sábado, 4 de dezembro de 2010

CADEIRA Nº 1

Linhares Filho (Academico).

Em Lavras da Mangabeira nasceu José Linhares Filho, aos 28 de fevereiro de 1939, sendo seus pais o farmacêutico José Gonçalves Linhares, antigo prefeito municipal de Lavras, e sua mãe a pintora Maria da Conceição Esteves Linhares.

Em Lavras estudou as primeiras letras com as professoras Senhorinha Bezerra, Diloreto Banhos e Maria Lina Machado. Em seguida matriculou-se no Seminário São José de Crato, onde cursou até o quarto ano incompleto.
Ao sair daquele estabelecimento de ensino, o Reitor, Monsenhor Pedro Rocha de Oliveira, escrevia a seu pai – “tem bastante pendor para o português, e quem sabe se não será, futuramente, um ilustre homem de letras?”.
Transferindo-se para Fortaleza, estudou no Colégio Lourenço Filho, no qual foi secretário, orador e presidente do Grêmio Literário Antônio Sales, redator-chefe do jornalzinho Tribuna do Estudante e Orador oficial da turma de humanistas do colégio.
Fez o curso clássico no Liceu do Ceará, onde foi redator-chefe do jornal O Liceu e onde fundou a extinta entidade Liga Estudantil dos Aspirantes ao Direito, com seu respectivo órgão publicitário, o jornalzinho O Condor.
Pertenceu aos extinto Grupo SIN de Literatura e recebeu Menção Honrosa pelo ensaio Linguagem e Filosofia de Machado de Assis, quando, ainda estudante, disputou, em 1966, o Prêmio Esso-Jornal de Letras Para Universitários Brasileiros.
Formou-se pela Faculdade de Letras da Universidade Federal do Ceará, após cursar três anos na Faculdade de Direito da citada Universidade, tendo nesta última sido feito orador oficial do Centro Acadêmico Clóvis Beviláqua.
Docente de Literatura Portuguesa da Universidade Federal do Ceará, concluiu os cursos de mestrado e doutorado na Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde defendeu as seguintes teses: A Outra Coisa na Poesia de Fernando Pessoa, para aferição do grau de Mestre, e O Poético Como Humanização em Miguel Torga, para aferição do grau de Doutor.
É autor dos seguintes livros de poemas: Sinantologia – 1968, de parceria; Sumos do Tempo – 1968; Voz das Coisas (1979) e Frutos da Noite da Trégua (1983), Tempo de Colheita (1987), Andanças e Marinhagens (1993), Rebuscas e Reencontros (1996), Itinerário (1998), Notícias de Bordo (2006), Cantos de Fuga e Ancoragem (2007), 50 Poemas Escolhidos Pelo Autor (2008) e No Limiar do Inverno (2010).
De crítica ou ensaio, além de artigos em jornais e revistas, publicou: A Metáfora do Mar no Dom Casmurro (1979) e A Outra Coisa na Poesia de Fernando Pessoa (1982), Ironia, Humor e Latência nas Memórias Póstumas (1992), O Poético como Humanização em Miguel Torga(1997), A Modernidade na Poesia de Fernando Pessoas (1998), O Amor e Outros Aspectos em Drummond (2002) e Com A Palavra (2009).
O melhor da crítica cearense e muitos nomes da crítica nacional o têm como poeta e ensaista de granrde sensibilidade. Pronunciou conferência no Liceu Literário do Rio de Janeiro e em vários cursos de Literatura Luso-Brasileira, em cursos de graduação pós-graduação, nom Brasil e no exterior, destacando-se como Professor Visitante em várias universidades europeias, especialmente em Portugal e na Alemanha.
Em 1980 foi eleito para a Academia Cearense de Letras, ocupando ali a cadeira nº 30, que tem como patrono Rocha Lima, sendo ainda Sócio Correspondente do Instituto Cultural do Vale Caririense e Presidente de Honta da Academia Lavrense de Letras. (DIMAS MACEDO).



Joel de Lima Linhares (Patrono).

Nasceu em Lavras (depois Lavras da Mangabeira), aos 3 de agosto de 1895. Filho do farmacêutico Firmino Gonçalves Linhares e de Ana Ubaldina de Lima Linhares. O curso primário iniciou-o aos cinco anos de idade, em sua cidade natal e terminou-o, a partir de 1907, no Colégio de São Francisco do Canindé, sob a orientação dos Frades Capuchinhos, iniciando no mesmo colégio o curso de Humanidades, até o segundo ano inclusive. Posteriormente, em 1910, transferiu-se para Fortaleza, onde se matriculou no Seminário Arquidiocesano da capital cearense, concluindo aqui o curso de Humanidades e ingressando no Curso de Teologia do citado Seminário, que não chegou a concluir, abandonando-o ao término do segundo ano. Saindo do Seminário, em 1916, abraçou a carreira do magistério particular, que já tentara exercer no ano anterior, como professor de música e canto gregoriano. Em 1929, matriculou-se na Faculdade de Direito do Ceará, para sair bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais em 1933. Poeta, filósofo e orador expressivo, membro da Academia Cearense de Letras, onde ocupou a cadeira nº 16 que tem como patrono Franklin Távora, o Dr. Joel Linhares exerceu por muito tempo o cargo de Diretor Geral da Secretaria de Estado dos Negócios do Interior e da Justiça. Contudo, foi nas lides do magistério que Joel Linhares mais se destacou, tendo sido professor de diversos educandários da capital cearense e, da mesma forma, Professor Catedrático de Filosofia Romântica da Faculdade de Filosofia da Universidade do Ceará. Conferencista, romancista e gramático, foi no campo da filologia que Joel de Lima Linhares, mais se sobressaiu como escritor, e que no Ceará foi uma das expressões máximas, sendo dessa maneira considerado pela crítica literária sensata. Apesar de não ter dado a público os livros que escreveu, senão artigos esparsos, discursos, conferências e poesias, trabalhos espalhado em jornais e revistas daqui e de além, o professor Joel Linhares deixou inédita uma Gramática Portuguesa, Pontos de Filologia Romântica, um romance, algumas monografias a respeito de temas filológicos, conferências e discursos, sendo que faleceu em Fortaleza, aos 23 de fevereiro de 1979. Além do português, dominou vários idiomas, inclusive o tupi, o sânscrito e o esperanto, nos quais deixou vários poemas escritos.
Fonte: MACEDO, Dimas. Lavrenses Ilustres. p. 98

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