segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Voto de Pesar

                                   


A Academia Lavrense de Letras, em nome dos seus membros e da sua diretoria congratula-se a família do confrade Francisco Pinto de Macedo (Waldir Pinto) pelo seu falecimento. Seu tempo como membro desta Arcádia engrandeceu nossa entidade e imortalizou esse grande lavrense.
Que Deus lhe conceda em bom lugar.
Cristina Couto
Presidente.



sábado, 29 de setembro de 2018

Discurso proferido por ocasião da I Conferência Nacional e Internacional Anti-Tóxico - Por: Cristina Couto.


Senhora e senhores,  boa tarde.



Lavras da Mangabeira é um Município Bicentenário, cheio de lendas, permeado de mistérios e com muita história para contar. É uma terra fértil, banhada pelo Salgado, o rio não só inundou a terra, inundou também a mente dos seus filhos.

A Princesa do Salgado é conhecida como celeiro de intelectuais, em 2008, fundamos a Academia Lavrense de Letras, idealizada pelo jurista, poeta, professor, procurador do Estado e cronista literário, Dimas Macedo, que preocupado com o rumo que nosso Município tomava tratou de reunir quarenta intelectuais e os empossou para lutarmos em prol da preservação da história e valores lavrenses. Nossa entidade é formada de intelectuais não só das letras, nosso quadro é composto de poetas populares, repentistas, ator, cantor, artista plástico, memorialistas e todos os componentes que formam esse grande caldeirão cultural que é Lavras da Mangabeira.

Desmembrada do município de Icó, Em 20 de maio de 1816, constituiu com Crato e Umari os maiores e mais importantes núcleos de povoamento na época colonial no interior do Nordeste. A Vila de Lavras foi tornada cidade pela Lei Provincial nº 2.075, de 20 de agosto de 1884, passando a ser chamada Cidade de Lavras.

Em 1877, Francisco Xavier Ângelo, oriundo de Mamanguape, na Paraíba,  foi o terceiro  capitão-mor deste lugar. Sua descendência foi marcada por grandes tragédias e muito poder. Foi quase 200 anos de oligarquia política, de 1877 a 1974, a maior e mais sólida do Nordeste brasileiro.  Pena que nossa bela e rica história tenha sido esquecida ou apagada por longos 40 anos. Lutamos com todas as nossas forças e conhecimento para não deixa-la morrer. Devemos gratidão e homenagem ao grande historiador Joaryvar Macedo, a escritora Rachel de Queiroz, Dimas Macedo e João Tavares Calixto Júnior que sem se importar com forças contrarias pesquisaram e registraram tudo.  Hoje, os neófitos estudantes vêm se juntar a nós para beber da fonte do conhecimento da nossa história.  Parabéns a esses novos e futuros acadêmicos, a vocês minha eterna gratidão.

Os anos passaram e a história continua; mudamos apenas o tempo e seus valores. Esta Conferência é de suma importância para nosso município. A violência sempre existiu, a princípio pela posse de terras, na busca do ouro, do poder e dos privilégios. Como pesquisadora do coronelismo e do cangaço no Nordeste do Brasil não vejo diferença daquela época para hoje mudou apenas os valores e os personagens.  A droga é a grande vilã e o carro chefe dos males da contemporaneidade. Precisamos trabalhar os novos valores e conceitos que estão nas nossas casas a afrontar e desafiar pais e filhos, transformando-os em verdadeiros inimigos. Nossa sociedade pede socorro.

A Academia Lavrense de Letras parabeniza e agradece ao Dr. Silva pela coragem e iniciativa desta Conferência tão oportuna e necessária para os dias atuais, para nosso Estado e nosso Município.  São atitudes como estas que devem ser tomadas e executadas, somente assim, contribuímos com a sociedade que anda sedenta de soluções para os problemas atuais e urgentes. O mundo precisa de paz e de amor, mas, nada disso acontecerá se a justiça não for praticada no real sentido da palavra. A justiça não só do direito, a justiça do cotidiano praticada por cada um de nós, a justiça vivida e ensinada por Jesus Cristo, e foi a sua ausência que levou o maior e melhor homem nascido na terra ao martírio e a morte, e morte de cruz. É hora de refletir para depois agir.

Obrigada.



domingo, 24 de junho de 2018

Prefácio - Por Émerson Monteiro






Isto de isenção absoluta em matéria de assuntos humanos já se sabe em definitivo que não existe. Na historiografia também acontece do mesmo jeito. Desde a seleção do tema a ser abordado, aos métodos adotados, em tudo por tudo o autor põe sua capacidade de escolha, a demonstrar o quanto difícil será fugir da participação pessoal naquilo de que trata. Tem sido assim desde que o primeiro homem se deteve na investigação da história, e de certeza assim continuará pelo correr dos séculos adentro. Aonde tocar, ali nascerá nova história, por mais que intente aprofundar os temas e as versões que os enquadram. O que fará a diferença serão o esmero e a diligência dessas abordagens. O afinco e a seriedade com que mergulhar naquilo que recolhe de depoimentos, documentos, interpretações anteriores, peças e materiais encontrados na fria matemática de aproximação dos esforços.
Cristina Couto compõe esse quadro de seriedade no trato dos compostos da história de Lavras da Mangabeira. Juntamente com Joaryvar Macedo, Melquíades Pinto Paiva, Batista de Lima, Dimas Macedo e João Tavares Calixto Junior, que formam o panteão dos historiógrafos a primar em recolher com carinho e acendrado amor peças raras do passado dessa comuna interiorana do Ceará, reconhecidamente rico em característica antropológicas, etnográficas e históricas do período feudal nordestino brasileiro, e delas formam o que restou de nossos registros em verdadeiras obras literárias da maior importância do ponto de vista das ciências sociais, durante todo tempo. Há uma legenda de que Lavras detém largo número per capita de intelectuais e artistas além da média dos demais rincões do Estado, o que a situam dentre os lugares privilegiados neste conceito. E seus historiógrafos bem caracterizam tais pretensões, sobretudo no que tange ao zelo e a qualidade do que produzem.
Este trabalho de Cristina agora, mais uma vez, demonstra a largas tais considerações. No que diz respeito ao trágico Episódio de Princesa, na Paraíba, que envolveu o primeiro dos netos de Dona Fideralina, a matriarca de quatro costados das Lavras e dos Augustos, a autora encetou pesquisa inolvidável, digna dos grandes missionários da investigação histórica, indo bem dentro das profundidas possíveis daquilo que quis conhecer e reunir. Abriu mão das comodidades rotineiras, viajou aos lugares dos acontecimentos, visitou familiares dos principais personagens, avassalou nas matérias anteriores, vasculhou os documentos oficiais do processo, interpretou coerentemente livros, jornais e revistas que abordaram, à época, o polêmico assunto, e produziu texto admirável pela clareza e totalidade daquilo em que sentiu o dever científico de bem informar o leitor, dada a sua qualificação acadêmica de propiciar à posteridade uma visão crítica da momentosa e tão traumática ocorrência envolvendo o médico cearense Ildefonso Augusto de Lacerda Leite.
Além do mais, Cristina Couto possui um texto escorreito, prático e fluente, ao estilo dos bons romancistas, no que prima enfeixar e desenvolver os subsídios que localizara no decorrer da longa caminhada, relíquias ainda existentes quanto ao incidente histórico e suas inevitáveis consequências pessoais e sociais.
Outra vez está de parabéns a cultura histórica do Ceará, quiçá do Brasil, com a maturação desta escritora e da sua produção científica, motivo da melhor justiça aos que ora se debruçam em conhecer o seu apreciável trabalho.

                                               Emerson Monteiro




quinta-feira, 10 de maio de 2018

MENSAGEM DE PESAR


É com profundo presar e uma tristeza imensa que a Academia Lavrense de Letras comunica o falecimento da acadêmica, Neide Freire, ocupante da Cadeira Nº 3, cujo patrono era o educador lavrense, Filgueiras Lima. Neide como todos nós amou sua terra e dela nunca esqueceu. Sempre que lhe fazia uma visita o assunto era Lavras e sua gente. De memória invejável lembrava de tudo que viveu naquela pequena cidade que foi seu berço e seu amor primeiro. 
Fica com Deus amiga querida.

sexta-feira, 4 de maio de 2018

Cariri Cangaço - Edição Fortaleza/2018.

Mesa solene de Abertura do Cariri Cangaço - Fortaleza/2018.

Manoel Severo, Ingrid Rebouças e Nenenzinha Mangueira.

Dr. Paulo Quezado e o Poeta Barros Alves.

Num projeto ousada a Academia Lavrense de Letras e o Instituto Cariri do Brasil, realizam em Fortaleza o Cariri Cangaço – Edição/2018. A noite de abertura foi no auditório Murilo Aguiar, da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, no dia de 26 de abril de 2018, às 19 horas. A Mesa Solene foi presidida pelo deputado estadual Heitor Ferrer, representando o presidente da Assembleia Legislativa, Zezinho Albuquerque, econtou ainda, com as presenças do deputado federal, Raimundo Gomes de Matos; representando o Congresso Nacional e a Comissão de Cultural da Câmara dos Deputados, do ministro Ubiratan Diniz Aguiar; presidente da Academia Cearense de Letras, do professor João Arruda; representando o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, do professor Benedito Vasconcelos; presidente da SBEC, do Dr.. João de Lemos; presidente do Instituto dos Advogados do Ceará, de Cristina Couto; presidente da Academia Lavrense de Letras e de Eduardo Renno; vice-presidente da Academia Cearense de Cinema.
A solenidade foi aberta pelo deputado estadual e Sócio Honorário da Academia Lavrense de Letras, Heitor Ferrer que ressaltou a "extraordinária iniciativa do empreendimento Cariri Cangaço em seu trabalho de aprofundar o estudo da história e das tradições nordestinas, fazendo da cultura uma das molas mestras para a transformação da sociedade, é uma honra  para a Assembleia Legislativa do Ceará acolher o Cariri Cangaço".  Logo em seguida à  execução do Hino Nacional Brasileiro, o promotor de justiça do Estado do Rio Grande do Norte, colecionador e pesquisador, conselheiro Cariri Cangaço, Ivanildo Silveira fez a apresentação do Cariri Cangaço aos presentes.
“Em seguida fez uso da palavra, representando a Câmara dos Deputados o deputado federal Raimundo Gomes de Matos que renovou o compromisso da Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados; da qual é um dos componentes," ressaltou a importância do "trabalho digno de reconhecimento do Cariri Cangaço, tendo a frente meu conterrâneo Manoel Severo, que faz esse trabalho reunindo pesquisadores de todo o Brasil, hoje presentes em Fortaleza"

O ministro Ubiratan Diniz Aguiar, presidente da Academia Cearense de Letras em suas palavras ressaltou: "a esperança contida em iniciativas como o Cariri Cangaço, reunindo verdadeiros abnegados e defensores da cultura num trabalho sério e responsável." Lembrou, ainda, sua luta em defesa da cultura quando ocupava uma Cadeira na Câmara dos Deputados que teve em seu bojo a mudança constitucional dos recursos destinados à área da cultura," como também, festejou Fortaleza por receber o evento, e ainda, fez um convite para no próximo mês de agosto, todas as entidades ali reunidas e representadas pelo Cariri Cangaço, estarem participando no Teatro José de Alencar de um manifesto encabeçado pela Academia Cearense de Letras em defesa da cultura.


domingo, 15 de abril de 2018

Cariri Cangaço - Fortaleza/2018.













PROGRAMAÇÃO CARIRI CANGAÇO FORTALEZA 2018

QUINTA-FEIRA 
Dia 26 de Abril de 2018 

19h – Noite Solene de Abertura 
Assembléia Legislativa do Estado do Ceará
Av. Desembargador Moreira 2807, Dionísio Torres
Auditório Murilo Aguiar

Exposição O Cangaço em Papel Mache
ARCHIMEDES MARQUES
Aracaju-SE

Feira de Cordéis, Xilogravuras e Literatura do Cangaço

19h20min – Formação da Mesa de Autoridades
19h30min – Hino Nacional

19h30min – Apresentação do Cariri Cangaço
Por Conselheiro
IVANILDO SILVEIRA 
Natal-RN

19h45min - Fala das Autoridades

20h20min - Entrega de Comendas
MINISTRO UBIRATAN DINIZ AGUIAR
REITOR ROBERTO CLÁUDIO BEZERRA
FRANCISCO REGIS FROTA ARAUJO
VALDETÁRIO ANDRADE MONTEIRO
PAULO QUEZADO

Por Conselheiros 
JULIANA PEREIRA E ÂNGELO OSMIRO

20h50min - Cariri Cangaço, 
Onde a Verdadeira Alma Nordestina se Encontra 
MANOEL SEVERO BARBOSA

21h15min - As Crianças de Alma Nordestina e o 
Futuro da Cultura do Brasil de Raiz 
CECÍLIA DO ACORDEON
PEDRO MOTA POPOFF
DEISIELLY DO ACORDEON
PEDRO LUCAS FEITOSA
ERICA DO ACORDEON
FRANCINE MARIA


SEXTA-FEIRA
Dia 27 de Abril de 2018

8h30min - Casa José de Alencar
Av. Washington Soares, 6055
Universidade Federal do Ceará
9h - "O Menino do Cordel e do Baião"
PEDRO MOTA POPOFF
Bauru-SP

9h00min - Comenda Alcino Alves Costa da SBEC
BENEDITO VASCONCELOS
Mossoró-RN
Homenageados
NELI CONCEIÇÃO
WESCLEY RODRIGUES
NARCISO DIAS

9h15min - Lampião na Historiografia de Sergipe
Volume II
ARCHIMEDES MARQUES
Aracaju-SE

9h30min - O Coronelismo e sua Capilaridade Histórica 
FÁTIMA PINHO
Juazeiro do Norte-CE 

10h10min - Homenagem a Joaryvar Macedo
 "O Império do Bacamarte"
ROSALBA MACEDO
HELIO SANTOS
Fortaleza-CE

10h30min - Izaias Arruda x Paulinos: Novas informações 
sobre os desfechos das lutas
JOÃO TAVARES CALIXTO JUNIOR
Juazeiro do Norte-CE

11h10min - Fontes para a Historia do Ceará Colonial
PROFESSOR FRANCISCO PINHEIRO
Fortaleza-CE

ALMOÇO
Apresentação Cultural
QUIRINO SILVA E CÉLIA MARIA
João Pessoa-PB

14h15min - A Dura Vida no Sertão Brasileiro
RITA PINHEIRO, A Garimpeira da Cultura
Salvador-BA

14h30min - Lampião Decurião:Mito e Mistério
PAULO QUEZADO
Fortaleza-CE

15h10min - Apresentação do Aplicativo "Lampião-Herói ou Vilão"
RÚBIA LOSSIO
RENATA KALINA DE PAULO ALVES MACEDO
HÉRLON RIBEIRO PARENTE CORTEZ
Universidade Leão Sampaio - Juazeiro do Norte-CE

16h00min - Lançamento de "Documentos para a 
Historia de Missão Velha"
Os Coronéis das Terras dos Terésios
JOÃO BOSCO ANDRÉ
Missão Velha-CE

16h40min - Lançamento de "Pequenos Assombros"
BRUNO PAULINO
Quixeramobim-CE

COFFE BREAK COM APRESENTAÇÃO ARTÍSTICA
POETA GERALDO AMÂNCIO
ALDANISIO PAIVA
MAESTRO RAFAEL BRITO
IAN FERMON DE MORAES QUEIROZ

NOITE LIVRE

SÁBADO
Dia 28 de Abril de 2018

MANHÃ LIVRE

14h15min – Academia Cearense de Letras
Palácio da Luz - Rua do Rosário, 01 Centro

14h30min - Academia Maria Ester de Leitura e Escrita
RECEPÇÃO e APRESENTAÇÃO

14h45min - Formação da Mesa 

14h50min - Entrega de Diploma a Personalidades
LUITGARDE OLIVEIRA CAVALCANTI BARROS
REGINA PAMPLONA FIÚZA
JONAS LUIS DA SILVA, DE ICAPUÍ
ANTONIO VICENTE ALENCAR
Por Conselheiros
JORGE REMÍGIO, ARQUIMEDES E ELANE MARQUES

15h00min - Entrega de Diplomas Honra ao Mérito
FÁTIMA LEMOS
RÔMULO ALEXANDRE
NENENZINHA MANGUEIRA
Por
PAULO VANDERLEI E NOADIA COSTA


15h10min - Entrega de Diplomas da Academia Lavrense de Letras
CRISTINA COUTO

15h20min - Conferência "Padre Cícero Romão Batista"
LUITGARDE OLIVEIRA CAVALCANTI BARROS
Rio de Janeiro-RJ
MESA
BARROS ALVES
Fortaleza-CE
URBANO SILVA
Caruaru-PE

16h20min - Lançamento de "A Raposa do Pajeú"
Capitão Simplício Pereira da Silva
HELVÉCIO NEVES FEITOSA
Fortaleza-CE
VENÍCIO FEITOSA NEVES
Parambu-CE

16h50min - O Império dos Rifles
BIBI SARAIVA
Exu-PE

17h20min - Lançamento do Livro
 "A Tragédia de Princesa:O caso Dr. Ildefonso Augusto de Lacerda Leite"
CRISTINA COUTO
Lavras da Mangabeira-CE

17h40min - Poesia e Lançamento
Fideralina - A Matriarca de Ferro
POETA GERALDO AMÂNCIO

18h00min - Café com Arte
A Poesia e a Música de Alma Nordestina
FRANCINE MARIA
Ibiapina-CE
CECILIA DO ACORDEON
Redenção-CE
DEISIELLY DO ACORDEON
Ocara-CE
ERICKA DO ACORDEON
Sousa-PB

20h00min – Cine Teatro São Luiz
Praça do Ferreira, Centro

20h10min -  Roda de Conversa com o Diretor
DANIELL ABREW
FRANCISCO REGIS FROTA ARAUJO
ADERBAL NOGUEIRA
JONAS LUIS DA SILVA, DE ICAPUÍ

20h:45min - Exibição do Filme
"Onde Nascem os Bravos"
DANIELL ABREW
Fortaleza-CE

DOMINGO
Dia 29 de Abril de 2018

9h – Visita ao Memorial de Luiz Gonzaga
MARCELO LEAL
Fortaleza-CE

IMPORTANTE
Toda Programação totalmente grátis, inclusive a exibição no Cine São Luiz. Lembramos também que não é necessário inscrição prévia.




Cariri Cangaço Fortaleza 2018
Realização
INSTITUTO CARIRI DO BRASIL
Co-realização
ACADEMIA CEARENSE DE LETRAS
ACADEMIA LAVRENSE DE LETRAS

Apoio
SBEC- SOCIEDADE BRASILEIRA DE ESTUDOS DO CANGAÇO
GRUPO DE ESTUDOS DO CANGAÇO DO CEARÁ
ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO CEARÁ
CINE TEATRO SÃO LUIZ
CASA JOSÉ DE ALENCAR - UFC
ICC - INSTITUTO CULTURAL DO CARIRI
SOCIEDADE CEARENSE DE GEOGRAFIA E HISTORIA
GPEC-GRUPO PARAIBANO DE ESTUDOS DO CANGAÇO
INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO PAJEÚ
LASER VÍDEO

Patrocínio
COLÉGIO MARIA ESTER
COLÉGIO DOM QUINTINO
CÂMARA BRASIL-PORTUGAL
Mídia e Redes Sociais
GRUPO LAMPIÃO CANGAÇO E NORDESTE
GRUPO OFICIO DAS ESPINGARDAS
COMUNIDADE O CANGAÇO
GRUPO HISTORIOGRAFIA DO CANGAÇO
GRUPO DE ESTUDOS CANGACEIROS
O CANGAÇO NA LITERATURA
GRUPO SERTÃO NORDESTINO
PROGRAMA RAÍZES DO SERTÃO


sábado, 10 de março de 2018

Fideralina – A Matriarca de Ferro. Por: Dimas Macedo




               A poesia popular do Nordeste é uma das grandes expressões da cultura brasileira. Se diferencia da poesia erudita pelo acento melódico da sua sonoridade. Destaca-se por ser uma poesia rematada e escandida, e por ser uma forma de criação literária que se vale da metrificação e da rima e da riqueza do vocabulário.
          Pertence a poesia popular ao gênero do cancioneiro e das cantigas de gesta que exaltavam os guerreiros na Idade Média. Daí, o seu sentido heroico, a sua construção ritmada e a sua aproximação com o armorial, que é a cultura popular elevada ao plano da erudição.
          O folheto de cordel e a cantoria distinguem-se na área da poesia popular: o primeiro, caracteriza-se pela reportagem, o resgate da memória e a glorificação dos feitos e personagens de valor histórico; já, a cantoria, possui no repente e no improviso os elementos da sua força criadora.
        Geraldo Amâncio tem se destacado, no Ceará e no Nordeste, como um dos nossos melhores cantadores e como um dos pesquisadores mais respeitados da nossa poesia popular.
         Viajou pelo Brasil e o mundo em busca de um mesmo sentido: o som das cantorias, as suas formas armoriais e os traços essenciais da sua expressão em diversos países. Mas eis que sempre retorna ao seu velho torrão – o Ceará.
         Geraldo tem dezesseis discos gravados, incluindo várias parcerias, e alguns livros publicados, dentre eles, enumerando-se os seguintes: De Repente Cantoria, A História de Antônio Conselheiro, Cantigas que Vêm da Terra, Gênios da Cantoria e Assim Viveu e Morreu Lampião, Rei do Cangaço.
          No seu livro O Beato José Lourenço, o Caldeirão e a Matança dos Romeiros (Fortaleza: Premius, 2017), com o seu talento de poeta, Geraldo Amâncio resgatou um dos episódios mais desumanos da história do Nordeste, que foi a destruição da comunidade do Caldeirão pelas forças reacionárias da nossa elite política.
          Agora, voltando-se mais uma vez para região do Cariri, Geraldo Amâncio conta a história da conhecida coronela de Lavras da Mangabeira, cujo perfil biográfico foi por mim tracejado em Dona Fideralina Augusto – Mito e Realidade (Fortaleza: Armazém da Cultura, 2017).
          No seu novo livro, Fideralina Augusto – A Matriarca de Ferro (Fortaleza: Expressão Gráfica, 2018), Geraldo Amâncio escreve o poema mais expressivo do cancioneiro de Dona Fideralina Augusto, mostrando-nos que a sua trajetória e as suas ousadias deram-lhe, com certeza, uma tradição memorável.
           Trata-se de livro arquitetado com a erudição e o talento de um grande poeta, cujo repente o eleva nas páginas da nossa história literária, celebrando, de último, a memória de Fideralina Augusto, a nossa Matriarca de Ferro, que tanto de projetou na história política do Brasil.
                  
                                                                                                    
                                                                                                       
                                                                                                                    

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

SONS DE LAVRAS - Cristina Couto





A Rua da minha infância altiva e silenciosa começava a emitir os velhos e costumeiros sons noturnos ao cair da madrugada. O cantar dos grilos atrás dos antigos móveis da casa da minha avó enchia os nossos ouvidos e as nossas paciências, o crocitar das corujas por cima dos telhados vinda da velha Matriz de São Vicente Ferrer invadia a noite em tom assombroso, os gritos dos presos trancafiados na Cadeia Pública, clamando por liberdade há muito perdida, como se o clamor libertasse a voz em vez do corpo.

E assim, corria a noite em meio a musicalidade polifônica da pequena e pacata cidade, quando ao romper da aurora o apito do trem rasgava a madrugada, avisando a chegada de um novo dia, e, em meio aos apitos, sons de freios nos ferros, vozes se misturavam aos assobios e a movimentação dos chapeados que carregavam as bagagens, dos passageiros que desembarcavam e de outros que seguiam viagem, o maquinista reclamava a demora e o bilheteiro olhava atento o ingresso daqueles que cheios de esperança embarcavam no trem. E toda esse alvoroço agitava a pequena cidade que ao partir do trem voltava a sua rotina.