sábado, 4 de dezembro de 2010

CADEIRA Nº 25

Edna Linhares Garcia, nasceu em Lavras da Mangabeira aos 29 de janeiro de 1960. Foi aluna do Colégio São Vicente Ferrer, onde fez o antigo ensino primário e ginasial. Transferiu para a capital cearense cursando p cientifico no Colégio Chistus. Prestou vestibualar na Universidade Fereral do Ceará cursando Psicologia (1985), especialista em Fundamentos Epistemológicos da Psicologia e da Psicanálise (UNICAMP, 1990) e especialista em Psicoterapia Psicanalítica (UNICAMP, 1998). Mestre em Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1991), e doutora em Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2000). Atualmente atua como professora, supervisora e pesquisadora do Departamento de Ciências da Saúde da Universidade de Santa Cruz do Sul- UNISC- RS e Integra o corpo docente do Programa de Pós-Graduação Mestrado e Doutorado em Promoção de Saúde e do Programa de Pós-Graduação Mestrado Profissional em Psicologia desta universidade. Foi Coordenadora do Curso de Psicologia e do Serviço Integrado de Saúde- SIS, e Integrou o Comitê de Ética de Pesquisa da UNISC ao longo de 6 anos. Tutora do Programa de Educação pelo Trabalho- PET-Saúde mental e do PET Atenção Psicossocial, programas financiados pelo Ministério da Saúde. Desenvolve pesquisas com o apoio do CNPQ, FAPERGS, CAPES. Representante da universidade no Comitê Municipal sobre Álcool e outras drogas- COMAD e do Grupo Técnico Intersetorial Municipal Programa Saúde na Escola (GTIM PSE). Realiza estudos, pesquisas e intervenções na área de Psicanálise em interface com o campo da Promoção da saúde, Saúde Coletiva, Politicas Publicas, com ênfase nas temáticas de saúde mental, adoção de crianças e adolescentes, de processos de identificação materna e paterna na contemporaneidade, drogas e drogadição em contextos de vulnerabilidade social. Atualmente desenvolve pesquisa-intervenção para o Programa de Pesquisa para o SUS – PPSUS- buscando sensibilizar a comunidade acadêmica e a comunidade em geral para as problemáticas sociais enfrentadas pelas pessoas com deficiências e buscando equidade no alcance dos direitos. Há mais de 10 anos, realiza pesquisas e intervenções no campo da droga e da drogadição, especialmente buscando a prevenção do uso na infância e na adolescência, elaborando programas e ações de promoção da saúde nessa dimensão da vida. Há mais 30 anos trabalha em clínica privada atendendo em psicoterapia adolescentes e adultos na perspectiva psicanalítica. Entre as produções literárias, encontram-se artigos em diferentes revistas cientificas, tratando de saúde mental, promoção de saúde e prevenção de sofrimento psíquico e adoecimento. Autora do livro “ A problemática paterna e a potencialidade polimorfa” que trata de ressaltar a implicação da ausência ou inépcia paterna na produção de sofrimento e adoecimento das crianças e adolescentes, bem como no prejuízo para a vida adulta. No último ano, coordenou o desenvolvimento de um produto de tecnologia social na forma de um GAME, denominado de Caminhos para o SUS, que visa o aprender-brincando sobre o Sistema Único de Saúde do Brasil; O jogo busca suprir uma deficiência de conhecimento que os jovens tem a respeito do que é esse sistema, de como acessá-lo, bem como, conscientizar sobre a necessidade de fortalece-lo e fazer resistências aos desmontes do sistema que foi criado por uma demanda e por movimentos sociais. Durante a pandemia, integrou a equipe que proporcionou telepsicoterapia breve a população dos Vales do Taquari e do Rio Pardo, buscando minimizar os efeitos sobre a saúde psíquica das pessoas, numa região cujo índice de suicídio é considerado muito alto. Atualmente, integra os grupos de pesquisa: Promoção da saúde e bem-estar; Processos Clínicos, modos de subjetivação e Políticas públicas e Grupo de Estudos e Pesquisa em Saúde" (GEPS) da UNISC. FONTE: Edna Linhares Garcia.
Stênio Linhares (Academico) Neto, pelo lado paterno, de Firmino Gonçalves Linhares e de Josefa de Castro Filgueiras, e, pelo lado materno de Amélia Augusto Leite e do Coronel José Leite de Oliveira, nasceu Stênio Leite Linhares na cidade de Lavras da Mangabeira, aos 31 de janeiro de 1930, como rebento da união de Maria Leite Linhares com o farmacêutico Raimundo Gonçalves Linhares. No Grupo Escolar Dr. José Martins Rodrigues, da sua terra natal, realizou o curso primário, indo posteriormente estudar no Ginásio Diocesano do Crato e no Ginásio Salesiano Padre Rolim, de Cajazeiras, na Paraíba, de onde se transferiu para o Colégio São José, de Fortaleza, onde concluiu os seus estudos secundários. Na Faculdade de Direito, da Universidade Federal do Ceará, bacharelou-se em Direito em 1956, sendo de registrar que durante o período acadêmico desenvolveu intensa atividade estudantil, tendo inclusive exercido as funções de Diretor da Polícia Estudantal, Presidente do Clube do Estudante e Presidente do Centro Estudantal Cearense, do qual foi igualmente secretário. Graduado, o Dr. Stênio Leite Linhares militou na advocacia nas comarcas de Guaraciaba do Norte, Ipu, Nova Russas e Ipueiras, sendo nesta última cidade professor e Diretor do Colégio Estadual Otacílio Mota, tudo isto no período de 1957 a 1960. Posteriormente, mediante concurso, ingressou no cargo de Promotor de Justiça, prestando, a partir de então, assinalados serviços ao Ministério Público do Estado do Ceará, exercendo a promotoria pública nas comarcas de Caucaia e Ipueiras, bem como na Comarca de Fortaleza, onde foi Promotor de Justiça Efetivo e Auxiliar, além de Curador de Casamento e Separação Judicial. Promovido ao cargo de Procurador da Justiça, veio a exercer as elevadas funções de 2º e, posteriormente, de 1º Subprocurador Geral da Justiça, bem como as de Procurador Geral da Justiça, Membro do Colégio de Procuradores e Secretário do Conselho Superior do Ministério Público. O Dr. Stênio Leite Linhares foi ainda Procurador junto ao Tribunal de Contas do Estado do Ceará, Diretor do Departamento de Polícia Civil e Delegado de Ordem Política e Social do mesmo Estado, isto além de Chefe de Gabinete da Secretaria de Segurança Pública e Secretário de Polícia e Segurança Pública do Ceará. Ademais, exerce as funções de Professor da Universidade Estadual do Ceará, bem como as de Professor da Academia de Polícia Civil, onde leciona Direito Constitucional e Administrativo e da qual já foi vice-Diretor. Pertence à Ordem do Advogados do Brasil, Secção do Ceará, bem como à Associação Cearense dos Diplomados da Escola Superior de Guerra e à Associação Cearense do Ministro Público, isto além de diversas outras comissões que exerceu no desempenho do serviço público, entre as quais a de integrante de diversas bancas examinadoras de concursos para os cargos de Promotor de Justiça, Advogado no Ofício e Delegado de Polícia Civil. Fonte: MACEDO, Dimas. Lavrenses Ilustres. p. 181. steniolinhares@hotmail.com José Linhares (Patrono) José Gonçalves Linhares, neto, pelo lado paterno, do Capitão Francisco Gonçalves Linhares e de Dona Josefa Teresa de Jesus Linhares e, pelo lado materno, de Liberalismo Gonçalves Correia e Dona Florinda de Castro Filgueiras, nasceu o Dr. José Gonçalves Linhares na então Vila de São Vicente das Lavras, aos 23 de agosto de 1882, como primogênito da União Matrimonial do farmacêutico Firmino Gonçalves Linhares com Dona Josefa de Castro Filgueiras. O pai, misto de farmacêutico e político, em Lavras chefiou a facção local do Partido Cruz Saldanha e ali fundou a tradicional Farmácia Linhares, atividade comercial da qual se constituiria pioneiro, não só em Lavras da Mangabeira, mas em todo o interior da Província do Ceará. Mas, além dessas e de outras relevantes circunstâncias a ditar-lhe exemplos no próprio ambiente familiar, o mesmo José Gonçalves Linhares do berço já trazia consigo a responsabilidade da preservação da cultura e da honorabilidade dos seus ancestrais. Entre os seus tios paternos, por exemplo, já em fins do século passado alcançavam verdadeiras consagrações os nomes do Desembargador Manoel Clodoaldo Linhares, Governador Interino e Procurador Geral do Estado do Espírito Santo e o Monsenhor Meceno Clodoaldo Linhares, antigo Deputado à Assembléia Provincial Cearense e uma das mais respeitáveis figuras da história eclesiástica do Ceará. Depois do aprendizado das primeiras letras, assimiladas na escola Pública de sua terra natal, então dirigida pelo Prof. José Afonso Pereira Moreno, transferiu-se para Fortaleza, aqui matriculando-se no Liceu do Ceará, onde concluiu os estudos primários e secundários e onde realizou alguns preparatórios. Posteriormente, ingressou na antiga Faculdade de Farmácia e Odontologia do Ceará, por onde graduou-se farmacêutico, aos 23 de fevereiro de 1918, como integrante da primeira turma de formados de citada instituição. Diplomado, regressou à terra natal, ali assumindo a direção da farmácia fundada pelo seu genitor, mister ao qual se dedicaria com a abnegação de um monge. Sua fama de esculápio atravessou as fronteiras da municipalidade lavrense, fazendo com que doentes de outros municípios viessem bater à porta da sua botica com a fé de quem busca a cura pela crença no efeito das prescrições de um sábio. Homem lido e entendido em assuntos farmacêuticos, bem como dotado de relativa cultura humanística, o Dr. José Linhares foi, segundo o testemunho do mestre Moreira Campos, “daqueles farmacêuticos-médicos que realizam, com saber e devotamento, o milagre do diagnóstico e da preparação das drogas”. Como político militante que o foi, porém não tão brilhante quanto farmacêutico, o Dr. José Gonçalves Linhares soube se colocar numa posição intocável. É que a retidão da sua conduta o elevou sempre acima das mesquinhas intrigas interioranas. Quando em 1932 aceitou a sua nomeação para o cargo de Interventor Municipal da sua terra, o fez com a consciência de estar se investindo na função que por direito lhe era destinada, pois sendo ele um dos próceres da política regional e havendo militado na vanguarda da Aliança Liberal do município, se constituiria no momento em guardião dos anseios do seu povo em legenda daqueles que em Lavras aspiravam a uma posição de melhor destaque nos quadros da administração municipal, ofuscada, de há muito, pelo império de uma secular oligarquia. Porém neste posto foi efêmera a sua permanência, pois pouco tempo depois desceria do pedestal onde se encontrava para, em campo livre, preparar novas resistências aos seus adversários, alinhando-se ao lado dos que lutavam pela valorização democrática da comunidade lavrense. Assim é que posteriormente entrou para as hostes da União Democrática Nacional (UDN), que em Lavras ajudou a fundar. Como udenista, continuou fazendo oposição aos que, sem uma razão histórica plausível, continuavam como senhores absolutos do poder. À frente da Prefeitura Municipal de Lavras da Mangabeira realizou administração operosa e progressista, dotando a cidade de significativos melhoramentos que ainda hoje refletem as suas aptidões de homem público e de abnegado lutador em prol do desenvolvimento comunitário. Entretanto, sua preocupação maior estava voltada para as especialidades farmacêuticas. Nesse tempo, além do exercício da profissão à frente da tradicional Farmácia Linhares, destacou-se também como exímio preparador de fórmulas medicinais que, se devidamente registradas, hoje talvez estivessem rendendo uma fortuna para a família. Porém o Dr. José Linhares preferiu a modéstia, retraído no obscurantismo da pequena cidade. De sua autoria conhecidas são as composições que batizou com os nomes de Biosan, Odolina, Calicidina, Dermilina, Pó Anti-asmático Linhares, Fimo-xarope e Elixir Estomacal Linhares, isto além de outras prescrições que o projetaram nos meios farmacêuticos do Ceará e especialmente no seio da comunidade lavrense. Em Lavras deixou ele fama de farmacêutico competente, com seu nome hasteado na memória dos seus concidadãos e imortalizado numa das ruas da cidade que lhe serviu de berço. O poeta Lobo Manso, avô do autor destas linhas, certa feita, restabelecido pela eficácia de mais uma das incríveis prescrições do Dr. José Linhares, seu dileto amigo e velho companheiro de atividades políticas, provocado por outrem, naturalmente, teve a feliz idéia de nos legar este interessante testemunho: José Linhares de fato é um médico de primeira em Lavras da Mangabeira seu tratamento é exato de Iguatu até Crato tem a sua aprovação é um segundo Leão sua clínica tem garantia é a de mais simpatia aqui no nosso sertão. Sobre sua placidez humana, vejamos o que ainda na fonte atrás referida nos quis comunicar mestre Moreira Campos: “revejo-o de passagem pela minha calçada, muito magro, a roupa branca colada ao corpo, os suspensórios, o passo sereno, talvez certo ar de indagação advinda da sua rebelde surdez”. Pois bem: a deficiência auditiva é possível que o tenha levado a melhor repensar o mundo e a uma gradativa depuração das suas reservas intelectuais, tanto assim que numa fase mais avançada da sua existência, terminou por dedicar-se à feitura de artigos que, vez por outra, respingava na imprensa caririense ou mesmo em jornais fortalezenses de maior circulação. Suas qualidades de beletrista o levaram ainda a enveredar pelos caminhos da ficção, sendo de registrar que sob o título de “Esculapianas” chegou a reunir em volume autônomo uma coleção de contos que tencionava publicar, mas que após sua morte se extraviaram juntamente com outros seus escritos de subido valor. Quando faleceu, segundo registro de alguns jornais de Fortaleza, encontrava-se preparando uma memória histórica sobre o município de Lavras da Mangabeira, a qual, infelizmente, tomou o destino das suas demais anotações. Em primeiras núpcias o Dr. José Linhares matrimoniou-se com Maria Mirian Ferrer Linhares, sua conterrânea, filha do Coronel Vicente Ferrer de Araújo Lima e de Maria Teixeira Ferrer. Morrendo-lhe a consorte, contraiu ele um segundo casamento, desta feita com a pintora Maria da Conceição Esteves Linhares, fortalezense, filha de Luiz Antônio Esteves e de Maria Farias Esteves. Do primeiro enlace, lhe nasceram os seguintes rebentos: Miceno Ferrer Linhares, Maria Pia Linhares de Sá e Dulce Linhares Garcia. Do segundo, procede o ilustre poeta e ensaísta cearense Linhares Filho, membro da Academia Cearense de Letras e Professor do Centro de Humanidades da Universidade Federal do Ceará. entre seus netos destacam-se o Dr. Raul Linhares de Sá, economista; Drs. Mirialdo Linhares Garcia e Miraneudo Linhares Garcia, médicos; Dr. Miranez Linhares Garcia, engenheiro-mecânico; Dra. Miranildes Linhares Garcia, advogada; Dr. Pedro Garcia Júnior, farmacêutico e Dra. Mirian Linhares Garcia, pedagoga de elevados méritos nos meios educacionais paulistanos. O Dr. José Linhares, se quisesse, poderia ter aspirado posição de maior destaque nos quadros sócio-culturais do Ceará, a exemplo dos seus irmãos Joel e Josaphat de Lima Linhares, ambos com assento na Academia Cearense de Letras, sendo o primeiro além de escritor e professor de renome, Diretor Geral da Secretaria do Interior e da Justiça do Governo do Ceará e, o segundo, Professor Catedrático da Universidade Federal do Ceará e Secretário de Estado no governo do Dr. STÊNIO GOMES. Em 1959, não sabemos ainda por que conveniências, liquidou suas atividades em Lavras da Mangueira e transferiu-se com a família para Fortaleza, aqui prosseguindo nas suas funções de farmacêutico. No Bairro de Monte Castelo, onde fixou residência, fez ressurgir a sua tão querida Farmácia Linhares, tendo, durante os dois lustros que ali residiu, granjeado a simpatia daquela comunidade da grande Fortaleza, restabelecendo, assim, a sua reputação de esculápio, cujas qualidades excepcionais foram, dentre outras exaltadas por escritores como Moreira Campos e J. de Figueiredo Filho. O Dr. José Gonçalves Linhares faleceu em Fortaleza, como decano dos farmacêuticos do Ceará, aos 04 de dezembro de 1968, sendo sepultado no Cemitério São João Batista desta Capital. Antevendo a morte que o aguardava, teve ele, como todo homem de pensamento, o cuidado de nos legar interessante testemunho sobre sua atividade humana e suas convicções ideológicas, bem como registrar suas disposições de última vontade em testamento que se nos apresenta como uma autêntica escritura literária dos nossos tempos. Fonte: MACEDO, Dimas. Lavrenses Ilustres. p. 71.

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