sábado, 4 de dezembro de 2010

CADEIRA Nº 12

Marcondes Costa Pinheiro (Academico)

Nasceu aos 23 de março de 1935, na Cidade de São João do Jaguaribe (Ce), filho de Raimundo Alves Pinheiro e de Eugrácia Costa. Por opção tornou-se um lavrense fervoroso, sem perder contato com sua terra berço, na Princesa do Salgado consorciou-se com Maria Sónia Sampaio Pinheiro (05.04.1961), sendo filhos do casal Fábio Sampaio Pinheiro, Valéria Sampaio Pinheiro e Verônica Sampaio Pinheiro.
Primeiras Letras ele as deve à sua mãe que, mais tarde, em São João do Jaguaribe, concluiu o primário para, em seguida, na Cidade de Bananeiras, no vizinho Estado da Paraíba, concluir o curso de Técnico em Agropecuária na Escola Agrotécnica "Vidal de Negreiros"
Continuou seus estudos, realizando os seguintes cursos: (a) de Atualização Pedagógica, ministrado pelo Centro Regional da Formação e Treinamento de Professores Agrícolas da Universidade Federal Rural de Pernambuco; (b) de Treinamento de Professores Agrícolas, ministrado pela SUDENE e Universidade Federal Rural de Pernambuco; (c) de Caprinos e Ovinos para Professores Agrícolas - Convênio Internacional MEC/MTb/CNPq/CNP/EBRAPA – realizado em Sobral (CE); (d) de Avicultura (corte e postura), ministrado pela Escola Agrotécnica Federal de Concórdia (SC); e (e) de Suinocultura ministrado pela Escola Agrotécnica Federal de Concórdia (SC)
Seminários e encontros dos quais participou: 2° Seminário das Escolas Agrícolas do Ceará, evento promovido pela Secretaria de Educação do Estado do Ceará e realizado pela Escola Agrotécnica Federal do Crato (CE); 1° Encontro de Educadores das Escolas Agrícolas do Nordeste, realizado em Natal (RN).
Atividades. Funcionário Público Federal, exercendo-o na Escola Agrotécnica de Lavras da Mangabeira (CE), hoje Colégio Agrícola Professor Gustavo Augusto Lima e, posteriormente, lotado na Escola Agrotécnica de Iguatu (CE) e atualmente aposentado como Professor do 1° e 2° Graus, tendo prestado mais de 30 anos de bons serviços ao País (1959-1990).
Instituições culturais. Rotary Clube, tendo exercido a função de Secretário, por 4 vezes, e de Presidente; tempo durante o qual se dedicou às atividades de cárter social como, por exemplo, junto às crianças carentes e aos presos na Cadeia local, bem como sorteando bolsas de estudo para alunos pobres; e também orientou o trânsito da cidade, por meio de placas, beneficiando as pessoas de fora em visita à Cidade de Lavras da Mangabeira.
Embora não tenha realizado essas atividades com o objetivo de qualquer beneficio próprio, foi reconhecido pela Câmara Municipal de Vereadores, por Resolução n° 04 de 11 de maio de 1975, concedeu-lhe o titulo de Cidadão Lavrense.. Recebeu outras homenagens, sendo uma muito especial, em 13 de outubro de 1999, por ter tido a honra de apresentar o livro "Itinerário" de autoria do lavrense Linhares Filho, "brilhante escritor, emérito professor e primoroso poeta (...) pela valiosíssima contribuição à cultura do Ceará e do Brasil."




Zito Lobo (Patrono)


Zito Lobo é pseudônimo pelo qual se tornou conhecido, em Lavras da Mangabeira, o cidadão José Zito de Macedo, nascido no sítio Calabaço, daquele município, aos 29 de novembro de 1922, e falecido em Fortaleza, aos 24 de março de 1987.
Recolhido na simplicidade da sua expressão gestual tímida e cativante, de característica marcadamente paternal e afetiva, esse amante incondicional da tradição e da história dos seus ancestrais caririenses, é autor de um livro de poemas que, de forma sutil e reiterada, atesta o seu amor à verdade e à cultura da sua região.
Mesmo acompanhando de perto, durante algum tempo, o azeitamento da sua oficina criativa, jamais me acorreu a idéia de que, no final dos seus dias, a sua criação viesse a assumir tamanha gravidade e de que o seu espólio literário estivesse praticamente pronto para o prelo.
Sabia ele, no entanto, do significado e do valor que permeavam a tessitura dos seus versos, e sabia, mais do que isso, que eu jamais me furtaria ao compromisso que um dia lhe fizera de publicar uma seleção dos seus poemas.
Dessa circunstância é que nasce a edição de Trovas e Poemas (Fortaleza, Editora Oficina, 1990), volume no qual deliberei reunir, de forma rigorosa, os poemas que ele escreveu num período de quase sete anos, e que se estende de 10 de outubro de l975, data da morte da minha mãe, Maria Eliete de Macedo, até 22 de maio de 1982, quando ele, ainda levemente tristonho, casou-se, em segundas núpcias, com Francisca Nogueira Maia Macedo.
Da emoção e do enlevo que sempre costuraram as suas atitudes, ele não se furtou de falar ao silêncio da sua escritura poemática, tecendo trovas e sonetos, crônicas e poemas temperados pela coloração de tristezas e de revelações, sabendo, contudo, dosar os seus poemas com recursos e apelos de gosto popular, expondo, com argúcia, os contrastes e fraturas do nosso esquecido sertão.
Afora a militância de ordem literária, que viria a encarar e a desenvolver, na maturidade, o meu pai ostentava trajetória de vida fincada na verdade e na participação. Vivendo a epopéia dos que laboram na busca da Justiça e no cadinho da resistência e da verdade, é certo que seu nome remarca as tradições da comuna que o acolheu como cidadão.
Nascido, como vimos, no Sítio Calabaço, onde sempre viveu da pecuária e do amanho da terra, em 1958, tangido pelas asperezas da seca, veio a fixar residência na cidade de Lavras, passando, a partir de então, a desenvolver atividades no Sítio Cajueiro, que adquirira, por compra, do seu primo e cunhado, Vicente Favela de Macedo.
Colocando-se ao lado das vanguardas e iniciativas da cidade de Lavras, seria ele, naquele munícípio, um dos fundadores do Círculo Operário dos Trabalhadores Cristãos, de cujo núcleo regional foi Presidente.
Também em Lavras da Mangabeira foi um dos fundadores do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, sendo um dos instituidores, na gestão em que foi Tesoureiro de referido Sindicato, da Cooperativa dos Trabalhadores Rurais de Lavras da Mangabeira, que igualmente dirigiu. Em 1966, participou do processo de constituição do diretório municipal do Movimento Democrático Brasileiro, ao lado de homens de determinação e de larga atuação na defesa dos grandes valores da comuna, tais as legendas de Jaime Lobo de Macedo e Otoni Lopes de Oliveira.
E ao abrigo dessa nova vivência democrática, teve o seu nome cogitado ao cargo de Prefeito, o mesmo ocorrendo em 1976, quando o industrial e político, João Ludgero Sobreira, o quis transformar em chefe da edilidade. De ambos os encargos, contudo, soube se eximir com elegância, demonstrando não possuir interesse, pertinente às coisas do poder e da instituição do município.
Relações de afetividade e de estima são formas de valores que sempre difundiu entre a sua parentela e os seus inumeráveis amigos. O que marca, no entanto, a sua trajetória, é a disposição que sempre demonstrou em pautar a sua atividade ao desenvolvimento da vida social, ligando seu nome a vários movimentos de caráter político e à prática de uma liderança carismática e católica que, em sua terra de berço, exerceu como poucos cidadãos.
Transferindo-se para Fortaleza, em 1975, aqui viria a fixar residência no Bairro da Piedade, onde se tornou figura popular. Atuando como Cooperador Salesiano junto à Paróquia de Nossa Senhora da Piedade, naquela comunidade viria a integrar a Associação do Sagrado Coração e a Associação de Nossa Senhora Auxiliadora, desempenhado funções de direção junto ao Círculo Operário dos Trabalhadores Cristãos – núcleo regional do Bairro da Piedade – e bem assim na Associação dos Merceeiros do Ceará.
Sua primeira mulher, Maria Eliete de Macedo, com quem se matrimoniou aos 27 de novembro de 1945, sua prima legítima, era igualmente, como ele, natural do Sítio Calabaço, onde nasceu aos 20 de fevereiro de 1929, tendo falecido em Fortaleza, aos 10 de outubro de 1975. Sua segunda mulher, Francisca Nogueira Maia Macedo, com quem se casou, aos 22 de maio de 1982, natural do município de Morada Nova/Ceará, após sua morte veio a fixar residência na Avenida Visconde do Rio Branco no Bairro da Piedade.
Descendente da linhagem dos desbravadores que construíram a civilização do Cariri, filho de Maria de Aquino Macedo e de Antônio Lobo de Macedo (Lobo Manso), uma das legendas da poesia popular do Ceará, José Zito de Macedo, para o meu orgulho, é hoje nome de rua em Fortaleza e em sua cidade natal, num reconhecimento, acredito, aos seus melhores atributos.
Ao ensejo da criação da Academia Lavrense de Letras, Linhares Filho foi um dos primeiros a lembrar o seu nome para Patrono de uma das Cadeiras, gerando, de imediato, aplauso por parte de todos os presentes.
Honra-me, de forma profunda e recompensadora, o fato de ser filho desse denso e memorável José Zito de Macedo. A sua retidão, a sua leveza de espírito e o seu desejo de servir ao próximo e de amar a causa de Deus e da Igreja constituem parte do que mais admiro em sua formação.
Eu sempre o amei e venerei da forma mais sentida, e da forma ainda mais sagrada e dolorosa daquilo que faz parte de mim, e que me ensina a ser, a cada instante, um servo fiel do seu amor, bastando-me o seu exemplo como modelo de pai e de amigo e de esposo fiel e generoso, sendo esteio de amparo e proteção para todos nós (DIMAS MACEDO).

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