sábado, 26 de dezembro de 2009

A FILHA DE JEFTÉ - Por Emerson Monteiro

Primeiro, Jefté fora discriminado pelos herdeiros de seu pai, Galaad, em face de nascer de uma prostituta, ainda que considerado um valente guerreiro. Afastou-se do meio dos irmãos filhos legítimos do mesmo pai e viveu na terra de Tod, quando, então, se viu cercado de pessoas menos consideradas, vindo a formar e capitanear um exército de miseráveis.
Passado algum tempo, os parentes que o abandonaram sofreram ataques de povo vizinho, os amonitas. Diante da constante insegurança que se instalara, acharam por bem recorrer à coragem já reconhecida de Jefté, instando-o a liderar a antiga nação, recebendo proposta dos anciões de chefiar as tropas da família e, em seguida, ocupar o trono da tribo.
Na expectativa do que a oportunidade representava, Jefté indicou para si que aceitaria a missão caso obtivesse o êxito nas armas, concordando, pois, em seguir à frente de batalha. Nessa hora, prometeu ao Senhor que, retornando vitorioso ao lar, sacrificaria em holocausto quem primeiro viesse ao seu encontro.
Transcorridos os feitos da guerra, coberto de todas as glórias contra os filhos de Amon, Jefté se aproximava de sua casa em Masfa, onde vivia com a família, quando a pessoa a quem coube lhe recepcionar, em festa de animação, tamborins e danças, ninguém mais seria senão a filha única e adorada, envolta na mais intensa das alegrias.
Por isso, o pai, numa total prostração, exclamou contrafeito:
- Ah, tu me acabrunhas de dor, e estás no rol daqueles que causam a minha infelicidade! – para em seguida confessar a causa das duras palavras: - Fiz ao Senhor um voto que não posso revogar.
Daí, a filha tomou conhecimento de tudo, e resigna-se ao compromisso paterno para com Deus.
Porquanto até ali permanecesse virgem, o que representava razão de infelicidade a não procriação, a filha apenas solicitou um período ausente durante o qual pudesse cumprir, junto de suas amigas, turno de dois meses nas colinas, para, nesse período, chorar a contrariedade de sua virgindade.
Conta a história que deste modo ocorreu. Vencido o prazo concedido, a filha veio a ser ofertada em holocausto, de acordo com o livro bíblico de Juízes, restando ao povo daquele tempo o costume, a cada ano, de os jovens prantearem por quatro dias seguidos a morte da filha de Jefté, o galaadita, raro exemplo de sacrifício humano registrado entre os judeus.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

BOAS FESTAS



O Natal é um tempo forte, uma oportunidade para refletir sobre o caminho que cada um de nós vem trilhando e, então, aprova-se esse rumo, aprofundando-o, ou corrige-se o seu curso. Cumprimento o/a prezado/a colega acadêmico/a desejando-lhe e a familia um Natal feliz e um ano de 2010 de muita paz. São os meus votos, também em nome de minha familia, rogando para todos as bençãos do "Pequeno Grande" que, sendo Deus, fez-se nosso irmão.

João Gonçalves de Lemos

domingo, 20 de dezembro de 2009

UNS IMORTAIS FETICHISTAS - Por Emerson Monteiro

Fetichismo, essa mania corrosiva que se tem de juntar coisas das margens dos rios, sejam pequenas ou grandes. Culto de objetos materiais ou apego a eles. E fazemos isso vida a fora, vida a dentro. Aonde se vai, junta troço. Viaja-se e a bagagem vale pelas lembranças que se transporta, para si ou para os outros. Morre-se e ficam relíquias, botijas, testamentos recheados de bens materiais; os baús, as recordações dos amigos, nas rodas; as histórias infalíveis, resgates insistentes.
Fetiche: objeto animado ou inanimado, feito pelo homem, ao que se atribui culto. Enquanto o tempo consome a matéria, apegamo-nos aos garranchos das ribanceiras, no afã de perpetuar o imperpetuável que escoa das vertentes abertas nas elevadas cordilheiras. Nisso de contrapeso seremos hábeis em reunir motivos de fixação que nada fixam, desfeitos na paisagem móvel da existência, dias aquecidos de impermanências graves, lições infindas, perenes em tudo, por tudo, portanto.
Anéis e dedos que também não ficam. Caravanas que passam aos cães que ladram e passam no mesmíssimo formato da pauta dessa ópera insólita, estridente, agônica, permeada de silêncios agudos.
Sonha-se no esquecimento das horas, companheiras constantes de pêndulos que se movem impávidos. Nuvens suaves de outono, inverno, primavera, verão. Sol que vem e vai e fica, e nós é que vamos.
O esforço de cristalizar as coisas se transforma em rochas fósseis, rochas cristais, marcas de espécies extintas no aço, no petróleo, nas enciclopédias, na lama dos guetos. Na história de bichos-alimária, cães de palha. Todos, todas esfoladas, esfolados vivos, felizes bonecos de papelão.
Energia infinda, essa, sim, que permanece no fluir universal, na busca de Deus das criaturas. O rugir dos ventos nas folhas que se balançam e caem. O som de eras milenares em muralhas que se desmoronam dos monumentos carcomidos e reconstruídos de suor e impulsos desconectados. As imaginações de lideranças retocando civilizações que se debatem na busca de permanecer nas páginas esvoaçantes dos reinos ilusórios. Tropas armadas em conquistas estéreis, incógnitas dramas de quem padece as derrotas. Guardadas as lanças e proporções no terço dos armamentos enferrujados nas praças cheias de gente vaidosa, nos festins descompassados... Castelos vazios, horas calmas, madrugadas espasmódicas desses faustos de angústia.
Nos bolsos, a imunidade, seixos frios se misturam nas contas do rosário de lágrimas que se fizera saudade solta, croaxando no peito, e malas pesadas nos braços mortais da infinita espera. Olhos fixos na miragem desses invernos desconhecidos. Firmeza na voz e pigarro na garganta seca. Fora, cantam os pardais, efetivos a formar outra vez seus velhos ninhos teimosos, nos beirais de construções; a paisagem fantasmagórica do extático, testemunha imbatível do definitivo encontro; repulsão e expectativas.
Nesse dia e desse jeito de cenário, os artesões do depois vêm elaborando fios e tecerão longas auroras, nos cabos de luzes multicolores, em volta das marcas erguidas no seio das catedrais de pedra. Notas harmônicas envolvem as palmas abertas de um tempo que deposita nas estrelas seus filhos diletos. Aqueles velhos fetiches guardados se somam em muitos nós, apegos desfeitos nas pessoas. Serão almas livres aladas que pairam no além, aonde Deus espera de braços abertos.
Antes, éramos todos fetichistas contumazes e mudamos o sentido daquilo que nos alimentava. Nos lábios, favos de mel. Lindos laços envolveram os seres e nisso vem o dia raiar nos páramos suaves dos vínculos eternos, bloco útil das emoções permanentes.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

CORES DO ENTARDECER - Por Emerson Monteiro


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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

SOLIDÃO FUTEBOL CLUBE - Por Emerson Monteiro

Na mesa do coração da gente, vêm servidos diversos quitutes de todo sabor, medida certa das idades que fervilham secas, inexperientes, nos poros suarentos da juventude que dispara rumo ao desconhecido...
Primeiro, nas portas iniciais da infância, doce inocência se apresenta aos demais, deixando entrever multidões famélicas, sequiosos projetos de rostos vivos, umedecidos de esperança, na forma de flores multicoloridas, pessoas, outros possíveis eus, em elaboração febril. Então, jardins festivos lhes perfumam as bocas de gostosas possibilidades. Frutos resinosos escorrem aurora nos lábios abertos aos quatro ventos, apresentando, pouco a pouco, travo de pomos amargos, motivo de náuseas temperadas de beijos amenos, ao desencontro do futuro incerto.
Depois, algumas aventuras vivenciadas no aberto das manhãs radiosas, ao calor das 9h, quando véus caem leves; suaves sinais de vibração intensa que sacodem blocos metálicos de fibras íntimas, demonstrando movimentos de cordas profundas, contrariando por dentro leis requentadas de sobrevivência provável a qualquer custo, nas paixões originais. Amores desfeitos viram fantasmas, surpresas ingratas, vagas monumentais que cobrem dias, praias de passos rasos na areia quente, sonhos atroz despertados, preocupações ainda por resistir, embates de traços lindos, exóticos espelhos ovalados.
Meio-dia, porém, quando as experiências azuis nutrem arquivos de tanta memória dos poucos resultados concretos acumulados; e o estágio determina melhores estudos. Quer-se compreender sistemas externos de trabalhar sentimentos no peito dos amores independentes, fora de convencionais esquemas familiares. A sociedade, contudo, reclama tipos de procedimento que, quase sempre, tirados raros respeitáveis parceiros ajustados, reflete o senso comum de irresponsáveis amantes. Histórias milenares inundam as páginas dos folhetins, exemplos avessos que bem poderiam e não se perfezem, na realidade aberta das inundações friorentas das cheias.
Às 3h da tarde, passada a modorra, quem aprendeu, aprendeu... Houve chances disso. Alguns ainda persistem nas ranhuras errantes; coçam peles enrugadas, indiscretas, e refazem lances imaginários, admitindo, no entanto, falhas graves nas estratégias postas em campo. Alimentam nutridas vitórias, cautelosos daqueles que os ouvem, pois ninguém conta vantagem de assunto desfeito no cotidiano amoroso de lugares próximos.
Nesse tempo, carga frustrada machucando o lombo dos animais sensíveis; pensativos momentos bons viram saudade, o que poucos guardam de coisas ruins .
Fim de tarde, época contrita das bocas abertas, na velha fornalha de eras acesas, sopradas de leques agitados, asas mudas em brisas finas, no pescoço brilhante que escorre suor encantado de damas, mostra transcendental e suas rendas de saias e bicos esmaecidos, entrevistos na dobra de lençóis revirados. Afã de conquistar tresmalhadas noites perdidas, casais transferem aos rios do tempo o ardor da pele desnuda, em plumas vermelhas, nos fragores poentes e doidas lições pesarosas.
Quantas vezes restam a sós esses namorados fogosos, na descompressão de ritmos impacientes. Viram trastes inúteis que realçam nuvens brancas de horas escuras, almas penadas, vadios corações, em meio a suspiros soltos. Logo chegam convivas animados e outro banquete começa no berço das mesas em volta.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

COMUNICADO

Comunicamos aos nossos internautas que faleceu hoje,14 de dezembro de 2009, em Lavras da Mangabeira, a senhora Vicência Dias Lemos, mãe do acadêmico Ivonildo Dias. O sepultamento será amanhã. A Academia Lavrense de Letras lamenta tão grande perda.

domingo, 13 de dezembro de 2009

A CARA DE HOJE - Por Emerson Monteiro

A gente vive de influenciar e ser influenciado, por tudo que a vida mostra a todo instante. Seja em relação às pessoas, aos acontecimentos em si e à Natureza, qualquer ação implica numa reação, condicionando resultados inevitáveis. Um dos motivos principais desse processo de interação cabe à cota do prazer, porquanto há em volta uma razão justa de atitude para quebrar inércias e sair para ações. Uma troca de valores, digamos assim. Desloca-se a individualidade em busca de resultados agradáveis, atuais ou iminentes.
O sentido da observação, fruto da experiência, localiza inúmeras ocasiões em que pessoas agem sempre no usufruto posterior dos benefícios. Raros, raríssimos, rompem o círculo do interesse pessoal em favor de ocasionar oportunidades aos outros, livres e desapegados.
Nestes tempos capitalistas mundiais, com excelência, ninguém joga tempo fora. Máquinas funcionam durante as 24 horas do dia sempre gerando lucros estonteantes. Mesmos líderes autênticos apreciam ampliar seus espaços de influência, aguardando a lei do retorno em prol de futuras gestões agregadas aos valores antes planejados, essa coisa de reeleição.
A democracia representativa do presente, sim, essa sempre vem preenchida dos absurdos da vez, quando gastos das campanhas eleitorais exigem somas fabulosas de custos, sob a perspectiva de dominar os postos de comando e reverter as possibilidades sociais. Ainda que signifique o extermínio da ética filosófica, nomes expressivos dos grupos sociais arriscam suas belas histórias originais em nome do poder sem limite.
Espécie de fim de rama, os bilhões de seres humanos avançam no bolo inicial da Terra mãe, em processo de autodestruição jamais visto nas proporções do que agora se apresenta. Poucos querem abrir mão da capacidade produtiva acelerada que carcome as chances vitais das novas gerações; derrubar a mangueira para comer uma safra, quer isto representar.
Juntos na Dinamarca em conclave mundial, os representantes defendem seus territórios de emissão de gases numa enxurrada mistificadora do progresso industrial de causar dó, de negrume nunca imaginado pela pior ficção.
Tempos do “era uma vez” se tornou a existência dos humanóides decadentes, senhores da guerra, mártires da futilidade sem causa, em um período histórico ausente de mínima sensatez.
Enquanto a farra persiste de fustigar o destino das leis universais, clamor de respostas graves leva ao desencanto coletivo imediato, quando os diretores da cena reteem os cordões das decisões qual lhes pertencesse a vida de todos habitantes do planeta, no direito de reger seus bens, herança de todos nós.
Contudo o sistema invadiu as privacidades mais remotas e letargia imensa constrange os protagonistas do drama aos piores abusos, preço alto da omissão imprudente. Então, as luzes acesas do palco revelam a verdade no largo sorriso da inevitável Esperança do futuro.

sábado, 12 de dezembro de 2009

PEREIRA BELÉM - Por Emerson Monteiro

Vez por outra, protozoários resistentes ao passado pregam lá suas peças e fazem retornar ao écran da memória fantasmas meio adormecidos pelos cantos distantes das ruas de antigamente. Postam intactos, ao dispor das rotativas da atualidade, exemplares raros, carismas, parecidos com desafios que desçam da comodidade e venham se beatificar nas formas posteriores, o que, por vezes, levam a outras telas e viram movimento de pensamentos. Em tudo isso, um desejo de perenidade, peças soltas por dentro da alma vigilante.
Bom, essa volta toda para contar de Pereira Belém, um alcoólatra sorridente que circulava as minhas ruas de menino, no Crato dos anos 60, pelo bairro onde eu morava, Pinto Madeira.
De tez morena intumescida no uso da bebida, olhos empapuçados, ainda moço, de seus trinta e poucos, camisa aberta ao peito, sapatos rotos nos pés, cabelos pretos oleosos, escorridos para trás, palavras irreverentes agradáveis para tudo e todos, deslizava rua acima, rua abaixo, de preferência num itinerário de bodegas, a fechar longos discursos de atrapalhados assuntos com o grito sonoro de “Viva Pereira Belém!”. No brado, a senha da própria preservação, o que emitia com entusiasmo de causar inveja aos vocacionados profissionais da louvação e ganância, característicos da política ocidental.
Por trás daquele jeito animado de Pereira Belém, o ar de quem zombava de si mesmo, vítima que se via dos porres homéricos que lhe compunham a tortuosa sobrevivência. À maneira de instrumentista que maestro conduzisse, movia as hastes matemáticas das cifras na execução de invisível peça, a dependência química de ator burlesco dos teatros decadentes.
Os meninos, nisso, sentiam o par dos acontecimentos na feira do cotidiano. Espontâneo chegava, montava a cena, alegrava e saía dos nossos intervalos de escola e elaboração das tarefas. Compreendíamos virem só mostrar, no picadeiro das esquinas, sua desgraça, quais espinhos da garrancheira maior da raça humana, semelhante aos espinhos que formam troncos das vistosas roseiras do bem sucedido. Algo comparável ao cinema da sociedade, à literatura dos que aperreados.
Destarte, as moendas da imaginação voltaram com essa figura do Crato de meu tempo de menino, num vigoroso “Viva Pereira Belém!” suficiente a montar palavras que lhe preservam um pouco adiante a existência, cinco décadas depois do seu desaparecimento.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

HOUVE UM NATAL - Por Emerson Monteiro

Não sei precisar com exatidão a época, se aos meus 11 ou 12 anos, quando, na noite de Natal, recebi três livros, presentes de Papai Noel, que vieram no meio da madrugada embrulhados em papéis coloridos, embaixo da rede. Eram parte de uma série para a juventude, da Editora Melhoramentos, exemplares de encadernação azul, ilustrados com o primor de belos desenhos. Dos títulos, lembro bem, “Por mares nunca dantes navegados”, uma adaptação de “Os Lusíadas”, de Luís Vaz de Camões; “Vinte mil léguas submarinas”, de Júlio Verne; e “As aventuras de Robin Hood”, da lenda inglesa dos tempos heróicos da Inglaterra.
Com tais obras, vivi momentos deliciosos, na casa onde morava com meus pais, no Bairro Pinto Madeira, em Crato. O bangalô, construído ainda na década de 40 por “Seu” Pergentino Silva, denominava-se Vila Daïro; possuía andar térreo e um segundo pavimento rodeado e encimado por lajões de cimento armado. Nessa casa, passei, com a família, 12 anos inesquecíveis. Ao centro de ampla área, cercava-se de mangueiras, sirigueleiras, pinheiras, goiabeiras, etc., e dispunha, em sua fachada principal, da sombra frondosa de enorme timbaúba, que nos agraciava com generosa folhagem e canto dos mais variados pássaros.
No andar superior, quase todo deserto, habitávamos eu e meu irmão mais velho, Everardo, às vezes sequenciados pelos irmãos de minha mãe, Nairton, Neimann e Nirson, que se demoravam algum tempo a estudar em Crato. Ali permanecíamos quase todo o dia, depois das aulas, a ler e escutar rádio.
A propósito desses presentes e de outros que, às vezes, retornam às minhas recordações dos Natais, quando ouço críticas à figura de Papai Noel, que deixaria para tantas mentalidades, durante a fase natalina, em segundo plano a pessoa de Jesus, o Mestre Divino, indago comigo mesmo o que há de errado de alguém existir como o bom velhinho que distribui lembranças, a simbolizar a alegria e a felicidade. Multidões esquecidas no decorrer de todo o ano, quando, por ocasião do Natal, acontece de merecer das suas mãos alguns brindes, em alusão ao aniversário de Jesus.
Quero crer, por isso, na dupla figuração do ícone Papai Noel, que, além de movimentar as vendas nos finais de ano, pela satisfação que pode ocasionar, seja também o espírito da bondade em ação, mais parecido com o sentimento de doação e fraternidade que percorre o mundo nesta doce temporada da humanidade cristã.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

NOTA DE FALECIMENTO


É muita tristeza e profundo pesar que a Academia Lavrense de Letras comunica o Falecimento do professor Francisco das Chagas de Oliveira Cândido, espôso da acadêmica Maria de Fátima Lemos, ontem (29 de novembro), às 9 horas, em Fortaleza. O sepultamento será hoje (30 de novembro), às 16 horas, em Mangabeira sua terra natal. A Academia será representada pelo seu secretário geral, Jeová Batista de Moura, além dos acadêmicos residentes em Lavras da Mangabeira.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

sábado, 14 de novembro de 2009

ABRIR A CORTINA DO EU - Por Emerson Monteiro

Venha comigo. Vamos juntos erguer a barra do horizonte e vislumbrar algumas imagens resistentes ao esquecimento. Parei, ouvi ruídos e flagrei, circulando sorrateiras nesse espaço que habita a fronteira de mim com a memória, algumas ideias do mundo divisório, transcendental, filhas infinitas do ativo das horas e do ritmo trepidante lá no sótão pegajoso das pausas que pulsam sem parar, limite de coisas e inexistências.
Essas nuvens tradicionais de palavras conhecidas, sentimentos às vezes impetuosos, impacientes poças d’água espalhadas ao longo do caminho, deslizavam ligeiras em propulsão acelerada sob pés indecisos desta sombra que passa numa velocidade selvagem, cativa de atitudes ferinas, a conduzir fragmentos ao final de vários dias, causando reviravoltas no céu, algazarra festiva de andorinhas alegres, inconsequente bando afogueado de colegiais no intervalo das vidas.
Formas de juventude eterna, momentânea. Tudo possibilidades juvenis, sonhos afinados com o vento, feira livre de escorregadias ilusões, lógica perene de turmas de formação e contextos impostos por saltimbancos autoritários, na cena que se abre ao expectador sequioso de nós próprios, riscos, papéis, recordações, arquivos jogados fora, lama fermentada de velhos aniversários e alucinada comemoração.
Com isso, a vontade farejava encontros novos, cruzamento genético de letras e sentido, forçando com bravura o pulmão do parágrafo e gerando blocos consistentes de valores, na alma dos calendários, marcas doridas, atos contidos de luzes, cicatrizes, aventuras, pontos assustados no azul do firmamento, corpos suados de notas musicais e pinceladas agressivas, sonhos absurdos, sementes plantadas em outra dimensão, calada, quieta de querer, dentro das dobras dos corações celerados. Energia que circulava toda a pele do momento, tatuagem de cascas de árvore estóica, vítima do imprevisível carrasco pontiagudo, fagulhado, passado de folhas secas na cascata das eras, tintas e sons assoberbados de dúvida ao impacto da emoção cristalina.
Com passos calculados, cuidadosos, de fera na busca do alimento, ações sincopadas, o espectro arrisca estender mãos no oco do imediato e lota de influência cada aspecto no seguinte do imaginário, e avança clandestino pela greta entre as moléculas da ânsia, corredor vazio diante da sequência dos acontecimentos, película dirigida autor genial, mestre do inesquecível e sábio todo imortal.
De pronto, cresce nos olhos clínicos um tato suficiente a florir de esperança fumegante o desejo, na areia da permissão, ainda que, consigo, traga germes de interdição, todavia, consistente qual meteoro enlavecido na farra vertiginosa da transformação dos impulsos em matéria prima, metamorfose de açúcar em sal, mel em pólen.
Houvesse circunstância favorável, abrir-se-ia a cortina num volteio de brisa, aos acordes do silêncio adormecido na leveza do mistério. Então, luvas crispadas, nervosas, romperiam a vitrine da memória, e poemas e prosas jorrariam em traços e sílabas, silvos e gemidos, inundando a antessala do furor, lívidos atores do espetáculo do alvorecer, e pediriam à orquestra que jugulasse a noite com fanfarras maravilhosas. Entretanto, o pano só se renderia aos metais, largando desenhos conclusivos no ar platinado, sonoro, carrancudo, da presença do senhor e soberano do inevitável tudo Isso.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

CONVITE MISSA


Filhos, noras, netos e bisnetos da saudosa Julieta Filgueiras convida parentes e amigos para a Missa de Sétimo Dia dessa grande mãe e mestra, nesta sexta feira, 13 de novembro de 2009, às 18 horas. A Missa será realizada na Igraja das Missionárias, localizada a Avenida Rui Barbosa, Aldeota em Fortaleza. A família agradece antecipadamente a todos que comparecerem a essa ato de fé e solidariedade cristã.

domingo, 8 de novembro de 2009

Nota de Falecimento

É com grande tristeza e profundo pesar que a Academia Lavrense de Letras comunica o falecimento de um membro desta Entidade. Faleceu ontem - 07/11, em Fortaleza, Dona Julieta Filgueiras, patrona da Cadeira Nº 30. Deixou muitas saudades em seus familiares e em nós um exemplo de mulher, mãe e mestra.
Sinceros Pêsames!

terça-feira, 3 de novembro de 2009

CERIMONIA DE POSSE DA ACADEMIA LAVRENSE DE LETRAS EM LAVRAS DA MANGABEIRA



Isabele membro da Academia de Leitura e Escrita do Colégio Maria Ester prestando homenagem ao escritor lavrense - Filgueiras Lima.























Aluno do Colégio Filgueiras Lima homenageando o escritor e a Banda.





Banda de Música Zuza Vasques executando um Dobrado.


















Banda de Música, Maestro Zuza Vasques, sendo homenageada pela Academia.




Acadêmico Jeová Batista.

























Acadêmico Gilson Maciel.




A acadêmica Carmosa Soares sendo conduzida pela sua filha Mary Anne.











Entrada do acadêmico Arruda.








Entrada da acadêmica Luiza Correia.






















O acadêmico Émerson Monteiro apresentando os novos acadêmicos.




Primeiros acadêmicos: Arruda, Marcondes Pinheiro, Luiza Correia, Gilson Maciel, Carmosa Soares e Jeová Batista.

















Padre Evaldo benzendo os medalhões.




Entrada dos novos acadêmicos na Câmara Municipal.

























Fátima Lemos sendo conduzida pelos acadêmicos Jeová Batista e Luiza Correia.




Francisco Ferreira sendo conduzido pelos acadêmicos Gilson Maciel e Arruda.






















Lúcia Macedo sendo conduzida pelos os acadêmicos Marcondes Pinheiro e José Teles.




Fátima Lemos recebendo da sua mãe, Maria Ester, o diploma de acadêmica da ALL.























Fátima Lemos recebeu do seu filho Rudson o medalhão da ALL.


Francisco Ferreira recebendo das mãos do presidente da ALL o diploma de acadêmico.























Lúcia Macedo entregando o melhadão a Francisco Ferreira.


















Lúcia Macedo das mãos do presidente João de Lemos.



Lúcia Macedo recebendo do seu esposo Gilson Maciel o medalhão da Academia.























O acadêmico Francisco Ferreira falando em nome dos novos empossados.



Público que compareceu ao evento.

















Presidente da ALL e os recém empossados.




Acadêmicos recém empossados: Lúcia Macedo, Francisco Ferreira e Fátima Lemos.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

CONFRATERNIZAÇÃO DE POSSE DOS NOVOS ACADÊMICOS EM LAVRAS DA MANGABEIRA



Foto para posteridade: Zé Teles, Lúcia Macedo, Francisco Ferreira, Jeová Batista, Jeová Batista, João de Lemos, Luiza Correia, Fátima Lemos, Marcondes Pinheiro, Émerson Monteiro, Gilson Maciel e Arruda Neto.

























Cerimonialista Paulo Sérgio e o presidente da ALL João de Lemos.




Jeová Batista, Sônia Sampaio e Marcondes Pinheiro.

























Arruda Neto cumprimenta o novo acadêmico Francisco Ferreira.



Fátima e Hudson Lemos.
























Émerson Monteiro e Cristina Couto.






Lançamento do livro da acadêmica Carmosa Soares autografando para sua confrade Luiza Correia.



















Gilson Maciel, Francisco Ferreira e Arruda.


Família Lemos


















Fátima e João de Lemos, Lúcia Macedo, Émerson Monteiro e Francisco Ferreira.


Ismaria Batista, Émerson Monteiro, Cristina Couto e Jeová Batista.



















Eva, Jeová, Zé Teles, Ana e João de Lemos.


Arruda, Marcondes, Luisa, Gilson, Carmosa, Jeová e Zé Teles.

LAVRAS CANTADA EM VERSO E PROSA


RIO SALGADO
Dimas Macedo




Rio Salgado

chão de liberdade
de onde fluem
com suavidade
levas de saudade,
dando vasão
às tristezas de Lavras.

Correnteza por onde
vão se comprimindo
as ilusões e as mágoas
tão presentes,
nos desespero desse rio ausente
que leva desenganos
e traz esperanças na torrente.

Abertura por onde
aos olhos da infância
e vertem-se os sonhos
dos meninos-poetas lá de Lavras,
nessa Corrente de Sal
que nos abrasa
a emoção secreta dos lavrenses.

Artéria que se abre
e jorra como uma fonte
e escorre lenta
lustrando as margens,
com omdulações sinuosas:
porque o rio encontra a serra
e o Boqueirão angustia as águas.