terça-feira, 30 de dezembro de 2008

LAVRAS DA MANGABEIRA E SUAS RIQUEZAS

                                                         Fotografia: Francisco Veloso.

O Boqueirão, como o próprio nome indica, é a garganta aberta, na serra homônima, a cinco quilômetros da sede do município de Lavras da Mangabeira, pelo Rio Salgado que, segundo o escritor e sociólogo Joaquim Alves, a cortou nos tempos das formações geográficas, com o volume das águas.
Formada por duas partes descomunais, aberta, na própria rocha, a referida garganta, que dá vazão, através do Salgado, a todas as águas fluentes do sul do Estado, Tem uma altura de noventa e três metros e uma largura de quarenta, com poço permanente á época da estação seca, constituindo uma das mais bonitas e fascinantes paisagens que o olho humano possa contemplar.
É célebre a chamada Caverna do Boqueirão. Originária da desagregação da rocha, e com avultado comprimento, se bem que ignorado, demora essa gruta a cerca de cem palmos acima do nível do poço, apresentando a configuração de uma cúpula achatada e servindo de morada a morcegos.
No século XIX, o Governo Imperial projetou a construção de um enorme reservatório no local. Os estudos foram confiados ao engenheiro inglês Jules J. Revy, que chegou a conclusão da inviabilidade do empreendimento, divido a diversos fatores, constantes do seu relatório, inclusive a fragilidade do rochedo nos encontros do muro e a dificuldade de se fazer um escoamento sobre a rocha sólida.
A respeito do Boqueirão e suas lendas, é muito comum se ouvir estórias a respeito de fenômenos estranhos que ocorriam no local, tanto no fundo do poço, como no interior da gruta, as quais encontram guarida na crendice popular. Salas ricamente atapetadas, mesas e altares com lindíssimas toalhas, baixelas de metal precioso e um carneiro de ouro viam-se, ali, em determinadas circunstâncias, de envolta com os encantamentos próprios das fantasias. Dizia-se, por exemplo, que no fundo do poço, que é extenso e profundo, quando a água serenava, era visto um carneiro de ouro em pé sobre uma pedra, prenunciando ali haver um intenso cabedal subterrâneo. E nos escâncaros da gruta que só se pode chegar lá de balsas pelo poço e subir as escadas até lá, era vista uma mesa atoalhada, com baixelas de ouro e prata. E se alguém conseguisse de fora, alcançar com longas varas a tal mesa e derrubar toda aquela riqueza, atemorizava-se ao ver que em poucos minutos estava novamente composta.
“Até hoje o Boqueirão continua desaproveitado, sem explorar suas potencialidades turísticas. Enquanto isso permanece escondido e perdido, em pleno sertão cearense, o nosso velho e lendário Boqueirão de Lavras da Mangabeira, maravilha rústica, mas soberba e eterna, que, por ignorada, a história não incluiu entre as principais do mundo”.
(Joaryvar Macedo – 1984).

sábado, 27 de dezembro de 2008

Mensagem de Natal.

Aos membros da Diretoria da Acadamia Lavrense de Letras (ALL), a cada acadêmico(a) e a estimada Cristina Maria de Almeida Couto, Assesora da ALL, extensiva aos familiares de cada um, a minha especial Mensagem de Natal e Ano Novo de 2009. Uma palavra simples - SIM - colaborou com o Projeto de Deus, estabelecendo uma Nova Aliança com o seu povo. Pois bem. Como Maria que, com o seu SIM, se deixou guiar pela vontade de Deus, também nós podemos assumir nossa parte nesse Projeto Divino. E, na nossa caminhada humana, penso que, à semelhança do gesto da Mãe de Jesus e da Igreja, dissemos SIM a nossa querida Lavras da Mangabeira, ao instalarmos a ALL ali no Vale do Salgado, também junto ao Boqueirão, simbolo da Academia. Por isso, pela recepitividade esperada daquela boa gente da terra de São Vicennte Ferrer, nosso Patrono, estendo minha Mensagem Natalina a todos que nos pestigiaram e, mais do que isso, compreenderam a importância do novel Sadalício. Viva a ALL e, nesta oportunidade, desejo êxito a todos em seus empreendimentos e felicidade pessoal de cada um.
João (Gonçalves) de Lemos

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Naquela Noite - Rosa Firmo



A vetusta Lavras, Princesa do Salgado com seu charme, posta no alto-jaguaribe, porta de entrada do Cariri. Fica a muitas léguas de sertão neste imenso Ceará adentro, onde tudo seria um sonho se não fossem as distâncias e as dificuldades do povo. Contudo, até esses empecilhos soluciona-se: porque as distâncias não importam a quem não quer sair de onde está; e as dificuldades, o sertanejo acostumou-se conviver com elas. Segundo Guimarães Rosa “o sertão está em toda parte”. Lavras é, pois um oásis cultural no sertão.
Ali, naquela cidade, naquela noite, naquele jantar, celebrou-se o mais inusitado dos acontecimentos histórico-cultural, o grande legado, tudo que Dimas Macedo sonhou e planejou juntamente com outros lavrenses. A noite estava encantadora, a lua postada num ângulo tão próximo, refletida nas águas do Salgado, aventurando-se enfeitiçar os poetas. A Câmara Municipal engalanada de luzes, cores e tenda de livros para receber os acadêmicos, autoridades políticas, estudantes, representantes de diversas escolas entre outros convidados.
Lavras, pois, nesse misto de antiguidade, cultura, beleza, e acirramento político, naquela noite, no seu apogeu foi agraciada com a relevante comenda, para seu engrandecimento, a Academia Lavrense de Letras. Momento ímpar, indescritível, um acontecimento sui generis, portanto o maior de todos os tempos. Um dos objetivos desse projeto: realçar a memória de seus filhos ilustre como, Almir Pinto, Afonso Banhos, Antônio Augusto, Cabral da Catingueira, Francisco Francílio Dourado, Francisco Bezerra Sampaio, Irmã Ferrer, Idelfonso Correia, Filgueiras Lima, João Climaco Bezerra, João Gonçalves, Joaryvar Macedo, Josafá de Lima, Joel de Lima, José Linhares, Padre José Joaquim Xavier Sobreira, Lobo Manso, Julieta Filgueiras, Gustavo Augusto, Gilberto Milfont, Gustavo Augusto Lima, Maria Oliveira Dias, Madre Bezerra, Manoel Gonçalves de Lemos, Moreira Campos, Prisco Bezerra, Tota Bezerra, Pery Augusto, Stela Sampaio, Sinhar D’ Amora, Vicente Augusto, Zito Lobo e José Joaquim Xavier Sobreira.
A equipe do Dimas Macedo foi bastante generosa, não deixou fora da Academia nenhum dos lavrenses que contribuíram e contribuem para seu desenvolvimento cultural; seja erudito ou popular envolvendo as diversas áreas do conhecimento.
E assim Dimas Macedo, homem de grande sensibilidade e espiritualidade instalou a Academia Lavrense de Letras para orgulho da nação Lavras da Mangabeira. Agora nas rochas do Boqueirão não somente escorrem águas do Salgado e sim o líquido transparente da intelectualidade lavrense.
Muito acertada foi a idéia do Dimas Macedo, pois, a repercussão já suscita o interesse do seu povo em querer compreender as funções dos acadêmicos e da própria Academia. Uma pergunta instigante e inteligente da adolescente Rayla Pires Bezerra Morais, durante o jantar. “E agora tia, o que vocês irão fazer com essa Academia?”. Cabe a cada um de nós darmos uma resposta condizente aos anseios da juventude lavrense com ações: profícua, pontual e contínua.


Natal , 16/12/2008





Na noite de Natal

Emerson Monteiro

Às vésperas do Natal, me vem ao pensamento uma história que li certa vez, de autoria do escritor russo Leon Tolstoi, a qual pretendo narrar em seguida.
Próximo de estrada deserta, em região russa com poucos habitantes, morava um solitário casal de anciãos. Era a época natalina. Nesse ano o inverno chegara com intensidade poucas vezes presenciada, de frio excessivo e neve acumulada, isolando ainda mais os moradores daquela área.
Determinada noite, o velhinho sonhou com Jesus a chegar em sua residência e lhe dizer que viria comemorar junto deles o seu aniversário. Podiam aguardar que, de certeza, chegaria para cearem na noite de Natal.
Ao despertar, o homem contou o sonho à mulher, que ficou feliz pela notícia recebida. Nessa hora, trataram de planejar a festa incomparável que se prenunciava. Organizariam as coisas de modo a transformar o pouco de que dispunham num laudo banquete, acrescentado de zelo e amor para com Deus.
Desse jeito se organizaram até que chegou a data prevista. Nesse dia, trabalharam um tanto mais. Casa limpa, tudo brilhando de asseio, lareira esperta e mesa pronta. Transcorreram manhã, tarde, início de noite. Os dois não se cabiam de alegres, vista oportunidade rara com a qual se deparariam.
O tempo lhes aproximava do grande momento, quando ouviram batidas na porta. Rápidos movimentos. Fustigado pela nevasca que cobria a noite de escuridão, humilde viajante, abatido de longa jornada, vinha ali pedir arrancho. Caminhara muito sob difíceis condições. As suas forças exauridas reclamavam urgente repouso.
Os dois velhinhos acolheram de bom grado o visitante. Das mínimas reservas que possuíam ofereceram ao necessitado, servindo, sem outra alternativa, o próprio alimento que haviam preparado à espera do Mestre Divino, motivo principal daquela data.
Nisso as horas se passaram e ninguém mais chegou. Tarde da noite, comeram juntos do que sobrara, indo depois se recolher. No entanto, sensação de surda interrogação permaneceu entre eles: Qual a razão do sonho auspicioso? Deus nunca falta, mas prometera lhes visitar... Ainda assim, deixaram de falar no assunto e seguiram a rotina dos dias.
Menos de uma semana depois, o ancião volta a sonhar. No sonho, de novo se avista com Jesus, vislumbrando boa ocasião de perguntar o que se verificara para não cumprir a promessa do de Natal, ouvindo dele essas afirmações inesquecíveis:
- Lembra do viajante a quem receberam na noite de Natal? - indagou o Mestre, e acrescentou: - Pois sou eu aquela pessoa tão bem recebida pelo carinho dos seus corações. Desse jeito, quando qualquer um fizer o que fizer ao menor dos pequeninos deste mundo, a mim o faz. Saiba disso quem quer crescer no caminho da Eterna Felicidade.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Grande Acontecimento

Dia 13 de dezembro foi um dia de festa e de orgulho para a cidade de Lavras da Mangabeira. Exatamente, às 19h30min, a Câmara Municipal de Lavras da Mangabeira recebe seus filhos mais ilustres para a solenidade de posse da Academia Lavrense de Letras. Nunca na história da cidade se conseguiu reuniu tantos intelectuias lavrenses. E para surpresa e alegria de todos a Casa estava superlotada, os lavrenses que ali residem vieram prestigiar e assistir tão importante acontecimento. A Banda de Música "Zuza Vaques" deu sua colaboração executando o Hino Nacional Brasileiro e o Hino do Município de Lavras da Mangabeira. A bandeira do Município foi conduzida pelo acadêmico Emerson Monteiro e a bandeira da Academia Lavrense de Letras foi conduzida pela acadêmica Rosa Firmo. Aberta a solenidade foi feita a composição da mesa: Linhares Filho (presedente de honra da Academia); Dimas Macedo (presidente da Academia); Edenilda Oliveira (prefeita Municipal); João Ricarte (presidente da Câmara Municipal); João de Lemos (vice-presidente da Academia); Jeová Batista (secretário geral da Academia) e os Padres Evaldo Alves (vigário da Paróquia de São Vicente Ferrer) e Manoel Amorim (vigário em Fortaleza) ambos acadêmicos. Dimas Macedo fez uso da palavra e emocionado deixou transbordar todo seu carinho e todo seu grande amor por Lavras da Mangabeira, expressando sua ligação carmal pela terra, comparando-a com a mulher amada. Em seguida, o presidente de honra da Academia, Linhares Filho, saudou seus conterrâneos com um belo e apaixonante discurso, deixando aflorar seu imenso amor pela terra natal. O poeta Zé Teles falou em nom,e dos acadêmicos e recitou uma bela poesia de amor a Lavras. Falou ainda a prefeita municipal, Edenilda Lopes de Oliveira e o presidente da Câmara, João Ricarte. Ambos expressaram orgulho e contentamento pela a instalação da Academia Lavrense de Letras.





Acadêmica Rosa Firmo com a bandeira da Academia Lavrense de Letras.













Émerson Monteiro com a bandeira do município de Lavras da Mangabeira.























Linhares Filho recebendo o diploma das mãos da secretária de educação do Município Inez Eduardo.


Jeová Batista recendo o diploma das mãos da sua irmã Ismária Batista.
















Platéia no momento do evento




Dimas Macedo, presidente da Academia, Edenilda Lopes, prefeita de Lavras e João Ricarte, presidente da Câmara.















Dimas Macedo discursando.

Acadêmicos: Gilson Maciel, Marcondes Pinheiro, Émerson Monteiro, Rejane Augusto, Itamar Filgueiras, Batista de Lima, Dias da Silva, Egídio Barreto.














Zé Teles falando em nome dos acadêmicos.


Linhares Filho falando em nome da Academia.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Intelectuais instalam a Academia Lavrense de Letras em Lavras da Mangabeira


É impossível descrever a beleza e a grandeza que foi a instalação da Academia Lavrense de Letras em sua terra. Os acadêmicos chegaram aos poucos na cidade e sem que ninguém percebesse foram se acomodando nas casas dos familiares. O evento teve início às 18 horas com uma missa em ação de graças. Aos poucos o pátio da Matriz de São Vicente Ferrer foi tomado pelos seus filhos illustres. Para não cometer nenhuma injustiça os nomes serão citados em ordem alfabética: Arruda Sobrinho, Batista de Lima, Dias da Silva, Dimas Macedo, Egídio Barreto, Émerson Monteiro, Gilson Maciel, Itamar Filgueiras, Jeová Batista, João de Lemos, Linhares Filho, Luísa Correia, Marcondes Pinheiro, Nonato Luiz, Padre Amorim, Padre Evaldo, Rejane Augusto, Rosa Firmo e Zé Teles. A celebração foi presidida pelos os acadêmicos Pe. Evaldo e Pe. Amorim. Émerson Monteiro foi o comentarista, enquanto as leituras foram feitas por Gilson Maciel, Egídio Barreto e Linhares Filho. No ofertório as bandeiras do município de Lavras da Mangabeira e da Academia Lavrense de Letras foram levadas até o altar pelos acadêmicos Jeová Batista e Luísa Correia e foram bentas pelo Pe. Amorim. Na homilia foi citada a importância do tempo do advento e da satisfação da Academia está sendo instalada naquela data. Ao final o Padre abençoou todos os acadêmicos na pessoa do presidente Dimas Macedo que foi bastante aplaudido pelos presentes. Terminada a missa os acadêmicos saíram em cortejo pelas ruas da cidade até a Câmara Municipal para a solenidade de posse.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Versos recitados no dia 18 de novembro no Centro Cultural OBOÈ em Fortaleza.

1. Aos trintas acadêmicos
quero parabenizar
povo culto inteligente
que reunido aqui está
implantando esta academia
atitude espetacular
deixando esta gente eufórica
filhos de Lavras, histórica
do Estado do Ceará!
por isso, aqui em versos
eu mando Lavras cantar !

2. Canta Lavras, centenária!
canta com muita euforia
em ver teus filhos ilustres reunidos neste dia
para implantarem em ti
esta grande Academia
lavrense de belas letras
é grande a nossa alegria!

3. Lavras teus filhos queridos
sentem-se regozijados
com Academia Lavrense de Letras
como havia anunciado
teus filhos ó! Lavras querida
dão a você a nova vida
teu sonho está realizado!

4. Lavras privilegiada!
permita-me dizer em versos
hoje tu és linda estrela
que brlha no universo
tuas lindas praças floridas
oxigenam nossas vidas
regozijamos com teu progresso!

5. Lavras teus filhos te chamama terra da promissão
Deus Pai ofertou você
com o majestoso boqueirão
sorte você tem de sobra
o boqueirão brilhante obra!
do autor da criação!

6. Lavras teu povo se orgulha
pertencer a este torrão
o teu ouro foi roubado
mas ficou o boqueirão
sua história é brilhante
centenas de visitantes
enche-se de satisfação!

7. Lavras têm o Rio Salgado
que hoje está perenizado
manancial invejado
nossos representantes estão
acelerando a transposição
do São Francisco, tão sonhado.

8. Lavras querida agradeça
aos teus filhos de coração
por implantarem esta academia
trinta intelectuais dando as mãos
os patronos imortais
repousam na eterna mansão
mas em espírito estão aqui
com são vicente e o padre alzir
abençoando esta união.

9. Parabéns Lavras queridas!
teus filhos amam a ti
és cidade centenária
estrela do Cariri
Lavras do povo de fé
de Jesus de Nazaré
de São Vicente Ferrér
e do saudoso Padre Alzir.

10. Lavras você tem filhos
nos Steites, no Japão
na França, em Portugal
em Israel, no Paquistão
cientistas renomados
que causa admiração
Lavras é muito feliz
é o que cada filho diz
que te ama de coração!

11. Lavras têm curiosidades
que vale a pena dizer
uma é o boqueirão
que faz gosto, o São Vicente
que vale a pena a gente ver!
no Riacho do Rosário
tem poetas prá valer
tem vàrios mudos e surdos
que nunca tiveram estudos
e sabem contar, ler e escrever!

12. É por isso minhas Lavras
que mando você cantar
tens tantas histórias bonitas
que é difícil e numerar
as moagens, passagem de trem
com aquele vai e vem
vale a pena recordar!

13. Aos patronos que hoje moram
lá na eterna mansão
a direita de Deus pai
que os todos dêem seu perdão
no seu reino os acolheu
com certeza Deus já deu
a cada um seu galardão.

14. Agradeço aos participantes
pessoas hospitaleiras
que ouviram com paciência
minha homenagem verdadeira
Deus nos proteja e nos zele
recebam abraços de Zé Teles
de Lavras da Mangabeira!

Autor: José Teles da Silva.

ACADEMIA LAVRENSE DE LETRAS SERÁ INSTALADA EM LAVRAS DA MANGABEIRA