e em Transformações Sociais Contemporâneas e Pastorais. Freqüentou ainda cursos de aperfeiçoamento na Faculdade de Filosofia do Crato, no Centro Regional de Treinamento em Administração do Ceará, e no Rio de Janeiro, onde, aliás, cumpriu estágio profissional de psicologia, na Fundação Getúlio Vargas de fevereiro a junho de 1971. Como sacerdote, há desempenhado as funções de vigário-cooperador de Missão Velha, bem como as de vigário-cooperador da Paróquia de Nossa Senhora da Paz, de Fortaleza, de fevereiro de 1968 a junho de 1978, tendo sido ainda vigário-ecônomo da paróquia de Jamacaru-Ce., de 1958 a 1959. No Seminário Diocesano do Crato, exerceu as funções de Reitor, Diretor Espiritual e Professor Ecônomo, tendo ainda naquela cidade dirigido o Liceu Diocesano de Artes e Ofícios, no período de 1963 a 1965. De 1969 a 1971 exerceu as funções de Chefe do Departamento de Ciências Sociais da Escola de Administração do Ceará e, de fevereiro de 1974 a março de 1975, as de Presidente da Fundação Educacional de Fortaleza-Funefor. Nas lides do magistério superior, iniciou as suas atividades em 1962, como Professor da Faculdade de Filosofia do Crato, transferindo-se posteriormente para Fortaleza, onde tem sido Professor adjunto dos cursos de Pedagogia e Administração de Empresas da Universidade Estadual do Ceará. Atualmente, exerce as funções de Chefe do Departamento de Administração da Universidade Estadual do Ceará, bem como as de Vigário da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, onde vem tendo atuação apostólica das mais destacadas. Como sacerdote e professor, há participado de vários congressos e seminários, regionais e nacionais, bem como, em várias oportunidades, proferido palestras sobre os mais variados assuntos, tanto no Ceará, como em outras regiões do país. Intelectual, orador sacro e conferencista dos mais atuantes, entre os trabalhos que até agora publicou destacam-se os seguintes: Psicologia e Psicanálise, Psicologia e Ascética, O Papel do Padre na Comunidade e O Desenvolvimento da Comunidade Brasileira – 1900/1967.
Fonte: MACEDO, Dimas. Lavrenses Ilustres. p. 175.




Manoel Gonçalves de Lemos (Patrono)


Nasceu Manoel Gonçalves de Lemos no Engenho Lages, distrito de Mangabeira, município de Lavras, aos 15 de janeiro de 1915. Filho de Thomaz Gonçalves de Lemos e Maria Gonçalves Sobreira.


Foram seus avós paternos Joaquim Gonçalves de Lemos e Maria Madalena do Rosário de Oliveira Mangueira (Dondonzinha) e, maternos, Manoel Gonçalves Sobreira e Maria Glória das Virgens Mendonça Salles.

Aprendeu as primeiras letras no ambiente familiar e com o mestre Paulo Moreira de Mello continuou essa fase de seus estudos. Na Vila de Mangabeira, concluiu o curso primário com a professora Vicência Augusto Mota de Lemos.

Em 1931 mudou-se para Crato, onde matriculou-se no Ginásio Diocesano, ali concluindo o curso ginasial. Foi um dos primeiros mangabeirenses a deixar sua terra em busca das luzes da educação e do aprendizado humanístico. “A isca que fisgou todos os outros”, como afirmou o seu primo João Gonçalves de Souza.

Em 1936, iniciou o curso pré-médico no Liceu do Ceará e, ao concluí-lo em 1939, mudou-se para Salvador, submetendo-se aos exames para o ingresso na Faculdade Medicina (1940), terminando no seu curso médico em 1945. Em Salvador, ainda acadêmico de medicina, foi residente no Hospital Juliano Moreira (1940-1945), Interno do mesmo Hospital (1944-1945) e Auxiliar Acadêmico no Ambulatório Franco da Rocha (1945).

Também foi Professor Avulso e estabelecimentos de ensino naquela capital e um dos doze doutorandos excursionistas ao Sul, Leste e Nordeste do País. Já no inicio de 1946, médico recém-formado, mostrou desejo de se instalar em Várzea Alegre, tendo seu pai, Thomaz Gonçalves de Lemos, adquirido um consultório razoavelmente aparelhado para esse objetivo.

Instalado como clínico geral e obstetra naquele município, dali disseminou o seu raio de ação para vasta região do centro sul do Ceará, onde se tornou médico e cidadão dos mais conceituados, especialmente em Várzea Alegre e em sua terra natal, nas sem nunca se deixar vencer pela pasmaceira do interior, pois sempre estava se atualizando no Recife, no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Foi professor de diversos estabelecimentos de ensino em Várzea Alegre, Membro do Conselho Municipal de Educação e Diretor do Ginásio São Raimundo Nonato, sendo também Professor Honorário do Ginásio Paulo VI, em Mangabeira, sua terra de berço, mas isto sem abandonar a condição de médico do Posto de Saúde daquela localidade, tendo falecido em Várzea Alegre, aos 09 de abril de 2001.

Dois livros fora publicados por Manoel Gonçalves de Lemos: Sentimentos Íntimos (1984) e Folhas Esparsas (1993), o primeiro de poemas e o segundo de crônicas, nos quais deixou transbordar a sua alma de sonhador e de esteta, como neste texto no qual relata a faina da sua família nas manhãs carregadas de vigor e afeto, próprios da vida sertaneja de outrora:

“Ainda madrugada e já se ouvia o barulho da palha seca de milho na cozinha. Era papai complementando a semente para plantação do dia que amanhecia, enquanto o lume aceso do fogão fervia a chaleira do café que minha mãe preparava”.

E linhas adiante: “Após o jantar, sentado numa cadeira na calçada do oitão, recostada na parede, ficava a contemplar a verdura dos matos que se descortinavam a meus olhos, o “footing” a esmo dos bichos no terreiro, um porco, uma galinha, uma novilha, uma ovelha, um touro estranho que, calma e despreocupadamente, sondava onde estava uma vaca”.

Pertenceu ao Clube Recreativo de Várzea Alegre, ao Lions Clube daquela localidade, entidade da qual foi governador, e ao Crato Tênis Clube, tendo sido, em junho de 2009, eleito patrono da Cadeira 19 da Academia Lavrense de Letras.



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