Senhora e
senhores, boa tarde.
Lavras da Mangabeira é um Município Bicentenário, cheio de
lendas, permeado de mistérios e com muita história para contar. É uma terra fértil,
banhada pelo Salgado, o rio não só inundou a terra, inundou também a mente dos
seus filhos.
A Princesa do Salgado é conhecida como celeiro de
intelectuais, em 2008, fundamos a Academia Lavrense de Letras, idealizada pelo
jurista, poeta, professor, procurador do Estado e cronista literário, Dimas
Macedo, que preocupado com o rumo que nosso Município tomava tratou de reunir
quarenta intelectuais e os empossou para lutarmos em prol da preservação da
história e valores lavrenses. Nossa entidade é formada de intelectuais não só
das letras, nosso quadro é composto de poetas populares, repentistas, ator,
cantor, artista plástico, memorialistas e todos os componentes que formam esse
grande caldeirão cultural que é Lavras da Mangabeira.
Desmembrada do município de Icó, Em
20 de maio de 1816, constituiu com Crato e Umari os maiores e mais importantes
núcleos de povoamento na época colonial no interior do Nordeste. A Vila de Lavras foi tornada cidade pela Lei Provincial nº 2.075, de 20 de agosto de 1884, passando a
ser chamada Cidade de Lavras.
Em 1877, Francisco Xavier Ângelo, oriundo de Mamanguape, na
Paraíba, foi o terceiro capitão-mor deste lugar. Sua descendência foi
marcada por grandes tragédias e muito poder. Foi quase 200 anos de oligarquia
política, de 1877 a 1974, a maior e mais sólida do Nordeste brasileiro. Pena que nossa bela e rica história tenha sido
esquecida ou apagada por longos 40 anos. Lutamos com todas as nossas forças e
conhecimento para não deixa-la morrer. Devemos gratidão e homenagem ao grande
historiador Joaryvar Macedo, a escritora Rachel de Queiroz, Dimas Macedo e João
Tavares Calixto Júnior que sem se importar com forças contrarias pesquisaram e
registraram tudo. Hoje, os neófitos
estudantes vêm se juntar a nós para beber da fonte do conhecimento da nossa
história. Parabéns a esses novos e
futuros acadêmicos, a vocês minha eterna gratidão.
Os anos passaram e a história continua; mudamos apenas o
tempo e seus valores. Esta Conferência é de suma importância para nosso
município. A violência sempre existiu, a princípio pela posse de terras, na
busca do ouro, do poder e dos privilégios. Como pesquisadora do coronelismo e
do cangaço no Nordeste do Brasil não vejo diferença daquela época para hoje
mudou apenas os valores e os personagens. A droga é a grande vilã e o carro chefe dos
males da contemporaneidade. Precisamos trabalhar os novos valores e conceitos
que estão nas nossas casas a afrontar e desafiar pais e filhos,
transformando-os em verdadeiros inimigos. Nossa sociedade pede socorro.
A Academia Lavrense de Letras parabeniza e agradece ao Dr.
Silva pela coragem e iniciativa desta Conferência tão oportuna e necessária
para os dias atuais, para nosso Estado e nosso Município. São atitudes como estas que devem ser tomadas
e executadas, somente assim, contribuímos com a sociedade que anda sedenta de
soluções para os problemas atuais e urgentes. O mundo precisa de paz e de amor,
mas, nada disso acontecerá se a justiça não for praticada no real sentido da
palavra. A justiça não só do direito, a justiça do cotidiano praticada por cada
um de nós, a justiça vivida e ensinada por Jesus Cristo, e foi a sua ausência
que levou o maior e melhor homem nascido na terra ao martírio e a morte, e
morte de cruz. É hora de refletir para depois agir.
Obrigada.
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