Nestes tempos virtuais, algumas conclusões se mostram pulando faceiras na nossa frente, aguardando apenas que alguma criatura disponível pegue das teclas e comece a formar o quebra-cabeça das mensagens para mandá-las adiante através dos tantos meios que a comunicação hoje oferece nas telas de máquinas extraordinárias.
Noutras ocasiões menos dadivosas, escrever impunha riscos incalculáveis até de sobrevivência. Agora, no entanto, nada de queixas quanto ao direito da informação.
Esse engenho aperfeiçoado leva longe o que se pensa ou sente e dispõe das normas de passar à frente em palavras. Os “blogs”, por exemplo, democratizaram a oportunidade da fala a patamares de suprema facilidade no manuseio e transmissão. Num passado recente, isto seria mera coisa de sonho, ficção de ciência.
Perante ditas considerações, resta saber o que dizer. Desocupar os guardas roupas de idéias e criações, formular as propostas e remeter aos prelos imediatos do sacrário de Pandora, o oráculo moderno da “web”.
A única pergunta necessária que persiste vem por conta de saber disso os frutos, quais as conseqüência na qualidade das vidas, no investimento de tempo e saúde nas produções e na interpretação do que mandar aos demais habitantes do mundo virtual, na outra extremidade da linha. O que acrescentar ao pacote das expectativas reinantes no império da dúvida humana existencial.
Vão dias, veem dias, na esperar de melhorar as condições sociais, livrá-las das imposições dos dissabores do ordenamento.
Nesse passo, as possibilidades criam a perspectiva do fazer intelectual. Ninguém justifica a ausência de vitrine no gesto de mostrar suas peças íntimas de geração, no território livre da palavra em que se transformou a tecnologia de vanguarda. Resta, contudo, reverter o quadro de mediocridade em que se espoja o animal selvagem da sociedade moderna.
Data de Fundação: 01 de junho de 2008 / Presidente: Dimas Madedo/ e-mail:academialavrensedeletras@gmail.com
domingo, 20 de setembro de 2009
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
DISCURSO DE SAUDAÇÃO DE NOVOS ACADÊMICOS - Por Emerson Monteiro
SAUDAÇÃO AOS NOVOS MEMBROS DA ACADEMIA LAVRENSE DE LETRAS MARIA DE FÁTIMA LEMOS PEREIRA CÂNDIDO, FRANCISCO FERREIRA LIMA E MARIA LÚCIA DE MACÊDO MACIEL
A Academia Lavrense de Letras, no afã de levar adiante sua missão de congregar em seu corpo acadêmico nomes identificados com os destinos benfazejos das letras no município de Lavras da Mangabeira, Ceará, nesta noite de 21 de agosto de 2009, uma sexta-feira, tem a especial satisfação de receber no seu Egrégio Colegiado a VV. Exas. Senhores Acadêmicos Francisco Ferreira Lima, Maria de Fátima Lemos Pereira Cândido e Maria Lúcia de Macedo Maciel, ocasião em que reaviva sentimentos de alegria e os mesmos ideais que movimentaram a sociedade lavrense a 13 de dezembro de 2008, quando instalava de vez o sonho dourado de todos os que amam esta pátria comum e alimentam os valores inestimáveis de uma herança cultural de largas conquistas e produções consagradas no decorrer de sua rica história beletrista.
Lavras, hoje, consolida tradição de um patrimônio de cultura acima da média dos outros municípios cearenses, conceito que transpõe as fronteiras do Nordeste brasileiro e credencia seus filhos quais personalidades de inteligência privilegiada e inspiração altaneira, sem os favores da lisonja superficial, porquanto respaldada em documentos vivos de trabalhos publicados e divulgados. Vemos essa fama salutar sob a égide do exemplo às gerações futuras, numa época histórica humana de tantas carências e massificação indiferente, na salvaguarda de tudo de bom quanto se venha gerar por quem vive neste mundo de possibilidades ilimitáveis.
Mais existe a se dizer quanto ao atavismo de Lavras da Mangabeira do ponto de vista da cultura de suas gerações, contudo haverá uma vida pela frente a que venhamos a conhecer outros estudos a respeito dessa qualidade estabelecida.
Agora nos detemos a considerar, pessoa a pessoa, cada um dos novos acadêmicos aqui recebidos, nesta noite memorável, e nisto adotaremos a metodologia de focar primeiro o acadêmico por si, para, logo na sequência, em rápidas pinceladas, o perfil do patrono da cadeira que ocupa no nosso sodalício, a saber:
Primeira acadêmica, ora empossada na Cadeira n.º 32, Maria de Fátima Lemos Pereira Cândido, filha de Sebastião Pereira de Sousa e Maria Ester Pereira Lemos, natural de Lavras da Mangabeira Ceará, Distrito Mangabeira. É casada com o Sr. Francisco das Chagas Cândido de Oliveira. Tem quatro filhos e uma neta.
Foi alfabetizada por sua mãe, a professora Ester Lemos, e, também com ela, cursou até a 2ª série primária. Estudou dois anos (3ª e 4ª série) com a professora Socorro Oliveira, em Mangabeira. Iniciou o curso ginasial no colégio da CENEC, em Mangabeira.
Mudou-se para Fortaleza em janeiro de 1970. Concluiu o 1º Grau no Colégio Estadual Marwen. Cursou o Pedagógico (curso Normal) no Instituto de Educação do Ceará. Fez o 4º Pedagógico do Colégio Capristano de Abreu. Na Universidade Estadual do Ceará (UECE) cursou História – Licenciatura Plena, daí ingressando no curso de Pedagogia, também na UECE, com especialização em Administração Escolar. Na Universidade de Fortaleza – UNIFOR, cursou uma Especialização em Família – Uma Abordagem Sistêmica.
Em 1972, iniciou como professora no Colégio Casimiro de Abreu, no Carlito Pamplona, no mesmo ano em que iniciou o curso Normal. Em 1976, foi contratada pelo Governo do Estado para integrar o quadro de professores, por ocasião da fundação do Colégio Estadual Paulo VI, em Mangabeira. Ainda como professora da rede pública, trabalhou no Colégio Dom Quintino, em Crato, e na Escola Normal, em Juazeiro do Norte.
De volta a Fortaleza, em 1980, foi trabalhar na Escola Estadual Maria Gonçalves, no bairro Castelão. Neste mesmo período, assumiu a Coordenação Pedagógica do Colégio Monteiro Lobato, do seu tio, o Professor Paulo Crispim. Em 1984, fundou a sua própria escola, com o nome de Escola Professora Maria Ester, hoje Colégio Maria Ester, com 25 anos de serviços prestados à comunidade da Serrinha, Passaré, Itaperi e outros bairros vizinhos. O Colégio Maria Ester foi ampliado com a sede 2, que tem a Direção Administrativa de seu irmão, o Professor Lemos. O Colégio Maria Ester é referência em Fortaleza e está sob a Direção Pedagógica da Professora Fátima Lemos. Conta com aproximadamente mil e quinhentos alunos, mais de cem funcionários (sede 1) e desenvolve um trabalho educacional de grande relevância na comunidade. O Colégio Maria Ester mantém uma Academia de Letras, a Academia Maria Ester de Leitura e Escrita (AME), formada por crianças e jovens das duas Unidades (Maria Ester 1 e 2), de grande expressividade literária pelos projetos que desenvolve.
A professora Fátima Lemos é uma estudiosa na área de Pedagogia, tendo como teórico principal o grande mestre Paulo Freire. Escreve textos pedagógicos para pais e professores, os quais são divulgados no Jornal Perspectiva, do Colégio Maria Ester, e trabalhados em palestras e cursos por ela ministrados.
Histórias para contar são historietas que escreve sobre personalidades de Lavras da Mangabeira, como: Fideralina Augusto Correa Lima e Fideralina Corrêa Amora Maciel (Sinhá D’Amora), produções que são publicadas nas antologias e revistas da ALMECE. Não se considera poetisa, mas tem algumas poesias de sua autoria, que são publicadas no Jornal ACADEMUS – da Academia de Letras dos Municípios do Estado do Ceará – ALMECE, e no Jornal Binóculo, do Professor Dias da Silva e do poeta Batista de Lima. As mais recentes são Professor Educador; Desabafo; Poema para Nina; Filgueiras Lima: o poeta, o educador; O Mar estava lá; dentre outras.
Escreveu também duas histórias infantis de cunho pedagógico: Lili, a boneca de pano e Veloso, o gatinho congelado. Ambas estão na gráfica, com lançamento previsto para o segundo semestre de 2009. A professora Fátima Lemos tem uma vida intensa no seu colégio, e ainda consegue colaborar com seu município, Lavras da Mangabeira, proferindo palestras para pais e professores, quando solicitada. Integra também uma equipe de voluntários que desenvolve em Fortaleza um trabalho em prol da Igreja de São Sebastião, em Mangabeira. É membro da Academia de Letras dos Municípios do Estado do Ceará – ALMECE, ocupante da Cadeira de n.º 48, representando o município de Lavras. Foi convidada para ocupar uma Cadeira na Academia Feminina de Letras do Ceará – AFELCE, que terá como patronesse a ilustre professora Maria Hilma Correia Montenegro. A posse está prevista para setembro de 2009.
Patronesse de sua cadeira na Academia Lavrense de Letras, Maria do Rosário Augusto Mota (Profª Rosária Mota). Professora Rosária Mota (como era conhecida), filha de Antônio Carlos Augusto Sobrinho e Joaquina Bezerra Sampaio, residia em Lavras da Mangabeira, na Rua Ilda Augusto, 156.
Educadora emérita, a quem muito deve a instrução primária de Lavras da Mangabeira, foi professora das redes públicas federal e estadual: Colégio Agrícola Professor Gustavo Augusto Lima (Lavras da Mangabeira), e de outras escolas no mesmo Município. Ministrava aulas na área de linguagem, sendo, portanto, mestra de gramática e literatura. A professora Rosária Mota tinha o domínio absoluto da vida educacional e era destaque cultural de sua época. Participava do sistema de ensino humanista e religioso e era dotada de sólida formação cívico-religiosa, com senso artístico de bom nível. Interessava-se, sobretudo, pela pesquisa da obra teatral do Padre Anchieta e acreditava que a literatura brasileira detinha grande impulso que nascera das mãos e da inteligência desse jesuíta. A literatura jesuítica fora importante na sua formação intelectual.
Rosária Mota conhecia e admirava, também, as obras de José de Alencar, Machado de Assis e Rachel de Queiroz. Enfim, estava muito à frente de seu tempo e de sua região.
Francisco Ferreira Lima, para a Cadeira n.º 33, nascido em Lavras da Mangabeira, Ceará, filho de Vicente Leandro da Silva e Maria Francisca de Jesus. Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal da Paraíba. Ingressou na magistratura em 1989, na Comarca de Solonópole, breve promovido para a Comarca de São Benedito e, por remoção, para a Comarca de Missão Velha. Posteriormente, promovido para Nova Russas, depois para Icó, e, no ano de 2001, promovido, para Fortaleza, comarca de entrância especial, onde teve assento na 2ª. Vara de Tóxicos e outras da Capital e, em maio de 2005, chegou à 12ª. Unidade do Juizado Especial e, em seguida, à 14ª. Vara Criminal.
No período que trabalhou no interior do Estado, exerceu a judicatura nas comarcas de Lavras da Mangabeira, Ipaumirim, Cedro, Orós, Jaguaribe, Pereiro, Iracema, Acopiara, Mombaça, Jaguaretama, Viçosa, Tianguá, Ubajara, Ibiapina,Guaraciaba do Norte, Reriutaba, Saboeiro, Comarca Vinculada de Umari e foi
Suplente da Turma Recursal de Iguatu, recebendo, na cidade de Icó, o título de cidadão icoense. Na Comarca de Fortaleza, trabalhou em diversas varas criminais e juizados, demonstração cabal de versatilidade e competência, além de cumprir funções junto ao Projeto Justiça Já e coordenar varas da Infância e Juventude.
Recebeu vários elogios da Assembléia Legislativa do Estado do Ceará, congratulando-se pelos trabalhos realizados na condução dos pleitos municipais. Recebeu certificado concedido pela Associação dos Advogados Criminalistas de Fortaleza como personalidade jurídica com destaque na advocacia criminal.Palestras proferidas sobre execução penal: a) no I Fórum Criminal, em Fortaleza, promovido pela Fundação Escola Superior de Advocacia do Ceará; b) na FIC – Faculdade Integrada do Ceará; c) Faculdade Lourenço Filho; e d) Seminário realizado no Centro de Convenções da cidade de Sobral. Curso de Aperfeiçoamento de Magistrado, com monografia sobre o Direito de Propriedade, realizado no período de 13.03.98 a 05.02.99. Curso Preparatório de Magistrado, de 14.08.89 a 01.09.89. Homenageado pela direção, servidores e presidiários do Instituto Penal Paulo Sarasate, com o seu nome dado ao Núcleo de Ressocialização dos Presos.
Antes de assumir a magistratura, foi servidor e professor do Colégio Agrícola de Lavras da Mangabeira e Escola Agrotécnica Federal de Sousa, Paraíba, e Diretor da Escola Agrícola Guilherme Gouveia de Granja. Cursos como servidor e professor: aperfeiçoamento em administração escolar, pela Universidade Federal da Paraíba,orientação pedagógica, pela Universidade Federal da Paraíba, dois cursos de formação de professor na área de ensino técnico, pelo Ministério de Educação e Cultura, administração financeira e contábil, pelo Tribunal de Contas da União, em Brasília, Distrito Federal, Didática de Ensino, pela Universidade Federal de Pernambuco eformação de professor na área de ensino técnico profissionalizante, pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Trabalhos literários: a) publicação de dois livros de Direito Penal, a 1ª. edição, em 2005, intitulado Execução Penal, e a 2ª. edição, intitulada Execução Penal e Reflexão sobre Direito e Justiça, b) vários artigos publicados nas revistas e boletins informativos do Fórum Clovis Bevilácqua, referentes ao sistema de funcionamento da justiça, notadamente, com vistas a dosimetria da pena e sua execução com igualdade de tratamento perante a lei e problemática do sistema
penal brasileiro.
Patrono da Cadeira que ora recebe, Vicente Férrer Correia Lima, filho de Luiza de Moraes Lima e do Cel. Francisco Augusto Correia Lima, nasceu em Lavras da Mangabeira aos 13 de janeiro de 1915. Fez os estudos primários no Grupo Escolar de sua terra natal, de 1922 a 1927, e o Curso Ginasial realizou-o no Colégio Cearense Sagrada Família de Fortaleza, no período de 1930 a 1934. Técnico Agrícola pela Escola de Agricultura de Viçosa, Minas Gerais, e Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1953, tendo desempenhado junto ao Governo Federal os mais destacados encargos funcionais. Assistente Jurídico do Serviço Jurídico da União, lotado na Consultoria do Ministério da Agricultura. Aposentou-se nesta função em agosto de 1968, tendo ali ocupado o cargo de Assistente do Diretor da Divisão de Orçamento e Relator de Orçamento do Ministério.
No DASP, desempenhou as funções de Técnico de Administração, Assistente de Seleção e Assistente de Orçamento, sendo, no Instituto Nacional de Imigração e Colonização, Chefe da Divisão de Orçamento e Receita e no Ministério da Educação e Cultura, Assistente Jurídico da Campanha de Educação Rural, na Gestão do Ministro Antônio Balbino.
Junto à Câmara dos Deputados, funcionou como Assessor do Relator de Projetos de Leis e de Orçamentos relativos ao Ministério da Agricultura, e no Ministério das Minas e Energias foi Chefe da Secretaria do Gabinete do Ministro, se desincumbindo, no Ministério da Fazenda, da missão de Assistente de Orçamento da Comissão de Orçamento, bem como da função de Assistente de Gabinete do Ministro Souza Costa.
Por algum tempo exerceu a chefia do Serviço de Administração dos Serviços Administrativos do Ex-Instituto Agronômico do Norte, sediado em Belém, Pará, e presidiu a Comissão de Revenda do Material Agropecuário do Ministério da Agricultura, sendo ainda representante desse órgão ministerial junto ao Ex-Serviço Social Rural. Ademais, foi Coordenador Geral da SUDEMINAS e representante do governo de Minas Gerais junto ao Conselho Deliberativo da Sudene. Chefe de Gabinete da Reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro e Diretor Geral do Departamento de Agricultura da Prefeitura de Brasília; Chefe de Gabinete do Ministério das Minas e Energias, na gestão do Ministro João Agripino Filho, e representante do Ministério da Agricultura na Assessoria Parlamentar do Palácio do Catete. Sobressaiu-se ainda o Dr. Vicente Férrer Correia Lima como Conselheiro e Assessor da Presidência da Associação dos Servidores Civis do Brasil e Chefe de Gabinete da Presidência do Instituto Brasileiro de Reforma Agrária.
Na Sociedade Cooperativa de Serviços Médicos e Hospitalares do Rio de Janeiro, serviu como assessor da presidência da entidade nos setores de organização e métodos, financeiro e jurídico, tendo sido Diretor Administrativo do Montepio dos Servidores Civis do Brasil e Coordenador de Auditoria do Instituto Brasileiro de Reforma Agrária.
Na Companhia de Urbanização da Nova Capital do Brasil, entre outros cometimentos, foi assessor da presidência da entidade, Chefe do seu Departamento de Compras, Chefe da Campanha de Arborização das Áreas de Brasília e Coordenador dos Serviços Agrícolas do novo Distrito Federal.
É detentor da Medalha do Centenário de Clóvis Bevilácqua, conferida pelo Ministério da Educação e Cultura, bem como da medalha outorgada pela Associação dos Servidores do Ministério da Agricultura, pela eficiência das funções e comissões desempenhadas naquele ministério. Pela Presidência da República, foi ainda agraciado por seus trabalhos considerados relevantes durante a construção da nova Capital do Brasil.
De 1953 a 1958, militou na advocacia no foro do ex-Distrito Federal, atividade da qual se afastou para ocupar cargos de direção em Brasília. De regresso ao Rio, em 1962, retornou às lides forenses, em 1965, vindo a aposentar-se como advogado em 1979.
Jurista e ensaísta de renome, é autor das monografias Julgamento do Processo Administrativo e Administração: Generalidades e Seus Instrumentos. A Auditoria na Administração Pública Federal, ambas premiadas e publicadas pelo DASP, através do seu Centro de Documentação e Informática, a primeira em 1970 e a segunda em 1971, integrando ainda sua bibliografia os seguintes trabalhos: Ensaio Jurídico Sobre o Processo ou Inquérito Administrativo, Rio, Serviço de Documentação do Dasp, 1969; O Congresso Nacional nos Períodos Presidenciais da República Brasileira, Brasília Gráfica Itamarati, 1984; e Filosofia da História do Pará e sua Exegese Jurídica, Rio, Livraria Editora Cátedra, 1985. Para a Revista do Serviço Público, do DASP, escreveu os ensaios: O Princípio da Isonomia do Direito no Regime das Constituições de 1946 e 1967, A Nova Capital do Brasil: Sua Localização e suas Conseqüências no Desenvolvimento Econômico e Social do Brasil e A Redação das Leis e o Contencioso Administrativo.
E terceira acadêmica recebida nesta agradável noite pela Academia Lavrense de Letras, na Cadeira n.º 34, é Maria Lúcia de Macêdo Maciel, natural de Lavras da Mangabeira. Em 1970, mudou seu domicílio para Fortaleza.
É Graduada em Pedagogia com habilitação em Administração Escolar, Orientação Educacional, Supervisão de Ensino, Inspeção Escolar e pós-graduada em Metodologia do Ensino Superior. Exerceu algumas funções e cargos na sua área de formação: professora do Colégio Pio X, em Crato, período de 1968 a 1969. Em Fortaleza: professora adjunta da Universidade Estadual do Ceará, chefe do Departamento de Fundamentos da Educação, diretora do Departamento de Programas Especiais da Pró-Reitoria de Pós-Graduação, e assumiu, na ausência de seus titulares, as Pró-Reitorias de Graduação e de Pós-Graduação. Professora dos Cursos de Formação de Professores, no Colégio Agapito dos Santos e Instituto de Educação do Ceará. Supervisora Pedagógica da Televisão Educativa do Ceará. Orientadora Educacional e Inspetora de Ensino na Secretaria de Educação do Estado do Ceará. Chefe da Seção Técnica de Orientação Educacional da Secretaria de Educação do Ceará. Diretora do Núcleo de Auxilio Institucional e do Programa de Bolsas de Transferência de Tecnologia na Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Ceará – FUNCAP – de 1996 a 2004. Exerceu o cargo de Chefe de Gabinete da Reitoria da Universidade Estadual do Ceará, de 2004 a 2008. É Membro do Rotary Club Fortaleza – Praia. Na gestão 2009/2010, exerce as funções de Presidente da Comissão de Relações Públicas e integra a Comissão de Administração do clube.
Patronesse de sua cadeira na Acedemia Lavrense de Letras, Maria Augusto Férrer Lima, ou Moreninha Augusto, como era conhecida, que nasceu na Fazenda São Domingos, Lavras da Mangabeira, aos 07 de maio de 1910, filha do Coronel Raimundo Augusto Lima e Maria Cira Férrer Lima.
Aprendeu as primeiras letras no Grupo Escolar da sua terra natal, então dirigida pela professora Amélia Braga de Morais. Posteriormente, freqüentou o Colégio das Irmãs de Santa Dorotéia, em Cajazeiras, Paraíba, e em Fortaleza, e concluiu os seus estudos secundários no Colégio Santa Teresa de Jesus, do Crato, onde se diplomou professora aos 27 de novembro de 1932.
No ano imediatamente posterior, ingressou no magistério público estadual, mediante ato do então Interventor do Governo do Ceará, Cel. Roberto Carneiro de Mendonça, que a nomeou para exercer o cargo de professora do Grupo Escolar de Lavras da Mangabeira.
Pouco tempo depois, foi investida na função de Diretora do mesmo estabelecimento de ensino, em cujo desempenho permaneceu até 1947, quando, por designação do Governo do Estado, viajou para o Rio de Janeiro, para ali realizar cursos de especialização no Ministério da Educação e Cultura.
Na Capital da República, depois de realizar diversos estágios de aperfeiçoamento, ingressou na Escola de Serviço Social do Instituto Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, por onde se diplomou em Serviço Social, em dezembro de 1952, obtendo o Grau de Assistente Social, mediante tese intitulada Uma Experiência de Serviço Social de Grupo, dissertação constante de livro impresso pela Gráfica Olímpica Editora, Rio de Janeiro, 1952.
Foi uma das primeiras mulheres a se graduar em Serviço Social no Brasil, e talvez a primeira cearense a se diplomar nesta profissão em curso de nível superior.
Formada, regressou ao Ceará, onde, por alguns anos, desenvolveu atividades profissionais como Assistente Social do Conselho de Contas dos Municípios, anteriormente denominado Conselho de Assistência Técnica aos Municípios.
Entretanto, o que realmente marcou-lhe a vida profissional foi sua brilhante atuação, no decurso de vários anos, como Assistente Social do Serviço Social da Indústria, no Rio de Janeiro, onde, entre outras atribuições, exerceu as elevadas funções de Chefe do Setor Social do Departamento Nacional do SESI.
A doutora Moreninha Augusto faleceu no Rio de Janeiro aos 22 de novembro de 1981, sendo sepultada no Cemitério de sua terra de berço, como bem relata notícia veiculada no jornal O Povo, de Fortaleza, edição de 29 de novembro daquele ano.
O seu livro Manual da Mulher, cujos originais, ao morrer, deixara encaminhados ao prelo, foi publicado em 1982. Trata-se de trabalho todo ele resultado de profundas reflexões em torno da participação da mulher no processo de construção do edifício familiar. É o testemunho maior da sua experiência profissional e da sua atividade de escritora e humanista.
Dra. Moreninha Augusto, sendo inteligente e perspicaz, destacou-se sempre pelo admirável descortino demonstrado no desempenho de suas atividades, imprimindo cunho eminentemente humano à solução dos problemas submetidos ao seu exame, preocupada sobretudo em conciliar a rigidez fria da lei com a realidade palpitante da vida. É o que sobre ela sentencia o seu irmão Dr. Vicente Férrer Augusto Lima no prefácio que escreveu para o seu póstumo Manual da Mulher.
Até aqui, portanto, tecemos o breve resumo das personalidades dos novos acadêmicos e seus patronos das cadeiras que veem a ocupar na Academia Lavrense de Letras desde a presente data, ao ingressar em nosso Egrégio Colegiado.
Abreviamos a dizer que feliz é um povo que possui a cultura entre seus pontos de convergência. Só nos resta, por isso, renovar as saudações iniciais e afirmar que a Academia Lavrense de letras conta com a colaboração dos novos confrades nesta data recebidos, bem como estes e Lavras da Mangabeira poderão contar com esta Academia.
Grato. Boa Noite.
A Academia Lavrense de Letras, no afã de levar adiante sua missão de congregar em seu corpo acadêmico nomes identificados com os destinos benfazejos das letras no município de Lavras da Mangabeira, Ceará, nesta noite de 21 de agosto de 2009, uma sexta-feira, tem a especial satisfação de receber no seu Egrégio Colegiado a VV. Exas. Senhores Acadêmicos Francisco Ferreira Lima, Maria de Fátima Lemos Pereira Cândido e Maria Lúcia de Macedo Maciel, ocasião em que reaviva sentimentos de alegria e os mesmos ideais que movimentaram a sociedade lavrense a 13 de dezembro de 2008, quando instalava de vez o sonho dourado de todos os que amam esta pátria comum e alimentam os valores inestimáveis de uma herança cultural de largas conquistas e produções consagradas no decorrer de sua rica história beletrista.
Lavras, hoje, consolida tradição de um patrimônio de cultura acima da média dos outros municípios cearenses, conceito que transpõe as fronteiras do Nordeste brasileiro e credencia seus filhos quais personalidades de inteligência privilegiada e inspiração altaneira, sem os favores da lisonja superficial, porquanto respaldada em documentos vivos de trabalhos publicados e divulgados. Vemos essa fama salutar sob a égide do exemplo às gerações futuras, numa época histórica humana de tantas carências e massificação indiferente, na salvaguarda de tudo de bom quanto se venha gerar por quem vive neste mundo de possibilidades ilimitáveis.
Mais existe a se dizer quanto ao atavismo de Lavras da Mangabeira do ponto de vista da cultura de suas gerações, contudo haverá uma vida pela frente a que venhamos a conhecer outros estudos a respeito dessa qualidade estabelecida.
Agora nos detemos a considerar, pessoa a pessoa, cada um dos novos acadêmicos aqui recebidos, nesta noite memorável, e nisto adotaremos a metodologia de focar primeiro o acadêmico por si, para, logo na sequência, em rápidas pinceladas, o perfil do patrono da cadeira que ocupa no nosso sodalício, a saber:
Primeira acadêmica, ora empossada na Cadeira n.º 32, Maria de Fátima Lemos Pereira Cândido, filha de Sebastião Pereira de Sousa e Maria Ester Pereira Lemos, natural de Lavras da Mangabeira Ceará, Distrito Mangabeira. É casada com o Sr. Francisco das Chagas Cândido de Oliveira. Tem quatro filhos e uma neta.
Foi alfabetizada por sua mãe, a professora Ester Lemos, e, também com ela, cursou até a 2ª série primária. Estudou dois anos (3ª e 4ª série) com a professora Socorro Oliveira, em Mangabeira. Iniciou o curso ginasial no colégio da CENEC, em Mangabeira.
Mudou-se para Fortaleza em janeiro de 1970. Concluiu o 1º Grau no Colégio Estadual Marwen. Cursou o Pedagógico (curso Normal) no Instituto de Educação do Ceará. Fez o 4º Pedagógico do Colégio Capristano de Abreu. Na Universidade Estadual do Ceará (UECE) cursou História – Licenciatura Plena, daí ingressando no curso de Pedagogia, também na UECE, com especialização em Administração Escolar. Na Universidade de Fortaleza – UNIFOR, cursou uma Especialização em Família – Uma Abordagem Sistêmica.
Em 1972, iniciou como professora no Colégio Casimiro de Abreu, no Carlito Pamplona, no mesmo ano em que iniciou o curso Normal. Em 1976, foi contratada pelo Governo do Estado para integrar o quadro de professores, por ocasião da fundação do Colégio Estadual Paulo VI, em Mangabeira. Ainda como professora da rede pública, trabalhou no Colégio Dom Quintino, em Crato, e na Escola Normal, em Juazeiro do Norte.
De volta a Fortaleza, em 1980, foi trabalhar na Escola Estadual Maria Gonçalves, no bairro Castelão. Neste mesmo período, assumiu a Coordenação Pedagógica do Colégio Monteiro Lobato, do seu tio, o Professor Paulo Crispim. Em 1984, fundou a sua própria escola, com o nome de Escola Professora Maria Ester, hoje Colégio Maria Ester, com 25 anos de serviços prestados à comunidade da Serrinha, Passaré, Itaperi e outros bairros vizinhos. O Colégio Maria Ester foi ampliado com a sede 2, que tem a Direção Administrativa de seu irmão, o Professor Lemos. O Colégio Maria Ester é referência em Fortaleza e está sob a Direção Pedagógica da Professora Fátima Lemos. Conta com aproximadamente mil e quinhentos alunos, mais de cem funcionários (sede 1) e desenvolve um trabalho educacional de grande relevância na comunidade. O Colégio Maria Ester mantém uma Academia de Letras, a Academia Maria Ester de Leitura e Escrita (AME), formada por crianças e jovens das duas Unidades (Maria Ester 1 e 2), de grande expressividade literária pelos projetos que desenvolve.
A professora Fátima Lemos é uma estudiosa na área de Pedagogia, tendo como teórico principal o grande mestre Paulo Freire. Escreve textos pedagógicos para pais e professores, os quais são divulgados no Jornal Perspectiva, do Colégio Maria Ester, e trabalhados em palestras e cursos por ela ministrados.
Histórias para contar são historietas que escreve sobre personalidades de Lavras da Mangabeira, como: Fideralina Augusto Correa Lima e Fideralina Corrêa Amora Maciel (Sinhá D’Amora), produções que são publicadas nas antologias e revistas da ALMECE. Não se considera poetisa, mas tem algumas poesias de sua autoria, que são publicadas no Jornal ACADEMUS – da Academia de Letras dos Municípios do Estado do Ceará – ALMECE, e no Jornal Binóculo, do Professor Dias da Silva e do poeta Batista de Lima. As mais recentes são Professor Educador; Desabafo; Poema para Nina; Filgueiras Lima: o poeta, o educador; O Mar estava lá; dentre outras.
Escreveu também duas histórias infantis de cunho pedagógico: Lili, a boneca de pano e Veloso, o gatinho congelado. Ambas estão na gráfica, com lançamento previsto para o segundo semestre de 2009. A professora Fátima Lemos tem uma vida intensa no seu colégio, e ainda consegue colaborar com seu município, Lavras da Mangabeira, proferindo palestras para pais e professores, quando solicitada. Integra também uma equipe de voluntários que desenvolve em Fortaleza um trabalho em prol da Igreja de São Sebastião, em Mangabeira. É membro da Academia de Letras dos Municípios do Estado do Ceará – ALMECE, ocupante da Cadeira de n.º 48, representando o município de Lavras. Foi convidada para ocupar uma Cadeira na Academia Feminina de Letras do Ceará – AFELCE, que terá como patronesse a ilustre professora Maria Hilma Correia Montenegro. A posse está prevista para setembro de 2009.
Patronesse de sua cadeira na Academia Lavrense de Letras, Maria do Rosário Augusto Mota (Profª Rosária Mota). Professora Rosária Mota (como era conhecida), filha de Antônio Carlos Augusto Sobrinho e Joaquina Bezerra Sampaio, residia em Lavras da Mangabeira, na Rua Ilda Augusto, 156.
Educadora emérita, a quem muito deve a instrução primária de Lavras da Mangabeira, foi professora das redes públicas federal e estadual: Colégio Agrícola Professor Gustavo Augusto Lima (Lavras da Mangabeira), e de outras escolas no mesmo Município. Ministrava aulas na área de linguagem, sendo, portanto, mestra de gramática e literatura. A professora Rosária Mota tinha o domínio absoluto da vida educacional e era destaque cultural de sua época. Participava do sistema de ensino humanista e religioso e era dotada de sólida formação cívico-religiosa, com senso artístico de bom nível. Interessava-se, sobretudo, pela pesquisa da obra teatral do Padre Anchieta e acreditava que a literatura brasileira detinha grande impulso que nascera das mãos e da inteligência desse jesuíta. A literatura jesuítica fora importante na sua formação intelectual.
Rosária Mota conhecia e admirava, também, as obras de José de Alencar, Machado de Assis e Rachel de Queiroz. Enfim, estava muito à frente de seu tempo e de sua região.
Francisco Ferreira Lima, para a Cadeira n.º 33, nascido em Lavras da Mangabeira, Ceará, filho de Vicente Leandro da Silva e Maria Francisca de Jesus. Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal da Paraíba. Ingressou na magistratura em 1989, na Comarca de Solonópole, breve promovido para a Comarca de São Benedito e, por remoção, para a Comarca de Missão Velha. Posteriormente, promovido para Nova Russas, depois para Icó, e, no ano de 2001, promovido, para Fortaleza, comarca de entrância especial, onde teve assento na 2ª. Vara de Tóxicos e outras da Capital e, em maio de 2005, chegou à 12ª. Unidade do Juizado Especial e, em seguida, à 14ª. Vara Criminal.
No período que trabalhou no interior do Estado, exerceu a judicatura nas comarcas de Lavras da Mangabeira, Ipaumirim, Cedro, Orós, Jaguaribe, Pereiro, Iracema, Acopiara, Mombaça, Jaguaretama, Viçosa, Tianguá, Ubajara, Ibiapina,Guaraciaba do Norte, Reriutaba, Saboeiro, Comarca Vinculada de Umari e foi
Suplente da Turma Recursal de Iguatu, recebendo, na cidade de Icó, o título de cidadão icoense. Na Comarca de Fortaleza, trabalhou em diversas varas criminais e juizados, demonstração cabal de versatilidade e competência, além de cumprir funções junto ao Projeto Justiça Já e coordenar varas da Infância e Juventude.
Recebeu vários elogios da Assembléia Legislativa do Estado do Ceará, congratulando-se pelos trabalhos realizados na condução dos pleitos municipais. Recebeu certificado concedido pela Associação dos Advogados Criminalistas de Fortaleza como personalidade jurídica com destaque na advocacia criminal.Palestras proferidas sobre execução penal: a) no I Fórum Criminal, em Fortaleza, promovido pela Fundação Escola Superior de Advocacia do Ceará; b) na FIC – Faculdade Integrada do Ceará; c) Faculdade Lourenço Filho; e d) Seminário realizado no Centro de Convenções da cidade de Sobral. Curso de Aperfeiçoamento de Magistrado, com monografia sobre o Direito de Propriedade, realizado no período de 13.03.98 a 05.02.99. Curso Preparatório de Magistrado, de 14.08.89 a 01.09.89. Homenageado pela direção, servidores e presidiários do Instituto Penal Paulo Sarasate, com o seu nome dado ao Núcleo de Ressocialização dos Presos.
Antes de assumir a magistratura, foi servidor e professor do Colégio Agrícola de Lavras da Mangabeira e Escola Agrotécnica Federal de Sousa, Paraíba, e Diretor da Escola Agrícola Guilherme Gouveia de Granja. Cursos como servidor e professor: aperfeiçoamento em administração escolar, pela Universidade Federal da Paraíba,orientação pedagógica, pela Universidade Federal da Paraíba, dois cursos de formação de professor na área de ensino técnico, pelo Ministério de Educação e Cultura, administração financeira e contábil, pelo Tribunal de Contas da União, em Brasília, Distrito Federal, Didática de Ensino, pela Universidade Federal de Pernambuco eformação de professor na área de ensino técnico profissionalizante, pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Trabalhos literários: a) publicação de dois livros de Direito Penal, a 1ª. edição, em 2005, intitulado Execução Penal, e a 2ª. edição, intitulada Execução Penal e Reflexão sobre Direito e Justiça, b) vários artigos publicados nas revistas e boletins informativos do Fórum Clovis Bevilácqua, referentes ao sistema de funcionamento da justiça, notadamente, com vistas a dosimetria da pena e sua execução com igualdade de tratamento perante a lei e problemática do sistema
penal brasileiro.
Patrono da Cadeira que ora recebe, Vicente Férrer Correia Lima, filho de Luiza de Moraes Lima e do Cel. Francisco Augusto Correia Lima, nasceu em Lavras da Mangabeira aos 13 de janeiro de 1915. Fez os estudos primários no Grupo Escolar de sua terra natal, de 1922 a 1927, e o Curso Ginasial realizou-o no Colégio Cearense Sagrada Família de Fortaleza, no período de 1930 a 1934. Técnico Agrícola pela Escola de Agricultura de Viçosa, Minas Gerais, e Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1953, tendo desempenhado junto ao Governo Federal os mais destacados encargos funcionais. Assistente Jurídico do Serviço Jurídico da União, lotado na Consultoria do Ministério da Agricultura. Aposentou-se nesta função em agosto de 1968, tendo ali ocupado o cargo de Assistente do Diretor da Divisão de Orçamento e Relator de Orçamento do Ministério.
No DASP, desempenhou as funções de Técnico de Administração, Assistente de Seleção e Assistente de Orçamento, sendo, no Instituto Nacional de Imigração e Colonização, Chefe da Divisão de Orçamento e Receita e no Ministério da Educação e Cultura, Assistente Jurídico da Campanha de Educação Rural, na Gestão do Ministro Antônio Balbino.
Junto à Câmara dos Deputados, funcionou como Assessor do Relator de Projetos de Leis e de Orçamentos relativos ao Ministério da Agricultura, e no Ministério das Minas e Energias foi Chefe da Secretaria do Gabinete do Ministro, se desincumbindo, no Ministério da Fazenda, da missão de Assistente de Orçamento da Comissão de Orçamento, bem como da função de Assistente de Gabinete do Ministro Souza Costa.
Por algum tempo exerceu a chefia do Serviço de Administração dos Serviços Administrativos do Ex-Instituto Agronômico do Norte, sediado em Belém, Pará, e presidiu a Comissão de Revenda do Material Agropecuário do Ministério da Agricultura, sendo ainda representante desse órgão ministerial junto ao Ex-Serviço Social Rural. Ademais, foi Coordenador Geral da SUDEMINAS e representante do governo de Minas Gerais junto ao Conselho Deliberativo da Sudene. Chefe de Gabinete da Reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro e Diretor Geral do Departamento de Agricultura da Prefeitura de Brasília; Chefe de Gabinete do Ministério das Minas e Energias, na gestão do Ministro João Agripino Filho, e representante do Ministério da Agricultura na Assessoria Parlamentar do Palácio do Catete. Sobressaiu-se ainda o Dr. Vicente Férrer Correia Lima como Conselheiro e Assessor da Presidência da Associação dos Servidores Civis do Brasil e Chefe de Gabinete da Presidência do Instituto Brasileiro de Reforma Agrária.
Na Sociedade Cooperativa de Serviços Médicos e Hospitalares do Rio de Janeiro, serviu como assessor da presidência da entidade nos setores de organização e métodos, financeiro e jurídico, tendo sido Diretor Administrativo do Montepio dos Servidores Civis do Brasil e Coordenador de Auditoria do Instituto Brasileiro de Reforma Agrária.
Na Companhia de Urbanização da Nova Capital do Brasil, entre outros cometimentos, foi assessor da presidência da entidade, Chefe do seu Departamento de Compras, Chefe da Campanha de Arborização das Áreas de Brasília e Coordenador dos Serviços Agrícolas do novo Distrito Federal.
É detentor da Medalha do Centenário de Clóvis Bevilácqua, conferida pelo Ministério da Educação e Cultura, bem como da medalha outorgada pela Associação dos Servidores do Ministério da Agricultura, pela eficiência das funções e comissões desempenhadas naquele ministério. Pela Presidência da República, foi ainda agraciado por seus trabalhos considerados relevantes durante a construção da nova Capital do Brasil.
De 1953 a 1958, militou na advocacia no foro do ex-Distrito Federal, atividade da qual se afastou para ocupar cargos de direção em Brasília. De regresso ao Rio, em 1962, retornou às lides forenses, em 1965, vindo a aposentar-se como advogado em 1979.
Jurista e ensaísta de renome, é autor das monografias Julgamento do Processo Administrativo e Administração: Generalidades e Seus Instrumentos. A Auditoria na Administração Pública Federal, ambas premiadas e publicadas pelo DASP, através do seu Centro de Documentação e Informática, a primeira em 1970 e a segunda em 1971, integrando ainda sua bibliografia os seguintes trabalhos: Ensaio Jurídico Sobre o Processo ou Inquérito Administrativo, Rio, Serviço de Documentação do Dasp, 1969; O Congresso Nacional nos Períodos Presidenciais da República Brasileira, Brasília Gráfica Itamarati, 1984; e Filosofia da História do Pará e sua Exegese Jurídica, Rio, Livraria Editora Cátedra, 1985. Para a Revista do Serviço Público, do DASP, escreveu os ensaios: O Princípio da Isonomia do Direito no Regime das Constituições de 1946 e 1967, A Nova Capital do Brasil: Sua Localização e suas Conseqüências no Desenvolvimento Econômico e Social do Brasil e A Redação das Leis e o Contencioso Administrativo.
E terceira acadêmica recebida nesta agradável noite pela Academia Lavrense de Letras, na Cadeira n.º 34, é Maria Lúcia de Macêdo Maciel, natural de Lavras da Mangabeira. Em 1970, mudou seu domicílio para Fortaleza.
É Graduada em Pedagogia com habilitação em Administração Escolar, Orientação Educacional, Supervisão de Ensino, Inspeção Escolar e pós-graduada em Metodologia do Ensino Superior. Exerceu algumas funções e cargos na sua área de formação: professora do Colégio Pio X, em Crato, período de 1968 a 1969. Em Fortaleza: professora adjunta da Universidade Estadual do Ceará, chefe do Departamento de Fundamentos da Educação, diretora do Departamento de Programas Especiais da Pró-Reitoria de Pós-Graduação, e assumiu, na ausência de seus titulares, as Pró-Reitorias de Graduação e de Pós-Graduação. Professora dos Cursos de Formação de Professores, no Colégio Agapito dos Santos e Instituto de Educação do Ceará. Supervisora Pedagógica da Televisão Educativa do Ceará. Orientadora Educacional e Inspetora de Ensino na Secretaria de Educação do Estado do Ceará. Chefe da Seção Técnica de Orientação Educacional da Secretaria de Educação do Ceará. Diretora do Núcleo de Auxilio Institucional e do Programa de Bolsas de Transferência de Tecnologia na Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Ceará – FUNCAP – de 1996 a 2004. Exerceu o cargo de Chefe de Gabinete da Reitoria da Universidade Estadual do Ceará, de 2004 a 2008. É Membro do Rotary Club Fortaleza – Praia. Na gestão 2009/2010, exerce as funções de Presidente da Comissão de Relações Públicas e integra a Comissão de Administração do clube.
Patronesse de sua cadeira na Acedemia Lavrense de Letras, Maria Augusto Férrer Lima, ou Moreninha Augusto, como era conhecida, que nasceu na Fazenda São Domingos, Lavras da Mangabeira, aos 07 de maio de 1910, filha do Coronel Raimundo Augusto Lima e Maria Cira Férrer Lima.
Aprendeu as primeiras letras no Grupo Escolar da sua terra natal, então dirigida pela professora Amélia Braga de Morais. Posteriormente, freqüentou o Colégio das Irmãs de Santa Dorotéia, em Cajazeiras, Paraíba, e em Fortaleza, e concluiu os seus estudos secundários no Colégio Santa Teresa de Jesus, do Crato, onde se diplomou professora aos 27 de novembro de 1932.
No ano imediatamente posterior, ingressou no magistério público estadual, mediante ato do então Interventor do Governo do Ceará, Cel. Roberto Carneiro de Mendonça, que a nomeou para exercer o cargo de professora do Grupo Escolar de Lavras da Mangabeira.
Pouco tempo depois, foi investida na função de Diretora do mesmo estabelecimento de ensino, em cujo desempenho permaneceu até 1947, quando, por designação do Governo do Estado, viajou para o Rio de Janeiro, para ali realizar cursos de especialização no Ministério da Educação e Cultura.
Na Capital da República, depois de realizar diversos estágios de aperfeiçoamento, ingressou na Escola de Serviço Social do Instituto Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, por onde se diplomou em Serviço Social, em dezembro de 1952, obtendo o Grau de Assistente Social, mediante tese intitulada Uma Experiência de Serviço Social de Grupo, dissertação constante de livro impresso pela Gráfica Olímpica Editora, Rio de Janeiro, 1952.
Foi uma das primeiras mulheres a se graduar em Serviço Social no Brasil, e talvez a primeira cearense a se diplomar nesta profissão em curso de nível superior.
Formada, regressou ao Ceará, onde, por alguns anos, desenvolveu atividades profissionais como Assistente Social do Conselho de Contas dos Municípios, anteriormente denominado Conselho de Assistência Técnica aos Municípios.
Entretanto, o que realmente marcou-lhe a vida profissional foi sua brilhante atuação, no decurso de vários anos, como Assistente Social do Serviço Social da Indústria, no Rio de Janeiro, onde, entre outras atribuições, exerceu as elevadas funções de Chefe do Setor Social do Departamento Nacional do SESI.
A doutora Moreninha Augusto faleceu no Rio de Janeiro aos 22 de novembro de 1981, sendo sepultada no Cemitério de sua terra de berço, como bem relata notícia veiculada no jornal O Povo, de Fortaleza, edição de 29 de novembro daquele ano.
O seu livro Manual da Mulher, cujos originais, ao morrer, deixara encaminhados ao prelo, foi publicado em 1982. Trata-se de trabalho todo ele resultado de profundas reflexões em torno da participação da mulher no processo de construção do edifício familiar. É o testemunho maior da sua experiência profissional e da sua atividade de escritora e humanista.
Dra. Moreninha Augusto, sendo inteligente e perspicaz, destacou-se sempre pelo admirável descortino demonstrado no desempenho de suas atividades, imprimindo cunho eminentemente humano à solução dos problemas submetidos ao seu exame, preocupada sobretudo em conciliar a rigidez fria da lei com a realidade palpitante da vida. É o que sobre ela sentencia o seu irmão Dr. Vicente Férrer Augusto Lima no prefácio que escreveu para o seu póstumo Manual da Mulher.
Até aqui, portanto, tecemos o breve resumo das personalidades dos novos acadêmicos e seus patronos das cadeiras que veem a ocupar na Academia Lavrense de Letras desde a presente data, ao ingressar em nosso Egrégio Colegiado.
Abreviamos a dizer que feliz é um povo que possui a cultura entre seus pontos de convergência. Só nos resta, por isso, renovar as saudações iniciais e afirmar que a Academia Lavrense de letras conta com a colaboração dos novos confrades nesta data recebidos, bem como estes e Lavras da Mangabeira poderão contar com esta Academia.
Grato. Boa Noite.
terça-feira, 15 de setembro de 2009
INFINITAS DIMENSÕES DA SAUDADE - Por Emerson Monteiro
Nisso desaparece aquela coisa de juízo de valor, ou de meros impulsos ardilosos dos caçadores de pecado detrás das portas, nas adolescências seculares que precederam a luz elétrica, cenas que nutriam ausências apressadas de consciência em pânico, nisso de viver os sentimentos avassaladores da alma, que nos espreitavam os primeiros amores, nas dobras inevitáveis da estrada...
E quando menos se esperava, fenômenos meteorológicos de forte sofreguidão arregaçavam janelas e invadiam a sala da frente da calma e lá nos víamos escolhidos pelos cantos, em trajes menores, fastio a dominar o sentimento, frio esquisito na boca do estômago ao menor sinal da presença do invasor matreiro, atualidade e voz embargadas, quando ouvia um som tremendo dentro, nagente, sede e fome devorando as próprias entranhas, isso de assistir filmes de amor, ler romances largos, de aventuras secretas, marcas feridas no seio em brasa do coração irresponsável...
Vendaval infinito de possibilidades desses que sacolejam as bases da realidade, ritmo febricitante desnorteando passos do por si só já vacilante, redemoinhos varrendo terreiros, arrancando árvores e roupas de varais coloridos, nas telas do Cine Moderno às 4h da tarde, em sábados divinais... Claros movimentos semelhantes a tumultos planetárias de finais de era, conseqüências inimagináveis das histórias guardadas no íntimo, suadas, escondidas na inocência original.
Bom, esses espasmos imprevisíveis do misterioso sentimento sujeitam pessoas e coisas, livres das previsões, a consultar peregrinos do motivos que provocam-lhes tamanhas alterações de pulsações em tão diminutos territórios, sob o impacto ambiental de inúmeras envergaduras, a permitir perguntas insistentes, libertas e escravas e avassaladoras de circunstâncias, na audácia que se estabelecem nas praças de guerras bem defronte da porta principal – comandantes em chefe do regimentos a indicar dedo acusadores de encontro a peitos doloridos de prisioneiros, quais inquisidores nas salas de tortura, com a frases recorrentes na ponta da língua, no velho remorso embalsamado em forma de ameaça:
- Até onde chega o direito humano de amar e, em conseqüência, viver todas as contradições da paixão, contudo evitando pagar os tributos além da sobrevivência do ser na saudade?
Em poucas e noutras palavras, quais as fronteiras da emoção? Em que estação fatal depositaram os humanóides seus trastes guardados no baú das boas lembranças e que não pretendem sofrem com isso as sobretaxas do desespero, nas barreiras alfandegárias do percurso vida? Quantos laços de amabilidade caberão em um único tórax?
Resumindo, caro leitor, e, por favor, me espere só mais um pouco, responda comigo: É possível amar sem limite, ainda que se acha o benefício da dúvida, eximindo-se da culpa atroz de seguir adiante com a trilha rumo à eternidade?
Quantas normas imperam fatídicas no arcabouço dos tempos que, em certas horas, apresentam nítida confusão entre querer e poder, dentro do berro cardíaco das animosidades em luta ciumentas?... Amar com gesto simples, palavra doce e versos acetinados, gritados aos quatro ventos nas amplificadoras da mágoa dorida nos murmúrios de antigamente, inconsolados murmúrios de Maysa em letras de Dolores Duran? Quantas, meu amigo e minha amiga?... Quantas?...
E quando menos se esperava, fenômenos meteorológicos de forte sofreguidão arregaçavam janelas e invadiam a sala da frente da calma e lá nos víamos escolhidos pelos cantos, em trajes menores, fastio a dominar o sentimento, frio esquisito na boca do estômago ao menor sinal da presença do invasor matreiro, atualidade e voz embargadas, quando ouvia um som tremendo dentro, nagente, sede e fome devorando as próprias entranhas, isso de assistir filmes de amor, ler romances largos, de aventuras secretas, marcas feridas no seio em brasa do coração irresponsável...
Vendaval infinito de possibilidades desses que sacolejam as bases da realidade, ritmo febricitante desnorteando passos do por si só já vacilante, redemoinhos varrendo terreiros, arrancando árvores e roupas de varais coloridos, nas telas do Cine Moderno às 4h da tarde, em sábados divinais... Claros movimentos semelhantes a tumultos planetárias de finais de era, conseqüências inimagináveis das histórias guardadas no íntimo, suadas, escondidas na inocência original.
Bom, esses espasmos imprevisíveis do misterioso sentimento sujeitam pessoas e coisas, livres das previsões, a consultar peregrinos do motivos que provocam-lhes tamanhas alterações de pulsações em tão diminutos territórios, sob o impacto ambiental de inúmeras envergaduras, a permitir perguntas insistentes, libertas e escravas e avassaladoras de circunstâncias, na audácia que se estabelecem nas praças de guerras bem defronte da porta principal – comandantes em chefe do regimentos a indicar dedo acusadores de encontro a peitos doloridos de prisioneiros, quais inquisidores nas salas de tortura, com a frases recorrentes na ponta da língua, no velho remorso embalsamado em forma de ameaça:
- Até onde chega o direito humano de amar e, em conseqüência, viver todas as contradições da paixão, contudo evitando pagar os tributos além da sobrevivência do ser na saudade?
Em poucas e noutras palavras, quais as fronteiras da emoção? Em que estação fatal depositaram os humanóides seus trastes guardados no baú das boas lembranças e que não pretendem sofrem com isso as sobretaxas do desespero, nas barreiras alfandegárias do percurso vida? Quantos laços de amabilidade caberão em um único tórax?
Resumindo, caro leitor, e, por favor, me espere só mais um pouco, responda comigo: É possível amar sem limite, ainda que se acha o benefício da dúvida, eximindo-se da culpa atroz de seguir adiante com a trilha rumo à eternidade?
Quantas normas imperam fatídicas no arcabouço dos tempos que, em certas horas, apresentam nítida confusão entre querer e poder, dentro do berro cardíaco das animosidades em luta ciumentas?... Amar com gesto simples, palavra doce e versos acetinados, gritados aos quatro ventos nas amplificadoras da mágoa dorida nos murmúrios de antigamente, inconsolados murmúrios de Maysa em letras de Dolores Duran? Quantas, meu amigo e minha amiga?... Quantas?...
sábado, 5 de setembro de 2009
AUTODETERMINAÇÃO DOS POVOS - Por Emerson Monteiro
Perante a atual política norte-americana de trazer à América Latina seus efetivos militares para resolver problemas nacionais da Colômbia, ressurgem lembranças preocupantes do tempo em que havia os conselheiros militares no Vietnam do Sul, no Camboja, Laos, Brasil, Chile, com resultados pecaminosos. Medidas que dizem respeito à violação da livre iniciativa dos Estados nacionais implicam na redução da soberania, impondo política externa fracionada ao sabor de nações mais poderosas, o que resulta em retrocesso nas conquistas de séculos de lutas e sofrimento, no binômio do fraco contra o forte, no direito da força bruta em detrimento dos avanços igualitários posteriores à Revolução Francesa.
Ainda que situações conjunturais imponham atitudes de força, isso compete aos líderes e às instituições dos povos livres e suas organizações políticas individuais.
A concepção de uma nova ordem produzida nos transes posteriores da Segunda Grande Guerra reeditou a Doutrina Monroe, que antes implicara na invasão orquestrada das nações americanas, pretexto da salvaguarda democrática do continente, segundo definia.Em mensagem ao Congresso americano, o presidente James Monroe considerara serem os Estados Unidos contrários ao colonialismo europeu, com base no pensamento isolacionista de George Washington, de que "a Europa tinha um conjunto de interesses elementares sem relação com os nossos ou senão muito remotamente" (Discurso de despedida do Presidente George Washington, em 17 de setembro de 1706), e ampliava o pensamento de Thomas Jefferson segundo o qual "a América tem um Hemisfério para si mesma", jeito de estabelecer o conceito de um continente americano como o seu próprio país.
No entanto mudaram os tempos. Experiências múltiplas concederam o mérito de cada nação independente fustigar os seus próprios impérios da lei, aspecto dos novos tempos de graves decisões.
Por isso, as providências estadunidenses ora adotadas de avançarem nas fronteiras externas à sua federação reduzem as margens de autonomia dos povos latinos, o que lhes reedita triste e ilegítimo papel de fiscal dos demais povos das Américas, motivo de apreensão e escrúpulo, visto o preço pago nas ações anteriores de épocas recentes, já na segunda metade do século XX.
Ainda que situações conjunturais imponham atitudes de força, isso compete aos líderes e às instituições dos povos livres e suas organizações políticas individuais.
A concepção de uma nova ordem produzida nos transes posteriores da Segunda Grande Guerra reeditou a Doutrina Monroe, que antes implicara na invasão orquestrada das nações americanas, pretexto da salvaguarda democrática do continente, segundo definia.Em mensagem ao Congresso americano, o presidente James Monroe considerara serem os Estados Unidos contrários ao colonialismo europeu, com base no pensamento isolacionista de George Washington, de que "a Europa tinha um conjunto de interesses elementares sem relação com os nossos ou senão muito remotamente" (Discurso de despedida do Presidente George Washington, em 17 de setembro de 1706), e ampliava o pensamento de Thomas Jefferson segundo o qual "a América tem um Hemisfério para si mesma", jeito de estabelecer o conceito de um continente americano como o seu próprio país.
No entanto mudaram os tempos. Experiências múltiplas concederam o mérito de cada nação independente fustigar os seus próprios impérios da lei, aspecto dos novos tempos de graves decisões.
Por isso, as providências estadunidenses ora adotadas de avançarem nas fronteiras externas à sua federação reduzem as margens de autonomia dos povos latinos, o que lhes reedita triste e ilegítimo papel de fiscal dos demais povos das Américas, motivo de apreensão e escrúpulo, visto o preço pago nas ações anteriores de épocas recentes, já na segunda metade do século XX.
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