domingo, 29 de março de 2009

Coluna - Cariri

LAVRAS DA MANGABEIRA

O escritor Emerson Monteiro tomou posse na Academia Lavrense de Letras. Lavras da Mangabeira é o berço natal de Emerson e de outras pessoas que se distinguiram nas atividades culturais. Entre elas poderíamos lembrar: Dimas Macedo, Joaryvar Macedo, Bruno Pedrosa, Filgueiras Lima, João Clímaco Bezerra, Melquíades Pinto Paiva, Sinhá D'Ámora e Nonato Luiz. A Ac ademia Lavrense de Letras dá continuidade a essa tradição. Suas cadeiras foram batizadas com nomes ilustres e saudosos que deram aquele município brilho e destaque além fronteira.
Fonte: Jornal O Povo - Tarso Araújo.

quinta-feira, 26 de março de 2009

quarta-feira, 25 de março de 2009

Mensagem de gratidão.

Mensagem de gratidão e agradecimento que faz João Gonçalves de Lemos, em seu próprio nome e no da família e dirigida a pessoas amigas e instituições que se fizeram presentes, nos atos religiosos em homenagem a minha querida filha Rosemary Amorim de Lemos que, no dia 22/02/2009, “retornou ao amor da casa de Deus Pai”, entre as instituições menciono: Academia de Ciências Sociais, Instituto do Ceará, Academia Lavrense de Letras, Academia de Letras dos Municípios do Estado do Ceará, Instituto dos Advogados, Associação Iberoamericana de Direito Constitucional, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/Ce) e Associação de Apoio e Integração dos Lemos, nas pessoas de Pedro Bezerra de Araújo, Pedro Sisnando Leite, Dimas Macedo, Lima Freitas, José Alberto Rola, Regis Frota Araújo, Hélio Leitão, Heitor Férrer e Maria Leda de Lemos Dantas. Se alguma instituição que se manifestou e aqui não citada, quero dizer que Deus não a esquece e a tem em seu coração.
Quero falar do sentimento que me invadiu a alma nestes últimos dias..., falar sobre o tamanho de minha dor e, mais ainda, dizer que esse sentimento de intensa emoção confunde-se com o de gratidão pelas manifestações de apoio, de solidariedade e de amizade trazidas ao meu coração de pai por familiares, amigos meus e da Rosemary, amigos da família enfim, mas as palavras chagam-me com a escassez de significado, muito aquém do meu sentir, pois só os grandes escritores e poetas sabem ajustá-las a cada momento da vida.
A minha certeza, porém, é a de que aqueles (as) que lerem esta mensagem terão palavras de avaliação equânime e que eu agora, nestes últimos dias, tenho a mente entorpecida para compreender o sentimento que me tomou o ser e sobrecarregou-me o coração.
Izabel, na sua mensagem lida na Igreja Cristo Rei, na missa da esperança (02/03), numa linguagem simples e coloquial, disse para a irmã e para todos nós ali presentes que “Mede era uma borboleta que enfeitava jardins”; eu, porém, interpreto esse seu sentimento manifesto de modo poético e digo que Rosemary era essa especial borboleta, embora diferente das comuns borboletas, pela constância no amor à família e a todos que a rodeavam – pais, irmãs, Márcio, familiares e amigos - e, assim, todos são esses jardins que enfeitavam a sua vida.
Concluo esta mensagem de gratidão e agradecimentos destacando o paradoxo em que me encontro, qual seja o fato de que, se nenhuma mensagem recebida faz diminuir a tristeza da realidade na qual estou vivendo, todas têm indicado o começo de uma vida transcendente para superar a vida terrena que Rosemary viveu.
Enfim, preciso retomar minhas atividades, preciso procurar conduzir minha vida no caminho que me leve a compreender os desígnios de Deus e, dentro de minha fé cristã católica, procurar ser feliz na minha tristeza, curtindo a saudade de minha filha e cuidando de minha família e de minhas obrigações perante a sociedade.
Que Deus seja louvado!
Fortaleza-Ce, março de 2009.

João Gonçalves de Lemos

domingo, 22 de março de 2009

PROGRAMAÇÃO - II Simpósio Lusofônico - Ceará/2009.

LOCAL: Auditório da Câmara Municipal de Fortaleza – Avenida Thompson Bulcão, 830 – Luciano Cavalcante – CEP: 60.810-460 – Fone: (85) 3444-8300.

Dia: 14/04
09h: Solenidade de abertura:
Composição da Mesa e fala das autoridades

09h40min: Abertura dos trabalhos pelo presidente da Sessão vereador Acrisio Sena, pelo presidente da Academia Lavrense de Letras Dr. Dimas Macedo e pelo Cônsul Honorário de Portugal em Fortaleza Dr. Francisco Brandão.

10h. Apresentação da Academia de Ciências Sociais do Ceará pelo presidente João Gonçalves de Lemos e homenagem a Dom Helder Câmara pelo vice presidente Dr. Pedro Sisnando Leite.

10h15min. Palestra: Fernando Pessoa: Intertextualidades.
Palestrante: Prof. Linhares Filho
Presidente de Honra da Academia Lavrense de Letras, Poeta e ensaísta
crítico. Professor de Literatura Portuguesa da Universidade Federal do
Ceará, tendo chegado a professor titular. Mestre em Literatura Portuguesa
pela UFRJ. Doutor em Letras Vernáculas (área de Literatura Portuguesa) pela mesma Universidade. Membro Efetivo da Academia Cearense de Letras e Artes do Nordeste Brasileiro. Sócio da Associação Internacional de Lusitanistas e da Associação Brasileira de Literatura Comparada. Sócio Correspondente do Instituto Cultural do Vale Caririense.

10h45min. Palestra: "Desafios da Lusofonia. O papel da CPLP"
Palestrante: Dr. Lauro Moreira (a confirmar)
Embaixador do Brasil junto a CPLP- Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

11h30min. Debate dos temas anteriores

12h30min. Intervalo para o almoço.

O EVENTO CONTINUARÁ NO SESC IRACEMA
Rua Boris, 90 – C – Praia de Iracema.

15h. Palestra: A Literatura de Cordel no Cariri Cearense
Palestrante: Dr. Émerson Monteiro
Pesquisador de comunicação, psicologia em religião. Secretário Geral da subseção
de Crato da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB-CE. Membro do Instituto
Cultural do Cariri, em Crato – ocupante de sua cadeira n.º 6 (patrono: Irineu
Pinheiro) Ocupa a cadeira n.º 17 (patrono: Pery Augusto) da Academia Lavrense
de Letras.

15h30min. Apresentação do cordelista

16h: Projeção do filme "Agostinho da Silva, um pensamento vivo" do cineasta João Rodrigo de Mattos.

17h15min: Inauguração da Exposição fotobibliográfica “Agostinho da Silva, Pensamento e Ação"
17h45min: Coquetel de Lançamento da Revista Nova Águia (Nº 3)

19h: Apresentação EX-GODOT com atriz e bailarina portuguesa Dina Morais.



Dia 15/04
08h30min: Palestra: Cooperação Sul-Norte. O setor terciário e os movimentos sociais.
Palestrante: Dra. Ana Margarida Esteves
Membro do Conselho Editorial da Nova Águia e da Comissão
Coordenadora do Movimento Internacional Lusófono – MIL

09h10min. Palestra: Agostinho da Silva e a CPLP - Comunidade dos Países de Língua
“Portuguesa.
Palestrante: Dr. Amandio Silva
Presidente da Associação Mares Navegados, Membro do Conselho Editorial da
Nova Águia e da Comissão Coordenadora do Movimento Internacional Lusófono –
MIL.

10h: Palestra: Palestra: A Lusofonia e o Desenvolvimento
Palestrante: Dr. José Fernando Aparecido de Oliveira
. Deputado Federal, Empenhado defensor de um maior envolvimento do Brasil na
afirmação da Lusofonia e na construção da CPLP.

10h40min: Debate sobre os assuntos das palestras proferidas.

12h: Pausa para almoço.

14h30min. Espaço reservado para UNILAB

15h15min. – Palestra: ” O Realismo em Portugal no Século XIX na obra de Ramalho Ortigão”
Palestrante: Dr. Ednilo Soares –
Professor e presidente da FASET, ex-presidente da Academia de Fortaleza de
Letras.

16h. Palestra: Projeto Memória Cultural.
Palestrante: Dr. Romildo Azevedo
Presidente da Associação Nacional dos Escritores.

16h40min. Palestra: Os Açores e o Continente de São Pedro.
Palestrante: Dr. José Carlos Gentili
Presidente da Academia de Letras de Brasília.

17h15min. Debate sobre os temas anteriores. (Encerramento dos trabalhos na Câmara Municipal).


19h. Comemoração dos 35 anos da Revolução dos Cravos.
Plenário da Assembléia Legislativa do Estado do Ceará.

SESC FORTALEZA – Teatro Emiliano Queiroz
AV: Duque de Caxias, 1701. Centro.


­­­­­­­16/04­­­­­­­­­­­­­­­­­---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

9h – Mesa Redonda sobre o Acordo Ortográfico.
Componentes: Dr. Francisco Brandão, Dr. Amandio Silva, Dr. José Fernando Aparecido, Prof. Itamar Filgueiras, Dra. Ana Margarida Esteves, Lidiana Maciel. ­­­­­­­­­­­­­­­­­

12h. Encerramento do evento com intervenção das autoridades presentes.
No Limiar do Inverno

Devo encetar agora a despedida
de tudo o que me cerca neste mundo.
Sorver o mel do tempo na medida,
com proveito filtrar cada segundo.

Saber maduro alerta-me profundo
sobre a velocidade da descida.
Busco, incessantemente, só o jucundo
e sofro por qualquer coisa perdida.

Se é inegável que a dor nos acompanha,
quero em meu fim vencê-la pelo empenho
de amar alguém, que me suaviza a trilha.

Por esse amor enfrento toda sanha
e, porque em tal afã não me contenho,
a última glória desde já rebrilha.


José Linhares Filho.

quinta-feira, 19 de março de 2009

A POÉTICA DE LINHARES FILHO

Era uma vez o sal de umas águas
que em ti incrustaram –
menino –
o exercício da contemplação.

Era uma vez o rio,
cujos líquidos movimentos
a ti revelaram
a flexura das sílabas.

E, desde então,
incansável,
passaste a soletrar
o silêncio
sob a crosta das cartilhas.

Tuas mãos –
e nem o sabias –
já se estendiam
aos Sumos do Tempo, –Tempo
de Colheita –
à Voz das Coisas,
a Andanças e Marinhagens,
a Rebuscas e Reencontros,
aos Cantos de Fuga e Ancoragem,
aos frutos de árvores outras,
numa insone semeadura.

Menino,
já te impregnavam as paisagens,
o silêncio intumescido dos afogados,
o trigo ávido de mendigos,
a serpente de cedro sorrateira,
o repentino eflúvio,
a solidão do sótão.

Menino
sabias ainda
dos navios do longe,
dos farnéis
que se evolam
das tácitas navegações.


II


Vejo-te, na noite montanhosa, –
suspensa a pena –
surpreender
o voo sinuoso das palavras,
Uma infância de pássaros
em teu alpendre musical.
Tua descoberta do verso oculto
no mofo dos baús,
no esterco das andorinhas.
A salsugem da memória.
As rugas que não se desfazem
no rosto dos antepassados.
O cedro da escada. Os tísicos passos.
A noite suspensa no olhar dos morcegos.
O verde gemido do canavial.

Vejo-te, na montanha da noite,
percorrer a sede da folha de papel.
(O vento contorce a cidade,
e o mar tem redondezas incomuns.
Onde o anzol por que pescar
os peixes dos túmidos silêncios?)
Tua busca por outras essências,
por odores outros é falta
que se converte
em inesgotável alimento.
O sal de um rio te conserva o peito.
Um navio singra tuas veias.
Águas a roça de tua canção.
Girassol,
pressentes a luz.


III
Palmilhas o pó da telha-vã
da casa onde nasceste. O vento
em ti esculpe o geométrico perfume
do pé de romã. Lavras da Mangabeira,
o augúrio emplumado
das acauãs. O sino da Matriz
trincando as manhãs. O susto
ruflado das arribaçãs. O tecido
do enigma das praias
no voo das jaçanãs. O navio
anunciado na preamar
da febre terçã. O trilo dos grilos,
o mosto da sede, o pão de teu afã.
O graal de teu pai
doado às bocas malsãs. Tua mãe
coalhando as tardes
em cores louçãs. (Ainda
hoje, desvelas-lhe os pincéis: há
uma outra tela, mais alvaçã;
e o pouso daquela ave
a inscrever-te a cambraia chã.)
Posta a mesa,
do vazio de uma cadeira evola-se
o inefável tempero da marrã.
Mas ainda florescem
o branco viçoso das dálias
e as glumas das longínquas avelãs.
Um xale se derrama
por sobre a fímbria da noite
e o negror de sua lã.


IV

As águas do poema te reinventam;
e enfloras, assim, nossos caminhos:
ânfora que és de nossa inescrutável sede.
Empresta-nos a voz,
uma vez que, na noite alta,
sílaba alguma pousa sobre o nosso sono.
Onde o encanto das grandes coisas?
Onde a solidão de lânguidos silêncios?
Onde a ironia dos segredos?
Como, então, reencontrarmos a face –
não esta, mas aquela que nos foge aos retratos?
Empresta-nos a voz, há um Deus
que em ti habita, e, em seu nome,
compões salmos e hinos;
por isso, mais nada havendo,
alguma coisa sempre há, maior,
muito maior que o simples ser.
Empresta-nos a voz, se não,
como poderemos conter
o anônimo vôo do suicida,
captar a voz das coisas,
ouvir o rumor que borbulha no intocável?
Empresta-nos a voz, o teu canteiro de orvalho,
a branca cinza do cigarro,
o anzol que espreita a palavra-peixe,
o boi mastigando um sonho antigo,
as sombras que se alastram na noite.
Bem nos ensinaste: as coisas
nos assaltam e improvisam.





V

O sopro do vento tem lá seu motor;
movendo as águas da inspiração:
farol do horizonte; navio-canção,
navega sem rumo no seu estertor.
A mão que cultiva grande dissabor
é a mesma que bebe do mel do cantar,
o sono das redes lá no copiá,
nas pautas de Lavras, deixa seu enredo;
e guarda do vento seu grande segredo
cantando galope na beira do mar.


Quem dera que a vida bordasse a paisagem
com as cores que jorram do mar tropical;
aspira o poeta, vislumbra um fanal;
num barco de rimas, prossegue a viagem;
Notícias de Bordo – essa marinhagem –
eis o pão e o vinho desse caminhar.
Já vejo o poeta seu sonho adubar:
criando cenários e cruzando lendas,
a tecer as fibras de suas contendas
nos dez de galope na beira do mar.

Notícias de Bordo, os ventos as levam;
faíscam nos mares as grandes centelhas;
as chuvas que lavam o pó dessas telhas,
aéreas notícias, que tudo elevam.
Notícias dissolvem, notícias selam
o verde da cana, o mel pelo ar –
estradas alumbram seu caminhar.
Às vezes lembranças, dum simples canto,
do vão calcinado – lições de espanto
nos dez de galope na beira do mar.

VI

A argila do poema te alucina:
é fôrma que se perde e que se firma;
desertos cravejados na retina
a sede de outros cântaros de vinho.

Um dia recolheste o tênue fio
com que se cose a pele desse rio
que deságua em teu peito em desatino
e devolve-te ao alpendre tão menino.

Mas o fulgor das dunas precipita
a fuga dos mistérios que se agitam
nas crinas do cavalo de arco-íris.

Nessa escassa colheita, o meu limite
não consegue alcançar, Linhares Filho,
o que em teu canto é tão claro convite.

Carlos Augusto Viana

segunda-feira, 2 de março de 2009

C o n v i t e



A escritora e poetisa Lavrense, Hilnê Costa Lima lança na próxima quinta-feira, 05 de março, às 17h30, no Auditório Paulo Petrola, no Campus do Itaperi da Universidade Estadual do Ceará – UECE mais uma obra de sua autoria ”NOS BASTIDORES DE UM MESTRADO ACADÊMICO”. A autora e seu livro serão apresentados pelo Magnífico Reitor da UECE, Professor Francisco de Assis Moura Araripe, de quem recebemos o convite e transmitimos aqui aos prezados confrades e demais conterrâneos.