sábado, 29 de setembro de 2018

Discurso proferido por ocasião da I Conferência Nacional e Internacional Anti-Tóxico - Por: Cristina Couto.


Senhora e senhores,  boa tarde.



Lavras da Mangabeira é um Município Bicentenário, cheio de lendas, permeado de mistérios e com muita história para contar. É uma terra fértil, banhada pelo Salgado, o rio não só inundou a terra, inundou também a mente dos seus filhos.

A Princesa do Salgado é conhecida como celeiro de intelectuais, em 2008, fundamos a Academia Lavrense de Letras, idealizada pelo jurista, poeta, professor, procurador do Estado e cronista literário, Dimas Macedo, que preocupado com o rumo que nosso Município tomava tratou de reunir quarenta intelectuais e os empossou para lutarmos em prol da preservação da história e valores lavrenses. Nossa entidade é formada de intelectuais não só das letras, nosso quadro é composto de poetas populares, repentistas, ator, cantor, artista plástico, memorialistas e todos os componentes que formam esse grande caldeirão cultural que é Lavras da Mangabeira.

Desmembrada do município de Icó, Em 20 de maio de 1816, constituiu com Crato e Umari os maiores e mais importantes núcleos de povoamento na época colonial no interior do Nordeste. A Vila de Lavras foi tornada cidade pela Lei Provincial nº 2.075, de 20 de agosto de 1884, passando a ser chamada Cidade de Lavras.

Em 1877, Francisco Xavier Ângelo, oriundo de Mamanguape, na Paraíba,  foi o terceiro  capitão-mor deste lugar. Sua descendência foi marcada por grandes tragédias e muito poder. Foi quase 200 anos de oligarquia política, de 1877 a 1974, a maior e mais sólida do Nordeste brasileiro.  Pena que nossa bela e rica história tenha sido esquecida ou apagada por longos 40 anos. Lutamos com todas as nossas forças e conhecimento para não deixa-la morrer. Devemos gratidão e homenagem ao grande historiador Joaryvar Macedo, a escritora Rachel de Queiroz, Dimas Macedo e João Tavares Calixto Júnior que sem se importar com forças contrarias pesquisaram e registraram tudo.  Hoje, os neófitos estudantes vêm se juntar a nós para beber da fonte do conhecimento da nossa história.  Parabéns a esses novos e futuros acadêmicos, a vocês minha eterna gratidão.

Os anos passaram e a história continua; mudamos apenas o tempo e seus valores. Esta Conferência é de suma importância para nosso município. A violência sempre existiu, a princípio pela posse de terras, na busca do ouro, do poder e dos privilégios. Como pesquisadora do coronelismo e do cangaço no Nordeste do Brasil não vejo diferença daquela época para hoje mudou apenas os valores e os personagens.  A droga é a grande vilã e o carro chefe dos males da contemporaneidade. Precisamos trabalhar os novos valores e conceitos que estão nas nossas casas a afrontar e desafiar pais e filhos, transformando-os em verdadeiros inimigos. Nossa sociedade pede socorro.

A Academia Lavrense de Letras parabeniza e agradece ao Dr. Silva pela coragem e iniciativa desta Conferência tão oportuna e necessária para os dias atuais, para nosso Estado e nosso Município.  São atitudes como estas que devem ser tomadas e executadas, somente assim, contribuímos com a sociedade que anda sedenta de soluções para os problemas atuais e urgentes. O mundo precisa de paz e de amor, mas, nada disso acontecerá se a justiça não for praticada no real sentido da palavra. A justiça não só do direito, a justiça do cotidiano praticada por cada um de nós, a justiça vivida e ensinada por Jesus Cristo, e foi a sua ausência que levou o maior e melhor homem nascido na terra ao martírio e a morte, e morte de cruz. É hora de refletir para depois agir.

Obrigada.



Nenhum comentário: