Em meio ao fogo cruzado de depressões e medos, nas jornadas diárias que representam o espaço individual das existências, há um território valioso a ser preenchido, no interior das pessoas, o que exige uma coragem bem maior do que para vencer o grande inimigo, nas suas maiores guerras. Essa providência, contudo, requer apenas disposição de lutar diante dos obstáculos naturais de todo momento, independente daquilo que achem os outros. Na casa das ideias e das emoções, surge, sem parar num só instante, a tela cinemascope da presença da gente na gente mesmo, projeção contínua, e o projeto disso nada mais é do que a nossa vontade e seus filmes, que nascem de dentro, esta projeção que quem primeiro assiste somos nós, depois o contexto externo, formado pelas inúmeras pessoas em volta, testemunhas das nossas ações. Quem sabe do clima que vai rolar no momento seguinte somos primeiro nós.
E esse mecanismo precisa da dominação, do pulso anterior, do agente principal das cenas em movimento, autores do argumento, diretores, atores e espectadores do cinema chamado vida, nós. Há que haver pulso para viver, por isso. Ninguém deverá, de caso pensado, entregar aos outros, ou às circunstâncias, este tamanho direito de compor os quadros constantes do estado de espírito que significa a representação de mundo e das mudanças das horas, fardo constante que carregamos desde o princípio da existência.
Mais à mão, no processo pessoal dessa determinação de si para consigo, no que podemos denominar casa das máquinas ou laboratório dessa ação de elaborar a ciência dos dias, ficam os elementos com os quais se irão produzir a película única vista a cada momento, na história individual das criaturas, trabalho particular delas próprias, estrada principal da sua caminhada. Isso com que trabalhar, pois, o filme da presença pessoal das criaturas recebe o nome de vontade, ou força do querer, elemento valioso e único, insubstituível.
Na sabedoria do tempo, ouvimos dizer que “assim é, se nos parecer”, o que, noutras palavras, resume o conceito por demais conhecido de sermos os autores, ou sujeitos, das ações do mundo. Os objetos existem, porém aqueles que dão existência aos objetos, os sujeitos, somos nós. “Quem ama o feio, bonito lhe parece”, a tal coisa dita de jeito um pouco diferente.
Portanto, simples quais todos os valores originais da vasta natureza onde habitamos, a equação da sonhada felicidade apenas reclama a atitude positiva de trocar o padrão mental sob o qual desenvolvemos o ato de viver, livre das complicações e entregas a vícios e fraquezas de perder batalhas antes de entrar no campo. Levantar o ânimo e olhar com gosto bom, estas sejam as providências que farão a difereça, para melhor, qualquer ocasião. Avalie bem, e não desista de ser feliz.
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