Joaquim Maria MACHADO DE ASSIS nasceu no Rio de Janeiro (RJ) aos 21 de junho de 1839 e faleceu na mesma cidade em 29 de setembro de 1908. Portanto, neste ano de 2008 e neste mês de setembro, completa cem anos de seu falecimento cuja oração fúnebre Rui Barbosa a proferiu.
Era de origem simples, filho de Francisco José de Assis, operário, e de D. Maria Leopoldina Machado de Assis, doméstica. Casado com D. Carolina, mulher culta que lhe deu bastante apoio, inclusive na sua atividade intelectual.
O seu empenho em aprender foi extraordinário, pois não tinha acesso a cursos regulares e, tendo conhecido uma senhora francesa que mantinha negócio de padaria em São Cristóvão, recebeu do forneiro as primeiras lições da língua francesa e também foi fundamental a proteção que recebera da Senhora Maria José Mendonça Barroso, viúva do Senador do Império Bento Barroso Pereira.
Para quem era tão modesto em sua origem, Machado de Assis começa cedo sua atividade literária, aos 16 anos de idade publica o “Poema Ela” e, aos 17 anos de idade vai trabalhar como tipógrafo na Imprensa Nacional, onde conheceu o Escritor Manoel Antônio de Almeida, seu Diretor, que lhe deu proteção. Assumiu outros empregos, entre os quais o de Oficial da Secretaria do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, sendo seu meio de subsistência por toda a sua vida.
Teve um casamento feliz, durante 35 anos, mas o falecimento de Carolina em 1904 causa-lhe grande tristeza. Ela, sem dúvida, foi a grande companheira que lhe ajudou na sua obra, tornando-se um gigante da literatura nacional, escritor que dominou variados gêneros como cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, critico e ensaísta.
Um soneto de Machado de Assis tocou-me o coração, lembrou-me particularidade minha semelhante, não na arte das letras, composição poética que ele dedicara a Carolina, em 1904, quando do falecimento da esposa culta e dedicada, uma companheira num casamento feliz que só teve lugar para o amor. Eis na integra:
À Carolina, de Machado de Assis:
Querida, ao pé do leito derradeiro
Em que descansas dessa longa vida,
Aqui venho e virei, pobre querida,
Trazer-te o coração do companheiro
Pulsa-lhe aquele afeto verdadeiro
Que, a despeito de toda a humana lida,
Fez a nossa existência apetecida
E num recanto pôs um mundo inteiro.
Trago-te flores, - restos arrancados
Da terra que nos viu passar unidos,
E ora mortos nos deixa e separados.
Que eu, se tenho nos olhos malferidos
Pensamentos de vida formulados,
São pensamentos idos e vividos.
Na Academia Brasileira de Letras Machado de Assis é fundador da Cadeira 23 cujo Patrono é o seu grande amigo José de Alencar, escolha sua. E, pela importância do escritor, a ABL tornou-se conhecida como Casa de Machado de Assis.
Recentemente a Academia Cearense de Letras, numa extensa programação, entre 10 de junho e 11 de julho, promoveu debates sobre Machado de Assis, com a participação dos conferencistas: Pedro Paulo Montenegro (o critico literário, o cronista, o memorialista); José Murilo Martins (Machado na Academia Brasileira de Letras); Fernanda Coutinho, (o cronista); Linhares Filho (Machado de Assis: latência sensual consciente); Ângela Gutierrez (Alencar por Machado); Vera Lúcia Albuquerque de Moraes, (dialogo entre Alencar e Machado: Encarnação e Ressurreição); Sânzio Azevedo (o poeta); e Lúcio Alcântara (aspectos médicos na obra de Machado de Assis).
Este registro sobre o centenário de morte de Machado de Assis (1908-2008), sem comentário sobre sua obra, constitui-se numa sugestão aos colegas acadêmicos para que comentem sobre o grande autor, sobre suas obras e fases de sua produção literária e também sobre sua personalidade complexa.
João Gonçalves de Lemos, Acadêmico, Cadeira 11 na ALL
Era de origem simples, filho de Francisco José de Assis, operário, e de D. Maria Leopoldina Machado de Assis, doméstica. Casado com D. Carolina, mulher culta que lhe deu bastante apoio, inclusive na sua atividade intelectual.
O seu empenho em aprender foi extraordinário, pois não tinha acesso a cursos regulares e, tendo conhecido uma senhora francesa que mantinha negócio de padaria em São Cristóvão, recebeu do forneiro as primeiras lições da língua francesa e também foi fundamental a proteção que recebera da Senhora Maria José Mendonça Barroso, viúva do Senador do Império Bento Barroso Pereira.
Para quem era tão modesto em sua origem, Machado de Assis começa cedo sua atividade literária, aos 16 anos de idade publica o “Poema Ela” e, aos 17 anos de idade vai trabalhar como tipógrafo na Imprensa Nacional, onde conheceu o Escritor Manoel Antônio de Almeida, seu Diretor, que lhe deu proteção. Assumiu outros empregos, entre os quais o de Oficial da Secretaria do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, sendo seu meio de subsistência por toda a sua vida.
Teve um casamento feliz, durante 35 anos, mas o falecimento de Carolina em 1904 causa-lhe grande tristeza. Ela, sem dúvida, foi a grande companheira que lhe ajudou na sua obra, tornando-se um gigante da literatura nacional, escritor que dominou variados gêneros como cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, critico e ensaísta.
Um soneto de Machado de Assis tocou-me o coração, lembrou-me particularidade minha semelhante, não na arte das letras, composição poética que ele dedicara a Carolina, em 1904, quando do falecimento da esposa culta e dedicada, uma companheira num casamento feliz que só teve lugar para o amor. Eis na integra:
À Carolina, de Machado de Assis:
Querida, ao pé do leito derradeiro
Em que descansas dessa longa vida,
Aqui venho e virei, pobre querida,
Trazer-te o coração do companheiro
Pulsa-lhe aquele afeto verdadeiro
Que, a despeito de toda a humana lida,
Fez a nossa existência apetecida
E num recanto pôs um mundo inteiro.
Trago-te flores, - restos arrancados
Da terra que nos viu passar unidos,
E ora mortos nos deixa e separados.
Que eu, se tenho nos olhos malferidos
Pensamentos de vida formulados,
São pensamentos idos e vividos.
Na Academia Brasileira de Letras Machado de Assis é fundador da Cadeira 23 cujo Patrono é o seu grande amigo José de Alencar, escolha sua. E, pela importância do escritor, a ABL tornou-se conhecida como Casa de Machado de Assis.
Recentemente a Academia Cearense de Letras, numa extensa programação, entre 10 de junho e 11 de julho, promoveu debates sobre Machado de Assis, com a participação dos conferencistas: Pedro Paulo Montenegro (o critico literário, o cronista, o memorialista); José Murilo Martins (Machado na Academia Brasileira de Letras); Fernanda Coutinho, (o cronista); Linhares Filho (Machado de Assis: latência sensual consciente); Ângela Gutierrez (Alencar por Machado); Vera Lúcia Albuquerque de Moraes, (dialogo entre Alencar e Machado: Encarnação e Ressurreição); Sânzio Azevedo (o poeta); e Lúcio Alcântara (aspectos médicos na obra de Machado de Assis).
Este registro sobre o centenário de morte de Machado de Assis (1908-2008), sem comentário sobre sua obra, constitui-se numa sugestão aos colegas acadêmicos para que comentem sobre o grande autor, sobre suas obras e fases de sua produção literária e também sobre sua personalidade complexa.
João Gonçalves de Lemos, Acadêmico, Cadeira 11 na ALL
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